Programas Para os Setores Aeroespacial e de Defesa Avançam
Olá leitor!
Segue abaixo um artigo publicado ontem (21/10) no site do
Jornal Valor Econômico e postado no dia de hoje no site da Força Aérea
Brasileira (FAB), destacando os programas para os Setores Aeroespacial e de
Defesa estão avançando.
Duda Falcão
Programas Para os Setores Aeroespacial
e de Defesa Avançam
Virgínia Silveira
Jornal Valor Econômico
De São José Dos Campos
21/10/2015
Os desafios políticos e econômicos enfrentados pelo Brasil em
2015 não abalaram a confiança da indústria aeroespacial e de defesa francesa no
potencial do mercado brasileiro. Embora em ritmo mais lento, as atividades
relacionadas aos três principais projetos desenvolvidos atualmente em parceria
entre os dois países - satélite geoestacionário de defesa e comunicações
estratégicas, submarinos e helicópteros - continuam avançando.
A França, segundo o diretor do Departamento de Produtos de
Defesa (DEPROD), do Ministério da Defesa (MD), brigadeiro José Augusto Crepaldi
Affonso, sempre foi um parceiro histórico do Brasil na área de defesa, não só
por sua proximidade cultural mas também por ser uma nação com tradição e
independência tecnológica, garantindo transferência de tecnologia sem
restrições.
"Esta fase ruim da economia logicamente afeta os
contratos públicos, que sofrem os efeitos da redução de investimentos. Todos os
projetos estão adequando seus cronogramas contratuais à realidade orçamentária
atual", explicou. Os atrasos na execução dos contratos, segundo o
brigadeiro, é uma realidade, mas o MD e as Forças Armadas têm procurado manter
as atividades, para não perder o time responsável pela absorção tecnológica dos
programas.
Os desafios do orçamento, na visão do presidente da Helibras,
empresa controlada pelo grupo Airbus Helicopters, Eduardo Marson, têm impactado bastante a carga de trabalho da
empresa, mas a busca por novos mercados tem sido a
estratégia para manter a capacitação e os investimentos que foram realizados
nos últimos seis anos.
Para se adaptar ao novo cenário, a Helibras precisou fazer
ajustes e reduzir seu plano de ter mil funcionários este ano para 700. A
empresa investiu R$ 430 milhões na construção da linha de produção dos
helicópteros H225M para as Forças Armadas brasileiras. Outros R$ 80 milhões
foram investidos este ano nas instalações do centro de treinamento e
simuladores da empresa no Rio de Janeiro.
"Esse novo investimento marca mais uma etapa do contrato
H-XBR de fornecimento de 50 helicópteros, transferência de tecnologia e
produção de diversos itens pela indústria nacional", ressaltou.
Apesar das dificuldades, o acionista controlador da Helibras
tem mantido seus planos de investimento de longo prazo no Brasil, o que
permitiu que a empresa brasileira fosse
reconhecida como referência número um em capacidade de engenharia entre todas
as 30 filiais do grupo no mundo. "Estamos
capacitados a desenvolver projetos de alta complexidade como o do helicóptero
100% nacional, embora este projeto tenha sido adiado em alguns anos devido a
conjuntura atual", afirmou.
A Helibras, afirma, está no Brasil há 38 anos, onde produziu
mais de 800 aeronaves e cumpriu a missão designada pelo governo brasileiro de
construir no país a única indústria de aeronaves rotativas da América Latina.
A importância do mercado brasileiro também é destacada pela
francesa Thales. "O Brasil é um mercado chave para a companhia, pois faz
parte de nossa estratégia global de crescimento sustentável focado nos mercados
emergentes", ressalta o vice-presidente da Thales para América Latina,
Ruben Lazo. Mais de 70% dos
radares de tráfego aéreo instalados hoje no país foram fornecidos pela Thales,
que está no Brasil há quase 50 anos. Por meio da Thales Alenia Space o grupo
francês investiu R$ 15 milhões este ano na instalação de um centro tecnológico
espacial no Parque Tecnológico de São José dos Campos.
O local, segundo o executivo, permite uma interação maior da
empresa com suas parceiras em atividades espaciais, como a Visiona (joint-venture entre a Embraer e a Telebrás), e o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE). A Thales Alenia Space foi contratada pela Visiona para
fornecer o satélite SGDC.
Desde o início do projeto, em 2013, o satélite recebeu R$ 1,4
bilhão. Para este ano, segundo a Telebras, estão previstos mais R$ 700 milhões
para o projeto. O lançamento do satélite, o primeiro a ser totalmente
controlado pelo governo, está previsto para o segundo semestre de 2016.
"Além de atender ao Plano Nacional de Banda Larga do
governo brasileiro, levando comunicação digital para as zonas mais remotas do
país, como programa de Estado o satélite geoestacionário vai garantir mais segurança às comunicações
estratégicas do país", afirmou o diretor de política espacial e investimentos
estratégicos da Agência Espacial Brasileira (AEB), Petrônio Noronha de Souza.
Em meados de setembro a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) e a AEB lançaram um edital no valor de R$ 53 milhões
para incentivar projetos de transferência de tecnologia voltado para as
empresas nacionais interessadas em absorver novas tecnologias na área de
satélites.
O processo de transferência de tecnologia espacial faz parte
do acordo firmado entre a AEB e a Thales Alenia Space no âmbito do projeto do
satélite SGDC. Até o momento, apenas a empresa brasileira CENIC participa do
projeto, com o desenvolvimento de dois painéis do satélite. A empresa também se
qualificará para se tornar um fornecedor de nível mundial da Thales.
Cerca de 40 engenheiros do INPE, Visiona, AEB, Telebras e das
Forças Armadas também já estão sendo treinados nas instalações da Thales Alenia
Space, em Cannes, na França, desde o início deste ano. O objetivo do treinamento é capacitá-los na operação das
estações de controle do satélite e no desenvolvimento de componentes de
satélites.
Fonte: Site da Força Aérea
Brasileira (FAB) - http://www.fab.mil.br
Comentário: No final do penúltimo parágrafo do artigo tem
algo sobre a CENIC que eu chamo a sua atenção leitor: “A empresa também se qualificará para se
tornar um fornecedor de nível mundial da Thales”. Pois é, será que entre
os nossos leitores existe alguém que pode imaginar o que isso significa?
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