FAB Aposta em Motor de Propulsão Líquida
Olá leitor!
Veja abaixo uma nota postada hoje (31/03) no site da
Força Aérea Brasileira (FAB), tendo como destaque o projeto do Motor-foguete
L-75.
Duda Falcão
LAAD 2017
FAB Aposta em Motor de Propulsão Líquida
Concebido para impulsionar veículos espaciais, projeto
que usa etanol
finalizou primeira etapa de testes de câmara de combustão
na Alemanha
Por Tem. Jussara Peccini
Fonte: Agência Força Aérea
Publicado: 31/03/2017 08:00h
O projeto de cooperação germano-brasileira no
desenvolvimento de motor para impulsionar veículos espaciais baseados em
propulsão "verde" é um dos destaques no estande da Força Aérea
Brasileira (FAB), na maior feira de segurança e defesa no Rio de Janeiro. O
projeto L-75 usa etanol para desenvolver a tecnolgia de propulsão líquida.
Atualmente, os pesquisadores brasileiros e alemães
analisam os dados da campanha de ensaios da câmara de combustão realizada entre
julho e dezembro no ano passado em Lampoldshausen, na Alemanha. Foram cinco
anos de pesquisas até o projeto ter condições de avaliar o cabeçote de injeção,
concebido para ser o núcleo do novo motor L-75. Os testes verificaram os
parâmetros de desempenho de combustão para serem comparados com o estabelecido
no projeto.
O motor L-75 é um projeto desenvolvido pelo Instituto de
Aeronáutica e Espaço (IAE), localizado em São José dos Campos (SP), em parceria
com a Agência Espacial Alemã (Deutsches Zentrum für Luft- und Raumfahrt - DLR)
e a Agência Espacial Brasileira (AEB). O nome do L-75 tem relação com o empuxo
do motor (força que empurra) de 75 KN (quilonewtons). Para se ter uma ideia,
isso seria suficiente para tirar do chão um caminhão de 7,5 toneladas.
Os responsáveis explicam que o objetivo brasileiro nesse
projeto é capacitar equipe técnica de engenheiros e técnicos para dominar a
tecnologia de propulsão líquida. O conhecimento permite calcular e projetar os
componentes do motor inteiro. Além disso, permite capacitar a indústria
nacional para fabricar esses diversos componentes projetados e, ao final,
ensaiar esses componentes nas instalações projetadas e construídas no Brasil.
“Ao final desse ciclo o país estaria capacitado a
desenvolver a tecnologia de propulsão líquida no país. Importantíssima para ter
acesso efetivo ao espaço, por meio de lançamento de satélite”, explica Daniel
Soares de Almeira, gerente do projeto no IAE. “A tecnologia de propulsão
líquida é mais eficiente e é a que a maior parte dos países usa para ter acesso
ao espaço. No entanto, é mais complexa. Isso exige um trabalho maior, além de
desafios para a equipe técnica e para a indústria”, complementa.
Amanhã você vai saber mais sobre a importância do
Instituto de Fomento e Coordenação Industrial (IFI), um dos institutos do
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), localizado em São
José dos Campos (SP).
Fonte:
Site da Força Aérea Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br
Comentário: Bem leitor confesso que estava esperando com
ansiedade esta nota da FAB sobre o motor L75 e como temia fiquei decepcionado.
Tinha esperança de que o COMAER mudasse de postura e dissesse a verdade a
Sociedade Brasileira sobre este projeto. Mas continua com a mesma postura
dizendo que o objetivo é capacitar equipe técnica de engenheiros e técnicos
para dominar a tecnologia de propulsão líquida, ou seja, conversa fiada que se
finalizado for irá acabar virando peça do MAB de São José dos Campos sem
qualquer utilidade. Caro leitor, para que você possa entender melhor, imagine
se os pesquisadores russos envolvidos com a missão do Sputnik-1 tivessem este
mesmo ‘OBJETIVO’ em pauta, este satélite certamente não teria sido lançado em
1957. O que a FAB chama de ‘OBJETIVO’ leitor, na verdade não passa de uma ‘CONSEQUÊNCIA’
natural do processo de desenvolvimento, o que vem demonstrar que há algo de muito
errado com este projeto, em outras palavras, não é um projeto sério. O objetivo
leitor (se realmente fosse um projeto sério) deveria ser de desenvolver um
motor-foguete liquido que realmente fosse útil para atender os projetos de
veículos lançadores previstos no PEB, e ai
sim com o conhecimento adquirido servir como ponto de partida para o desenvolvimento
de motores líquidos ainda maiores. Além do mais, não podemos esquecer do
comentário do Eng. Fausto Ivan Barbosa (participante do Projeto quando atuava
no IAE e hoje trabalhando no ITA) com relação ao uso deste foguete no ainda
esperado VLS Alfa. Ele disse: “O L75 não possui desempenho compatível com a
necessidade do VLS ALFA, no sentido de que o impulso específico deveria ser, no
mínimo, 15% maior, como demonstram estudos realizados à época do lançamento do
natimorto Programa Cruzeiro do Sul” (veja aqui). Bom leitor, se ele não serve
para o VLS-Alfa, e o VLS-1 já era, ele será usado em que lançador? Numa versão
potencializada do VLM-1? Bom leitor, pelo suposto ‘OBJETIVO’ do projeto citado acima,
em nenhuma dessas opções, em outras palavras, vai virar peça do MAB, ou seja, dinheiro
jogado no lixo. Conheci no IAE em 2010 o Eng. Daniel Soares de Almeida, gerente
deste projeto e tive à época uma excelente impressão dele, mas confesso que, eu em
seu lugar, como servidor público, jamais trabalharia em projetos que não fossem
verdadeiramente úteis a minha sociedade. Como Brasileiro, me sinto ludibriado e revoltado com toda essa história. Enfim...
