Profissionais de Engenharia Buscam Novas Oportunidades na China
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (06/03) no site da Agência
Espacial Brasileira (AEB) destacando que Profissionais de Engenharia buscam
novas oportunidades na China.
Duda Falcão
Profissionais de Engenharia Buscam
Novas Oportunidades na
China
Coordenação de Comunicação Social – CCS
06/03/2017
O engenheiro de energia solar Pedro Henrique Nogueira, 26
anos, natural de Luziânia (GO), participa do mesmo projeto de mestrado que seus
colegas, Felipe Iglesias e Renan Felipe, na Beihang University of Aeronautics
and Astronautics (BUAA), na China. Já Audrey Rodrigues de Siqueira, 26 anos, de
Jaguaraí (SP), cursa o mestrado na mesma instituição, mas diferente dos três
colegas trabalha com satélites de localização com foco em GPS.
Os quatro estudantes passaram por um rigoroso processo de
avaliação intermediado pela Agência Espacial Brasileira (AEB), parceira da
Beihang University, e hoje estão na China, concluindo o mestrado na área
espacial. Dois deles devem voltar para o Brasil no final de julho deste ano, um
já foi convidado para trabalhar em outro país, e o quarto estudante conclui o
mestrado em 2018.
Pedro Henrique conta que no primeiro semestre cursou
todas as matérias, já no segundo participava de um projeto integrador, que
envolvia todos os estudantes do mestrado. O grupo fez visitas técnicas a
Shangai para conhecer a linha de produção da Longa Marcha, à Academia Espacial,
e a empresas privadas em Xian, no centro da China, experiências que, para eles,
fizeram a diferença.
Segundo o Pedro Henrique, a diversidade e a dinâmica da
carga horária foram os fatores que mais lhe chamaram a atenção, como também
foram decisivos para ser aprovado na seleção. Pedro trabalha com sistema de
potência de energia que usa a energia solar. “Para mim foi uma oportunidade de
continuar o que eu já conhecia, mas com uma aplicação diferente. No Brasil
trabalhei com aplicação terrestre, aqui na China com aplicação espacial”,
ressaltou.
Diferencial – “No Brasil acho a engenharia um
pouco teórica, a gente aprende muito a teoria Matemática e a Física, mais do
que desenvolve e gerencia o que é um desafio para trabalhar em projetos
maiores. Aqui na China eles se preocupam mais em projetar ao invés de ensinar,
o foco está em desenvolver. A parceria da Agência Espacial Chinesa com empresas
privadas torna o processo de construção de um satélite bem mais rápido que no
Brasil”, afirmou.
Para o engenheiro, os chineses têm disponibilidade de
material e peças a um custo bem barato, não só pela aquisição de Pequim, mas
por trabalharem com empresas que produzem esse tipo de material em outras
províncias. Isso favorece a rapidez no escoamento da produção, principalmente,
em razão de o país dispor de grande número de rodovias e ferrovias. “Esse fator
contribui para que o desenvolvimento na área espacial na China seja bem forte”,
afirmou Pedro.
O engenheiro mecânico, Audrey Siqueira, graduado pela
Universidade Estadual de Guaratinguetá (UNESP), trabalhou três anos como
voluntário em programas que projetavam aeromodelos, um dos requisitos que o
ajudou a ser selecionado para o mestrado na China. Audrey também participou de
algumas competições desenvolvendo aeromodelos. No Brasil ele conquistou o
segundo lugar em uma competição, mas em um mundial, em Atlanta (EUA), seu grupo
fez o melhor avião e conquistou o prêmio. Essa competição, para ele, foi o
diferencial no processo de seleção.
Requisitos - “Eles queriam candidatos que fossem
fluentes no inglês e que conhecessem as áreas espacial e aeronáutica”. Esses
dois fatores me favoreceram, pois fiz intercâmbio pelo programa Ciências sem
Fronteira, na Alemanha, de 2012 a 2013.
Diferente dos outros três colegas que estudam
microssatélites, Audrey estuda satélites de localização, que foca em GPS, área
que segundo ele é direcionada para países em desenvolvimento que têm projetos
na área espacial, como Brasil, Peru, Bolívia, Venezuela e Paquistão. Acho que vou
trabalhar no sistema de comunicação de satélite, mas o que deve diferenciar dos
outros três colegas é a área de pesquisa.
Para o engenheiro o que diferencia o ensino do Brasil em
relação à China é que “aqui eles nos dão autonomia, aí no Brasil há o sentimento
paternal, aqui há uma relação mais profissional. Por exemplo, aqui usamos o
celular pra tudo, no Brasil somos repreendidos pelo uso do celular em sala de
aula. Aqui os professores incentivam os alunos a usarem o celular, pois se
precisarmos tirar fotos, pesquisar, temos o aparelho, a relação é diferente”.
Mesmo com culturas e população bem diferentes, Audrey
impressiona com os dados do país e diz ser inevitável não fazer comparações.
“No final dos anos 80 e início dos 90 a economia brasileira e a chinesa
representavam a mesma porcentagem na economia mundial, hoje a participação do
Brasil é de 1% e a dos chineses 12%, nota-se que em pouco tempo a China cresceu
muito e nós ficamos para trás”, concluiu.
Filho de um técnico de manutenção da Embraer e de uma
comerciante, Audrey sempre gostou da área e dos desafios da profissão e, apesar
das barreiras encontradas no país oriental, como a dificuldade com a
alimentação e com o idioma, os estudantes já se adaptaram ao novo estilo de
vida. E até a angústia em se deparar com um prato apimentado eles já tiram de
letra.
Fonte: Site da Agência Espacial Brasileira (AEB)
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