No Brasil, Telescópio Russo Vai Monitorar Lixo Espacial e Proteger Satélites de Colisão
Olá leitor!
Segue abaixo nota postada hoje (30/03) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), destacando que no Brasil, Telescópio Russo vai monitorar Lixo Espacial e Proteger Satélites de Colisão.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
No Brasil, Telescópio Russo Vai Monitorar
Lixo Espacial
e Proteger Satélites de Colisão
Fruto de uma parceria entre o Laboratório Nacional de
Astrofísica e a ROSCOSMOS,
telescópio será inaugurado nesta quarta-feira (5).
Iniciativa favorece a cooperação
científica com a Rússia, que tem grande tradição em
astronomia.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 30/03/2017 | 08:00
Última modificação: 29/03/2017 | 18:40
Crédito: LNA
Numa parceria com o LNA, telescópio russo foi instalado
no Observatório do Pico dos Dias, em Minas Gerais.
|
A partir da próxima semana, os satélites de comunicação
que circulam na órbita da Terra terão menos risco de colisão com detritos
espaciais. Com isso, as redes de telecomunicação do Brasil e do mundo ficam
mais protegidas, diminuindo as chances de terem os serviços temporariamente
inoperantes. Tudo isso graças ao telescópio russo instalado no Observatório do
Pico dos Dias, em Brazópolis (MG), para monitorar o lixo espacial. O
equipamento é fruto de uma parceria entre a ROSCOSMOS, a agência espacial da
Rússia, e o Laboratório Nacional de Astrofísica, unidade de pesquisa do
Ministério da Ciência, Tecnologia Inovações e Comunicações (MCTIC).
Primeiro telescópio da ROSCOSMOS no hemisfério sul, o
equipamento será inaugurado na próxima quarta-feira (5), mas, ainda na fase de
testes, foi capaz de detectar cerca de 200 detritos espaciais numa única
imagem. "Existe uma preocupação em proteger os satélites da Rússia e do
mundo inteiro dos detritos espaciais e, com isso, garantir que os serviços dos
satélites não sejam comprometidos. Tudo que utilizamos no dia a dia corre risco
de interrupção caso um satélite em órbita seja danificado", explica o
diretor do LNA, Bruno Castilho.
Segundo ele, o telescópio é importante para o cidadão e
também para as pesquisas astronômicas desenvolvidas no Brasil. "Vamos ter
acesso a uma grande quantidade de dados sem custos para o país, com acesso para
todos os pesquisadores interessados", acrescenta.
Base de Dados
Com o novo equipamento, um investimento de R$ 10 milhões
feito pela ROSCOSMOS, o LNA poderá detectar e mapear detritos na órbita do
planeta, fragmentos de foguetes e pedaços de satélites que vagam pelo espaço,
para criar uma base de dados com a localização e a trajetória dos objetos que
apresentam risco de colisão com satélites artificiais ativos ou, no caso de
objetos maiores, com o planeta Terra depois de entrar na atmosfera. A base de
dados, que ficará sob responsabilidade da agência russa, vai orientar a adoção
de medidas para evitar eventuais colisões.
"O LNA vai ter cópia de todas as imagens, que
poderão ser usadas para pesquisas em astronomia, supernovas, estrelas variáveis
e asteroides. Todos os astrônomos brasileiros poderão utilizar os dados, desde
que apresente um projeto de pesquisa solicitando as imagens para determinado
fim", afirma Castilho.
Por Que o Brasil?
Em novembro de 2016, uma equipe russa desembarcou no
Brasil e se juntou a pesquisadores brasileiros para dar início à instalação do
telescópio na cúpula de seis metros de diâmetro no Observatório do Pico dos
Dias. O que a ROSCOSMOS quer é fotografar "essa parte do céu" para
ampliar o mapeamento da órbita terrestre e o monitoramento do lixo espacial. A
agência possui um telescópio semelhante na Rússia que acompanha a movimentação
dos objetos "na parte norte" da órbita terrestre.
"A Rússia queria um instrumento desses no hemisfério
sul. Para a escolha do Brasil e do Observatório do Pico dos Dias foram
considerados vários fatores que vão desde a localização, passando pela
infraestrutura do LNA e dos nossos laboratórios. A inauguração desse telescópio
é fruto de um convênio de cooperação científica dentro do acordo dos BRICS, assinado
em 2016", esclarece o diretor do LNA.
Desde a assinatura do acordo de cooperação científica até
a inauguração do telescópio, o projeto cumpriu todas as etapas do seu
cronograma dentro do prazo estipulado de um ano. "Foi tudo exatamente
dentro do cronograma. Os equipamentos chegaram em outubro, os profissionais
russos responsáveis pela instalação e orientação da equipe brasileira em
novembro e, em fevereiro, a montagem foi concluída. Em um ano desde a
assinatura do projeto, o equipamento foi consolidado e entra em operação
funcionando perfeitamente."
A Fundação de Apoio à Pesquisa de Itajubá (FUPAI) vai
gerenciar os recursos de operação e manutenção do equipamento e os custos da
equipe. No dia 5 de abril, um engenheiro russo desembarca no Brasil para
treinar os técnicos brasileiros que vão comandar o telescópio. "Estamos
abrindo uma porta de colaboração com a Rússia, que tem enorme tradição na
astronomia. Esse acordo é uma abertura para novos acordos futuros. O prazo
inicial de operação do telescópio é de seis anos, renovável até quando o
projeto de mapeamento dos detritos for importante", diz Castilho.
A instalação do telescópio faz parte do projeto da
Agência Espacial Russa intitulado Panoramic Electro-Opical System for Space
Debris Detection (PanEOS) que prevê a construção e operação de uma rede de
instalações desse tipo de telescópio na Rússia e em vários outros pontos do
planeta. A África do Sul, também dos BRICS, é um dos países do hemisfério sul
onde a ROSCOSMOS pretende instalar outro exemplar desse telescópio.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação
e Comunicações (MCTIC)
Comentários
Postar um comentário