Acordo ITA-UEMA Expande Formação de Quadros Pós-Graduados
Olá leitor!
Trago agora uma notícia complementar sobre o tal acordo educacional assinado entre o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e a
Universidade Federal do Maranhão (UEMA), notícia esta publicada na edição de setembro do Jornal do SindCT.
Duda Falcão
CIÊNCIA & TECNOLOGIA
Acordo ITA-UEMA Expande
Formação de Quadros Pós-Graduados
Parceria pode fazer do nordeste um novo centro de
referência do Setor Espacial Brasileiro
Antonio Biondi e
Cristina Charão
Jornal do SindCT
Edição nº 50
Setembro de 2016
Convênio firmado entre a Universidade Estadual do
Maranhão e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica prevê criação de cursos de
pósgraduação na área aeroespacial, com forte vinculação ao Centro de Lançamento
de Alcântara. Uma parceria entre a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e o
Instituto de Tecnologia da Aeronáutica (ITA) pode fazer surgir no Nordeste um
novo centro de referência de formação tecnológica e produção científica na área
aeroespacial.
Assinado em agosto, o Termo de Cooperação Técnica e
Acadêmica entre as duas instituições prevê o intercâmbio de informações, troca
de experiências e de conhecimentos técnicos e acadêmicos, mobilidade docente e
outras atividades científicas na área da Engenharia de Computação com foco no
setor aeroespacial.
A parceria será concretizada em duas etapas. A primeira é
a oferta de uma turma especial do Curso de Mestrado Profissional em Engenharia
de Computação e Sistemas da UEMA, com ênfase na área de Concentração em
Computação Aplicada, na linha de pesquisa em Sistemas Computacionais aplicados
à Engenharia Aeroespacial, cujas inscrições para seleção serão abertas nas
próximas semanas.
“Já conseguimos fechar a oferta de 16 bolsas integrais
com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Maranhão e estamos atrás de outras
quatro bolsas para podermos oferecer o total de 20 vagas previstas”, explica
Henrique Mariano, coordenador do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de
Computação e Sistemas.
Na segunda etapa, deverá ser criado um curso específico
de mestrado para a área Aeroespacial. Segundo Mariano, o projeto já foi
apresentado à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
(Capes), órgão do Ministério da Educação (MEC). Em ambas as iniciativas, haverá
participação do corpo docente das duas instituições de ensino e pesquisa.
Na ocasião da assinatura do termo de cooperação, o reitor
do ITA, Anderson Ribeiro Correia, lembrou que o instituto tem contribuído com
as atividades do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), “estratégicas para o
Comando da Aeronáutica e também para o país”, e afirmou que agora, com a
parceria, “oferece um apoio muito importante para o desenvolvimento científico
e profissional do Estado do Maranhão”. A reportagem do Jornal do SindCT
buscou a Reitoria do ITA para realizar entrevista a respeito, mas não obteve
retorno até o fechamento desta edição.
Conexão Com CLA
A criação dos cursos de pós-graduação é mais um passo para
que o Centro de Lançamentos de Alcântara torne-se o ponto de partida de um
projeto de desenvolvimento local que tem como núcleo a ciência e a tecnologia.
Os cursos de pós-graduação são elementos- chave para a
criação de um Parque Tecnológico dedicado ao setor aeroespacial no Maranhão. “A
ideia do mestrado profissional é formar recursos humanos para suprir as
demandas do CLA e estimular a formação de uma cadeia produtiva que permita a
prestação de serviços para a base”, define Mariano.
Ou seja, embora o primeiro resultado do curso deva ser
oferecer mão de obra para trabalhar diretamente nas operações dentro do CLA, o
objetivo é criar condições para que surjam no Maranhão empresas dedicadas à
prestação de serviços nas áreas de engenharia e computação para o setor
aeroespacial. “Hoje, todos estes serviços, seja de desenvolvimento ou de
manutenção, têm de vir de São José dos Campos ou Campinas.
Ou seja, o objetivo aqui é tornar a região mais autônoma
em termos de serviços tecnológicos aplicados ao setor aeroespacial”. O programa
do mestrado profissional, diz ele, foi desenhado sob medida para as
necessidades do CLA. Problemas reais do centro foram levantados pelos docentes
e serão estudados durante as disciplinas.
O curso irá unir duas áreas que são transversais na
Engenharia: a da computação e a aeroespacial. Agora, o foco recairá sobre as
telecomunicações, processamento de sinais, reconhecimento de imagens, além é
claro da área de instalações terrestres, como radares, comunicação e controle.
“Nessa primeira etapa, não vamos entrar na área de foguetes. Isso está previsto
para uma etapa posterior”, esclarece Mariano.
Novos Temas
O coordenador do PPG da UEMA também espera que, no
futuro, a universidade maranhense possa estar à frente de inovações
tecnológicas e paute novos temas para a pesquisa, já que o deslocamento
geográfico e também a conexão direta com a base de lançamento de foguetes deve
trazer uma nova perspectiva para o setor.
Desta forma, o Maranhão se somaria aos esforços de retomada
do Programa Espacial Brasileiro não apenas cedendo espaço físico para as
instalações necessárias, mas igualmente como núcleo de formação e pesquisa. A
iniciativa da UEMA e do ITA soma-se a outras já implementadas pelos governos
federal e estadual na região. Em março, foi inaugurado o prédio definitivo do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IFMA) em
Alcântara.
O governo estadual também criou o Instituto de Educação,
Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA). A meta é abrir 23 unidades no Estado.
Fonte: Jornal do SindCT - Edição 50ª – Setembro de 2016
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