Há 50 anos, Astronauta Neil Armstrong Pisava em São Paulo Antes de Dar Primeiros Passos na Lua

Olá leitor!

Segue abaixo uma interessante matéria postada hoje (21/10) na página do Acervo Folha do site do jornal “Folha de São Paulo”, tendo como destaque a passagem por São Paulo em 1966 dos astronautas americanos Neil Armstrong e Richard Gordon.

Duda Falcão

ACERVO FOLHA

Há 50 anos, Astronauta Neil Armstrong
Pisava em São Paulo Antes de
Dar Primeiros Passos na Lua

Por Alberto Nogueira
21/10/2016 02:00


Foi no dia 21 de outubro de 1966 que os astronautas Neil Armstrong (1930-2012) e Richard Gordon chegaram a São Paulo.

A visita fazia parte de uma turnê por 22 cidades da América Latina, idealizada pelo governo dos EUA, para “compartilhar” seus feitos espaciais com as demais nações. Antes da capital paulista, a dupla esteve em Brasília (no dia 17 de outubro) e Rio de Janeiro (de 18 a 20).

Um mês antes, Gordon fora ao espaço com Charles Conrad a bordo da Gemini 11. Já Armstrong havia viajado na Gemini 8 em março daquele ano, na companhia de David Scott.

Chamou a atenção em São Paulo, entretanto, a pompa com que Armstrong (à dir., na foto acima) e Gordon (à esq., na foto acima) foram recepcionados. Primeiro, pela forma como chegaram, a bordo de um Convair 440, da frota presidencial americana. Depois, pela carreata que promoveram pelas ruas da cidade.

DESFILE

Após serem recebidos pelo secretário do governo estadual, Paulo Machado de Carvalho, em um palanque montado no Aeroporto de Congonhas, os astronautas partiram para se encontrar com o governador Laudo Natel.

O trajeto até o Palácio dos Bandeirantes, no Morumbi (zona oeste), foi feito por uma comitiva com 15 carros. As estrelas do dia estavam em um Chevrolet conversível azul, seguidos por suas esposas Janet Armstrong e Barbara Gordon, acomodadas em um Cadilac do governo do Estado.

Na frente, dois veículos anunciavam pelas ruas as atrações que estavam por vir: “Alô, Alô, senhores ouvintes. Dentro de alguns instantes estarão passando por aqui os astronautas Gordon e Armstrong, das cápsulas Gemini 8 e Gemini e 11” –na verdade, o locutor inverteu as espaçonaves em que cada astronauta viajou.

No restante da frota estavam os demais integrantes da Nasa, outras autoridades paulistas e, em cima de dois carros do Corpo de Bombeiros, a imprensa. A escolta foi feita por policiais militares e por helicópteros da FAB (Força Aérea Brasileira).

Nas ruas, os curiosos formavam aglomerações para acompanhar os americanos, mas quem se impressionava mesmo com a visita foram as crianças. Ao passar pela rua Joaquim Nabuco, no Brooklin, alunos do Grupo Escolar Mario de Andrade cercaram o carro dos astronautas, que pararam para cumprimentá-las.

(Foto: 21.out.1966/Folhapress)
Crianças cercam carro com os astronautas Neil Armstrong
e Richard Gordon rua Joaquim Nabuco.

‘O BRASIL É UM MUNDO AZUL’

Diante do governador Laudo Natel, no primeiro compromisso oficial da viagem, Armstrong e Gordon o presentearam com um álbum de fotografias coloridas do Brasil, feitas do espaço, durante voo da Gemini 11.

Bastante simpático e à vontade, Armstrong disse que “O Brasil é um mundo azul”, ao explicar a predominância da cor nas imagens. Depois, aproveitou para elogiar o café servido.

Ao deixarem o Palácio dos Bandeirantes, as estrelas do espaço partiram para o Othon Palace Hotel, no centro, onde se hospedaram e falaram com a imprensa. Próximos de seu destino, foram festejados com uma chuva de papel picado atirada dos prédios.

