Pesquisa do INPE Registra Baixas Emissões de Gases na Caatinga, mas Cenário Pode Mudar
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (24/10) no do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicações (MCTIC), destacando que pesquisa do instituto registra Baixas Emissões de Gases na Caatinga, mas cenário pode mudar.
Duda Falcão
Pesquisa do INPE Registra Baixas Emissões de
Gases na
Caatinga, mas Cenário Pode Mudar
Resultados do monitoramento em duas áreas da Caatinga
revelam que as
Emissões foram significativamente menores durante a seca,
mas atividade
como agricultura e pecuária podem impactar tendência para
o futuro.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 24/10/2016 | 09:00
Última modificação: 21/10/2016 | 19:41
Crédito: Reprodução da internet
Segundo os cientistas, regiões áridas e semiáridas
ocupam
41% do planeta.
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Pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) monitoraram duas regiões da Caatinga, uma de mata nativa e
outra de pasto, e concluíram que as mudanças do uso do solo não apresentaram
impacto significativo nas emissões de gases do efeito estufa. Os cientistas
observaram ainda que as emissões na Caatinga são relativamente baixas quando
comparadas com as de outros biomas. Apesar disso, os dados não devem ser
ignorados uma vez que regiões áridas e semiáridas ocupam 41% do planeta e
sofrem o intenso impacto de atividades humanas, como agricultura e pecuária.
"O objetivo foi investigar se o uso da terra e as
consequentes mudanças na cobertura do solo alteram os ciclos biogeoquímicos e
as emissões de gases do efeito estufa na Caatinga, que abrange uma área de
844.453 km² do território brasileiro, um bioma de grande biodiversidade
endêmica e com outras características particulares que o fazem exclusivamente
brasileiro", explicou o pesquisador Jean Pierre Balbaud Ometto, do INPE.
Os resultados do monitoramento, realizado em 2013 e 2014
no município São João (PE), revelam que as emissões de óxido nitroso (N2O) e de
dióxido de carbono (CO2) foram significativamente superiores às de metano
(CH4), mas não houve diferenças consideráveis entre as medições feitas na
vegetação nativa e na área de pasto. Por outro lado, as condições de
temperatura e de umidade do solo impactaram significativamente as alterações
das emissões de gases.
Seca
De acordo com o estudo, realizado com apoio da FAPESP, as
emissões foram significativamente menores durante a estação seca, que reduz a
matéria orgânica, a disponibilidade de nutrientes e a atividade microbiana. Já
a ocorrência de chuva estimula atividades microbiológicas e o aumento das
emissões de CO2 e N2O.
"A exposição direta da superfície do solo à radiação
solar altera sua dinâmica microbiológica em virtude das altas temperaturas, o
que influencia as emissões de gases do efeito estufa. A umidade do solo também
é essencial para a emissão desses gases, especialmente do nitrogênio, pois a
atividade microbiana no solo e a decomposição da matéria orgânica dependem da
disponibilidade hídrica", afirmou o pesquisador Eráclito Sousa Neto,
também do INPE.
Ele alerta, no entanto, que outras variáveis podem
impactar as emissões. "As variáveis ambientais de temperatura e umidade do
solo são importantes reguladores das emissões de gases. No entanto, a
variabilidade elevada do clima e das precipitações, típica da Caatinga,
associada a alterações antrópicas dificulta determinar as tendências de
emissões para o bioma."
Segundo os pesquisadores, os resultados do monitoramento
revelaram que as emissões de gases do efeito estufa na região estudada são
muito baixas, porque se trata de um sistema de dinâmica relativamente lenta,
mas nem por isso são menos importantes.
"Quando se comparam as emissões da Caatinga com as
de outros biomas, elas são relativamente baixas por conta de fatores como a
dinâmica de decomposição do solo, a disponibilidade hídrica e uma cobertura
vegetal menos pujante em termos de quantidade de carbono. No entanto, áreas
áridas e semiáridas estão representadas em todos os continentes, cobrindo uma
região importante do planeta e, geralmente, largamente ocupadas por atividades
humanas, como o pastoreio e a agricultura de pequena escala, com processos
antrópicos históricos e intensos", disse Ometto. "A Caatinga
brasileira integra esse cenário, que não deve ser ignorado."
Como o Nordeste brasileiro deve enfrentar prolongados
períodos de seca intensa, a ciência tem papel importante para minimizar os
impactos nas atividades agrícolas e pecuárias.
"Estamos falando de um número muito grande de
pessoas que dependem da atividade agrícola e da pecuária de pequena escala, com
uma perspectiva de sofrer impactos de secas mais frequentes e prolongadas, o
que nos exige avanços científicos sobre as dinâmicas do funcionamento dos
ecossistemas, dos sistemas de produção e da integração de diversos processos
ambientais pelos ciclos bioquímicos. A Caatinga, em especial, passa por longos
períodos naturais de seca que causam perdas nas colheitas e na produtividade da
pecuária, tendo um impacto grave sobre a população", acrescentou.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação e
Comunicações (MCTIC)
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