O PEB está na UTI e alguns, heroicamente e com o risco de se queimarem, administram o remédio que está às mãos. Acontece que só tem aspirina, quando o problema da dor de cabeça é um processo altamente infeccioso. E começa pela cabeça, onde se tem um presidente da República que nada mais representa que o continuísmo de uma era inglória de corrupção e destruição das instituições republicanas. Michel Temer, até poucos dias atrás era um vice-presidente "inútil" que somente conseguiu falar algo para a presidente através de uma cartinha. E não se esqueçam que ele também era o presidente do PMDB, o partido que mais se envolveu em corrupção em todos os tempos; desde os anos 1980/90 a maioria dos políticos envolvidos com desvios de verba foram do PMDB. Hoje, Michel Temer governa em conluio com deputados e senadores corruptos e, sob a triste realidade de que seus "homens de confiança" são quase todos, das regiões Norte e Nordeste, que mais deram políticos corruptos ao Brasil. alguém pode esperar algo de bom de uma turma dessas? A FAB e o INPE estão sós nessa luta, porque a AEB também está no mesmo barco, necessitando de apoio de um governo totalmente perdido e cujo mandatário vendeu a lama ao diabo para continuar no poder, indiferente ao que seja bom ou mau para o Brasil. E olha, que agora nem cartinha mais ele manda, mas continua "inutilmente" à frente de um desgoverno que leva o Brasil e os brasileiros para o caos.
ResponderExcluirÉ um demonstrador tecnológico de um motor de estágio superior. Feito esse que tem sim o reconhecimento de especialistas no mundo todo. A equipe do L75 está de parabéns.
ResponderExcluirNão, não serve para o VLS-Alpha mas também esse foguete nunca saiu do projeto conceitual. Ele não tem desempenho inferior até por que não existem motores do tipo para serem comparados. Ele tem ISP menor que um a querosene, sim, mas é só questão de se projetar o veículo levando isso em conta. Nós temos a tecnologia para produzir etanol e NÃO TEMOS a tecnologia pra produzir o RP-1 usado nos foguetes a querosene. Então até mesmo esses 15% são irrelevantes.
O curioso é que você tem noção do quanto é difícil fazer as coisas por aqui e nem assim consegue enxergar o quão significativo é o sucesso destes testes.
Olá Bruno!
ExcluirSimples, eu nunca, nunca em minha vida, que fique bem claro, trabalhei em algo para virar peça de museu, e não creio que especialistas sério deveriam ter isto em vista, o que vocês chamam de de "OBJETIVO" é na verdade uma "CONSEQUÊNCIA". Quando o projetos foi divulgado e passado para sociedade e para mim, foi dito seria um motor para ser usado num veículo lançador que na época era o VLS-Alfa. Vocês mudaram o combustível de querosene para alcool, diminuíram o ISP do mesmo, e para que? Fazer um motor para virar a galinha dos ovos de ouro do MAB? Tenha santa paciência. E depois, vão levar quantas décadas para desenvolver um motor de verdade e o veículo para impulsioná-lo? Desculpe-me Bruno, mas como brasileiro não posso concordar com isso e não vou.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
O desenvolvimento de tecnologias complexas exige tempo, recursos e planejamento, ou seja, mesmo sendo desenvolvendo em escala progressiva, tem-se de ter a certeza de onde se quer chegar e a aplicação objetiva de tal tecnologia. Mas aqui fica claro o quanto as autoridades responsáveis pelo PEB estão perdidas, porque gastar dinheiro e recursos humanos apenas para desenvolver um demonstrador tecnológico, sem aplicação pelo menos para os próximos 20 anos (ou mais?) não é minimamente razoável. Mas a turma tem essa mania de trabalhar para formar recursos humanos. Os caras fazem uns 30 mestrados e uns 10 doutorados em cima de uma coisa inútil e que ficará, em breve, empoeirando em uma prateleira.
ExcluirO V2 era movido a etanol e serviu de base pros foguetes soviéticos e americanos. Como estágio superior, o L75 serve muito bem. Como a Chrystynna bem disse, o L300 teria 4 L75 como primeiro estágio.
ResponderExcluirOlá Emerson!
ExcluirSe serve ou não, não é a questão aqui, apesar do especialista dizer que pelo menos para atender o VLS-Alfa ele não serve. A questão Emerson é que eles não estão desenvolvendo um motor para ser realmente utilizado, este não é o objetivo do projeto. Em resumo, estão jogando dinheiro no lixo.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Usa turbobombas en esta prueba?
ResponderExcluirHola Gabriel Collia!
ExcluirDe hecho, el proyecto prevé el uso de turbo bomba sí. Pero no sé puede saber si esta prueba ya estaba usando el turbo bomba. Sin embargo, yo no lo creo.
Saludos desde Brasil
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
As V2 e só elas,ninguém mais.O que só esses pesquisadores vê no etanol que ninguém mais foi capaz de ver.Por que não dar um passo à frente e desenvolver um propulsor a metano, como a SpaceX e outros estão fazendo.
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