Ao lado de George Low, vice-diretor do Centro de Voos Espaciais da NASA, os astronautas responderam a todo tipo de pergunta.

A Low coube amenizar a disputa com os soviéticos (“Não é fácil dizer que qual dos países está mais adiantado em relação ao programa espacial, pois não se trata de uma corrida de homens ao espaço, nem ela pode ser medida.”) e enfatizar o trabalho que os EUA realizavam com 71 nações para a exploração do espaço, inclusive com a União Soviética.

Já Armstrong e Gordon respondiam a questões que iam desde os trajes utilizados por eles nas recentes missões no cosmos até a visualização de óvnis. As Geminis 8 e 11 foram responsáveis por terem feito a primeira acoplagem no espaço (com o satélite Agena) e batido o recorde de altitude (1.367,94 km), respectivamente.

“Realmente vi, em minha viagem espacial, um objeto que refletia a luz solar. Mas não consegui identificá-lo. Radares na Terra também conseguiram captar, mas não creio que fossem discos voadores”, explicou Gordon.

Armstrong contou sobre a experiência da primeira acoplagem feita no espaço. Apesar do sucesso da missão, a Gemini 8 teve sua volta antecipada por problemas: “O acoplamento com o foguete Agena foi o mais sério perigo enfrentado no programa espacial, a ponto de exigir o uso do sistema de emergência”.

Por Acervo UH/Folhaspress
Os astronautas Neil Armstrong e Richard Gordon
cumprimentam o público paulistano.
Crianças cercam o Chevrolet azul que conduz Gordon
e Armstrong pelas ruas da capital paulista.
O público acompanha o desfile da dupla de astronautas
pelas ruas da cidade de São Paulo.
Os astronautas americanos são recebidos por multidão no
Palácio do Bandeirantes, em São Paulo.
Armstrong (esq.) e Gordon (dir.) entregam álbum de fotografias
do Brasil feitas do espaço ao governador de SP, Laudo Natel.
Os astronautas Neil Armstrong e Richard Gordon concedem
entrevista coletiva à imprensa no Othon Palace Hotel. 
O astronauta Richard Gordon entrega fotografia da cápsula
Gemini 11 ao prefeito de São Paulo, brigadeiro Faria Lima.
Os astronautas americanos posam ao lado de suas esposas
em frente ao Monumento as Bandeiras, no Ibirapuera
.
Os astronautas americanos Neil Armstrong e Richard Gordon
apreciam o avião 14 Bis na companhia de suas esposas.
Os astronautas Neil Armstrong e Richard Gordon se despedem
de São Paulo e partem rumo a Assunção, no Paraguai.

HOMENAGEM

Após se encontrarem com o prefeito Faria Lima -que ganhou uma foto da Gemini 8- no Monumento às Bandeiras, os astronautas seguiram até o Museu da Aeronáutica, em momento histórico.

Lá, além de assinarem o livro de honra, eles ofertaram uma placa de bronze em homenagem ao pai da aviação do Brasil. “Ao gênio do grande brasileiro Santos Dumont, por suas contribuições para a ciência aeroespacial. Neil Armstrong e Richard Gordon, astronautas dos EUA” foi a mensagem gravada no presente.

As aeronaves expostas no museu chamaram a atenção da dupla americana, em especial o 14-Bis de Dumont e o hidroavião Jahu, que foi de Genova a São Paulo em 1927, sob o comando de João Ribeiro de Barros.

Armstrong e Gordon também fizeram questão de posar para fotos com Ada Rogato (1910-1986), em frente ao monomotor em que ela fez um voo solitário pelas três Américas, em 1951. O feito da aviadora –reconhecido mundialmente– foi contado por ela própria aos visitantes, que não pouparam elogios.

DEGUSTAÇÃO

Antes de partirem para Assunção (Paraguai), Neil Armstrong e Richard Gordon participaram de um último compromisso em São Paulo: uma palestra no Mackenzie, para cerca de 2.000 pessoas.

