Presidente Ucraniano Solicita Emprestimo para NSAU

Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia postada hoje (22/09) no site da Alcântara Cyclone Space destacando o encontro dos presidentes do Brasil e da Ucrânia em Nova York, onde foi discutido o desenvolvimento das relações bilaterais dos dois países na área espacial e em outras áreas.

Duda Falcão

Encontro dos Presidentes da Ucrânia e do Brasil em Nova York

O presidente da Ucrânia, Victor Yushchenko, reuniu-se nesta terça-feira (22) em Nova York com o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva. As partes discutiram o desenvolvimento das relações bilaterais dos dois países.

Conforme a declaração do V. Yushchenko para jornalistas depois da reunião, as partes chegaram ao acordo sobre a criação dos grupos de trabalho ucranianos e brasileiros para preparação da visita do presidente Lula da Silva à Ucrânia na primeira metade de novembro deste ano. O líder da Ucrânia demonstrou a certeza de que "esta será uma visita que resultará no novo status e novo conteúdo para nossas relações bilaterais".

Segundo o presidente, a Ucrânia propôs ao Brasil assinar seis ou sete acordos sobre a cooperação bilateral no âmbito da visita. "Temos interesse em aprofundar a cooperação com o Brasil, em particular em construção de aviões, área técnico-militar", destacou V. Yushchenko.

Durante o encontro, líderes dos países também enfatizaram a necessidade de intensificar as áreas prioritárias da cooperação entre os dois países, tais como área espacial e de energia nuclear. As partes também discutiram andamento de realização do projeto conjunto na área espacial Cyclone-4. Trata-se do término dos trabalhos com este projeto e início de lançamentos em 2010 do centro de lançamento brasileiro.

V.Yushchenko informou que pediu ao seu homólogo brasileiro apoio à consignação de empréstimo no valor de US$ 260 milhões para a Agência Nacional Espacial da Ucrânia (NSAU) com vistas a terminar a formação do capital social da Empresa Binacional Alcântara Cyclone Space, bem como para finalizar trabalhos do projeto.

"Nós propusemos à parte brasileira analisar a questão de elevação das nossas relações ao nível das relações estratégicas", informou o presidente ucraniano.


Fonte: Extraído do site do Governo da Ucrânia via (ACS)

Comentário: A que ponto esse acordo da ACS chegou. Agora os ucranianos querem dinheiro emprestado para levar o projeto à frente. Sinceramente isso não esta cheirando bem e essa parceria pode acabar resultando num desastre para os cofres públicos do país. Não bastasse a incompetência gerencial demonstrada pelo senhor Roberto Amaral na condução da parte brasileira da empresa, agora fica claro a falta de recursos e Deus sabe lá o que mais por parte dos ucranianos. Lembrando ao leitor que apesar do foguete Cyclone-4 ser um projeto ucraniano, o mesmo depende de tecnologias sensíveis de origem russa. País que demonstrou desde o início o seu desagrado com esse acordo entre Brasil e Ucrânia. Ou seja, antes que qualquer foguete Cyclone-4 possa ser lançando do CLA, será necessário que os ucranianos resolvam essas divergências com os russos. Se isso não for possível, o acordo ficará parado até que se resolva ou até que se encontre outra solução. Lamentável!

Comentários

  1. Só lembrando também, que o Presidente da Ucrânia, é anti-russo e nunca foi bem visto pelo governo de Moscou, que não quer perder influências de 200 anos sobre a Ucrânia, país que foi parte do império czarista russo e da Antiga União Soviética. E até hoje, existe uma suspeita de envenenamento do atual presidente Victor Yushchenko por agentes da opisição pró-Russia, a que teria sido planejado com ajuda dos Russos no Governo Putin.

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  2. Pois é Ricardo,

    também tem esse lado que dificulta ainda mais as coisas. Sinceramente o futuro da ACS por conta de tudo isso está cada vez mais distante de se tornar uma realidade de sucesso. Mesmo que seja resolvida essa situação com os russos, restará ainda a má administração da parte brasileira da empresa e algo que ainda não foi muito divulgado, que é a necessidade que o Brasil terá negociar com os EUA o tal do Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (o que não será tão fácil assim e também levará tempo para ser negociado e posteriomente homologado pelo Congresso Brasileiro), caso a empresa queira se tornar competitiva no mercado internacional de lançamento de satélites. Já que mais de 50% dos satélites lançados em órbita atualmente utiliza algum componente de origem americana.

    Abs

    Duda Falcão

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  3. Srs.,

    O que os Ucranianos vão ganhar tanto com tal parceria? Quero lembrar que o atual presidente é pró-EUA, muito pró para falar seriamente, e muito anti-russo. Aí pergunto novamente, depois de tanta falta de gestão da parte brasileira: o que os Ucranianos estão enxergando de positivo nesta parceria.

