Como "Estilingue" Aprimorado Por Pesquisadora Brasileira Pode Baratear Viagens Espaciais
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada hoje (26/09) no site Tilt de tecnologia do “Portal
UOL” destacando que como "Estilingue" aprimorado por Pesquisadora Brasileira
pode baratear viagens espaciais.
Duda Falcão
CIÊNCIA
Como "Estilingue" Aprimorado Por Brasileira
Pode Baratear Viagens Espaciais
Por Daniel Leite
Colaboração para Tilt
26/09/2019 04h00
Imagem: Divulgação/APOD NASA
Implantação do Sistema de Satélite Amarrado 1 (TSS-1)
pelo ônibus espacial Altantis em 1992; teste falhou na época.
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Economia de combustível é sempre bem vinda, tanto pela
praticidade quanto pelo dinheiro. Ainda mais no espaço, que requer deslocamento
a distâncias imensas. Uma pesquisadora brasileira aprimorou um modelo estudado
há mais de 30 anos para baratear missões espaciais. Isso ajudaria, por exemplo,
a enviar satélites de pesquisas em outros planetas com menos custo.
O experimento de Alessandra Ferraz da Silva Ferreira, da
UNESP de Guaratinguetá (SP), faz uso do tether —um cabo e dois objetos fixos,
um em cada extremidade, para auxiliar no deslocamento de veículos espaciais.
A proposta foi premiada em junho no Tether in Space 2019,
na Universidad Carlos III, em Madrid, na Espanha. Ela recebeu o prêmio Mario
Grossi, criado para homenagear o jovem cientista que apresentasse o projeto
mais inovador no evento.
No caso, o tether foi aplicado para realizar a chamada
Manobra de Estilingue Amarrado, visando dar mais energia e velocidade a um
veículo espacial, exigindo, assim, menos combustível.
A manobra permite aumentar ou reduzir a energia
necessária para a espaçonave seguir a rota, já que gasta-se combustível não só
para acelerar, mas também para frear.
Para montar o experimento, Alessandra, formada em
Matemática, mestre e doutora em Engenharia Espacial pelo INPE, trabalhou nos
cálculos para a aproximação de um veículo espacial em torno do Sol.
"Esse tema surgiu quando fui fazer doutorado
sanduíche [quando parte do curso é feito no exterior] em Portugal, pois a
pessoa que fui trabalhar lá é especialista na área. Então, eu fui para aprender
um assunto novo de uma área que está crescendo no âmbito espacial", diz
Alessandra.
Imagem: Arquivo pessoal
A pesquisadora Alessandra Ferreira ao lado de membros do
concurso Tether in Space 2019.
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Como Funciona?
Pense no funcionamento de uma catapulta. A fim de tornar
a missão menos custosa possível em relação ao gasto de combustível, o estudo
propõe que um cabo de 100 km de comprimento, fino, rígido (esse tipo de cabo é
comum nessas manobras) seja acoplado ao asteroide numa ponta e, na outra, o veículo
espacial se encaixará.
Quando se aproxima do corpo celeste (asteroide), a
espaçonave se conecta no cabo (esse "encaixe" é bastante usual nos
trabalhos de deslocamento no espaço), gira em torno do asteroide para, em
seguida, se desvencilhar e seguir a trajetória em torno do Sol.
A partir dos inúmeros cálculos de velocidade, energia e
inclinação, a manobra com a rotação do cabo altera a dinâmica do voo, gerando
mais energia para o impulso. Ela alcança o objetivo da expedição com menos
custos, não ficando dependente apenas da propulsão.
"É uma área com muito campo a ser estudado. Tether é
um assunto amplo porque, além da parte de dinâmica, tem também a parte de
engenharia e instalação do cabo e outras aplicações para o tether. Tem muito
para a ciência explorar ainda", explica.
O Que Foi Melhorado?
Até chegar ao projeto final, a pesquisadora analisou a
literatura sobre manobras espaciais. A teoria da Manobra de Estilingue
Amarrado, usada por ela, tem estudos divulgados desde 1986. A diferença desses
experimentos para o de Alessandra é que todos eram feitos em órbitas quase
circulares e num único plano de manobra.
Em seu trabalho, ela mostra ser possível economizar
combustível também em órbitas elípticas (pense na forma de um ovo ou uma bola
de futebol americano, por exemplo), que são mais próximas da realidade
encontrada na galáxia, e em 3D, ou seja, que fuja de um plano único e a
espaçonave possa ser lançada para diferentes direções - para cima, baixo,
esquerda, direita.
"A ideia foi mostrar os benefícios que uma manobra
assim pode proporcionar para modificar a órbita da espaçonave", explica.
A NASA realizou em 1992 a primeira missão TSS (sigla para
Sistema de Satélite Amarrado) consistia em um satélite, um cabo e um sistema de
implantação e recuperação de cabos que permaneciam no ônibus espacial Atlantis.
Mas problemas técnicos ocorreram e o experimento fracassou, apesar de ter
conseguido demonstrar que o conceito em si funcionava.
Quatro anos depois, o ônibus espacial Columbia tentou
continuar o experimento anterior, ao implantar um cabo de 20 km, mas que se
rompeu devido a uma descarga elétrica. Agora é torcer para que as novas
pesquisas sejam bem sucedidas na prática.
Fonte: Site Tilt do Portal UOL - https://www.uol.com.br/tilt/noticias
Comentário: Pois é leitor, tá ai, com apoio adequado e
trabalho sério podemos avançar nesta nova fronteira da civilização humana.
Enfim... Aproveito para agradecer ao nossos leitores Bernardino Silva e Rui
Botelho pelo envio desta notícia.
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