Os temas não mudaram muito em relação à entrevista concedida naquela tarde. No auditório, alguns doces concentrados, levados ao espaço pelos astronautas, foram distribuídos à plateia. Mas quem experimentou disse que o gosto nada se parecia com os das frutas mencionadas pelos palestrantes.

Os integrantes da NASA, Armstrong e Gordon puderam falar ao público sobre os próximos passos do programa espacial, como o projeto Apollo. O vice-diretor do Centro de Voos Espaciais da agência norte-americana, George Low, comentou sobre a possibilidade de o homem chegar à Lua até 1970. E ele estava certo em sua previsão.

A bordo da Apollo 11, em 20 de julho de 1969, Neil Armstrong foi o primeiro homem a pisar no satélite da Terra. No momento, uma frase dita por ele acabou eternizada: “Um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a humanidade”.

(Foto: Associated Press/NASA)
Os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin fincam
bandeira dos EUA na Lua, em julho de 1969.


Fonte: Site do Jornal Folha de São Paulo - 21/10/2016

Comentário: Pois é leitor, nada contra, esses astronautas eram na época (e ainda são) heróis da humanidade e tinham de ser realmente homenageados em sua passagem pelo Brasil. Entretanto, fico a me perguntar, e quando teremos heróis como esses para homenagearmos? Será que o astronauta Marcos Pontes foi homenageado com a mesma pompa quando retornou ao Brasil após o seu voo histórico? Esta é uma das razões por que os EUA é uma grande nação, país onde se cultua seus heróis e onde se criou um ambiente propício para a formação de novos heróis. Enquanto isto no Brasil, na contramão do verdadeiro desenvolvimento formamos, LULAS, DILMAS, ITAMAS, CARDOSOS, COLORS, MERCADANTES, e BRAGA COELHOS da vida. A nossa situação é gravíssima.

Comentários

  1. desde Dezembro de 1941 , que o Japão bombardeou Pearl Harbor , que o Brasil e as Forças Armadas transformou a Nação em Colônia dos E.U.A.
    .
    somos uma Sub-Raça, o Brasil é 3° mundo Corrupto , egoísta , ganancioso , vejam que o Exercito está ao lado , cuidando deles e descendo a madeira na Sociedade.

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  2. os Brasileiros desenformados e com lavagem cerebral da Rede Globo , que foi criada pelos EUA, para programar a Sociedade Brasileira , insistem em noticiar que eles são Americanos, e que o Brasil não faz parte da América, ou seja que os Brasileiros não Americanos e que a América do Sul , não existe, só que Existe é os EUA, enquanto existir Brasileiros Puxa Sacos dos Estadunidenses , nossa Nação será uma Colônia Escrava de Tio Sam.

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  3. A conquista do tenente-coronel Pontes, que merece todo o meu respeito por seu trabalho, foi uma conquista pessoal, e não da sociedade brasileira. Por isso não houve uma recepção de herói. E ainda bem que não houve, pois seria constrangedor.

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    1. Olá Marcio!

      Respeito a sua opinião, mas discordo. Não que não tenha sido também uma conquista pessoal para ele, como foi também para o Neil Armstrong quando se tornou o primeiro homem a andar sob a superfície da Lua. O tenente-Coronel Marcos Pontes como conquista pessoal foi o primeiro brasileiro no espaço, mas o que permitiu estas conquistas, tanto para o Marcos Pontes como para o Armstrong foram missões de alto risco estabelecidas pelas suas nações. Ambos foram selecionados, treinados adequadamente e cumpriram com exito o que foi estabelecido pelos representantes de suas respectivas sociedades, e portanto deveriam ser homenageados. O Armstrong foi, não só pela sociedade americana, o Marcos Pontes não. Vale lembrar que o primeiro homem no espaço (Yuri Alekseievitch Gagarin) e o primeiro americano no espaço (Alan Bartlett Shepard Jr) ambos foram adequadamente homenageados como heróis por suas sociedades, bem como o primeiro francês, o primeiro italiano, o primeiro alemão, o primeiro japonês, enfim...

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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