    Abraços,

    Sengedradog

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  4. Olá Sengedradog,

    tens razão amigo, do jeito que estão as coisas, muito pouco de positivo os ucranianos estão enxergando com essa parceria. Apesar de eu achar que poderia funcionar se fosse realizada por gente séria e competente, pois não é uma má idéia não, só foi e está sendo mal conduzida, principalmente pela parte brasileira. É verdade que a opção da Orionspace (veja aqui no blog A OrionSpace Internacional, Opção Descartada) apresentada pelos russos em 2004 parecia ser uma opção melhor, mas o governo optou pelo acordo com os ucranianos o que não era tão mal assim, no entanto pela má administração e condução do senhor Roberto Amaral o projeto parece fadado ao fracasso.

    Abs

    Duda Falcão

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  5. Oi Duda,

    Acho que expressei-me mal. Posso parecer um tanto desconfiado, mas fico a imaginar se os Ucranianos da ACS não lêem jornais brasileiros, blogs como estes, assuntos como quilombolas, pancadarias e xingamentos? Será que eles são tão ingênuos assim a ponto do próprio presidente deles pedir mais recursos, e logo aonde? EUA, o país que parece não ver com bons olhos nosso PEB e que fez um jogo geopolítico sistemático nos países fronteiriços à Rússia. Ucrânia, Geórgia etc. Eis o porque de meu espanto, o que de vantajoso a Ucrânia está vendo neste acordo? É apenas uma hipótese, que poderia ser considerada neste tabuleiro: de um lado gestores incompetentes e um país governado por um grupo político que precisa fazer alianças desastrosas com outros partidos (MCT, AEB, ACS = PSB), na outra ponta um país com tecnologia desenvolvida mas que possui um vizinho ameaçador e quer uma aliança estratégica com o Ocidente (EUA e Europa)

    Desculpe se viajei demais!

    Um abraço,

    Sengedradog

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  6. Olá Sengedradog,

    Eu entendi o que você quis dizer amigo e entendo o seu temor, mas veja bem, para os ucranianos esse acordo é estratégico e é a menina dos olhas de ouro do atual Governo Ucraniano. Que eles estão vendo o que está acontecendo aqui no Brasil, isso sem dúvida nenhuma, se estão preocupados, sem dúvida nenhuma, no entanto não tem como eles recuarem mais e sim tentar concretizar o acordo da melhor forma possível. O presidente ucraniano solicitou o empréstimo consignado pelo fato da Ucrânia esta passando por dificuldades financeiras como o mundo todo, já o Brasil é um fato que junto com a China são as únicas nações do mundo que estão em franca recuperação financeira de uma crise que não abalou tanto assim a esses países como no resto do mundo. O problema desse acordo além da ingerência política e da má administração é que desde a sua negociação o mesmo foi mal conduzido. Deveria se fazer um estudo que apontasse quais seriam as dificuldades que ambas as partes viveriam para a concretização desse acordo e isso não foi feito. Da parte do Brasil, já teríamos de ter negociado e já está aprovado no Congresso o ”Acordo de Salvaguardas Tecnológicas” com os EUA (os ucranianos já tem esses acordo) e os ucranianos já deveriam ter resolvido as suas pendências técnicas com os russos. De outra forma a ACS jamais será competitiva internacionalmente e talvez jamais venha lançar qualquer foguete do CLA. O prazo dado para o vôo teste do Cyclone-4 com o satélite universitário japonês pelo senhor Roberto Amaral não será cumprido. Quanto aos seis vôos do foguete com satélites para o ano de 2011, é mais um devaneio desse incompetente diretor da ACS.

    Abs

    Duda Falcão

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  7. Duda,

    Obrigado pelos esclarecimentos, neste caso é menos mal mesmo. O problema é muito mais do lado brasileiro, ou seja, chance de sucesso é quase zero, com esses "engenheiros das galáxias" no comando da ACS.

    Um abraço,

    Sengedradog

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  8. Olá Sengedradog,

    Olha, parece ter mais um problema ai que eu não tinha conhecimento, segundo o que escreveu José Nivaldo Hinckel em seu artigo (veja no blog a nota “O Brasil e o Espaço”, que é engenheiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a toxicidade e os riscos de acidentes que esses propelentes que serão usados pelo Cyclone-4 poderão causar são enormes, ou seja, caso essa informação tenha veracidade, é mais uma coisa que futuramente poderá trazer grandes problemas para a empresa. Tipo, protestos de organizações como o Greenpeace, ONGs e até de governos estrangeiros. Está ficando cada vez mais inviável esse acordo.

    Abs

    Duda Falcão

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