Brasileiro Cria Startup no Campus da NASA
Olá leitor!
Segue abaixo uma interessante matéria publicada dia (04/09)
no “Estadão” e postada ontem (09/08) no “Blog SindCT Espacial” destacando que um
estudante brasileiro criou startup no Campus da NASA.
Duda Falcão
Brasileiro Cria Startup no Campus da NASA
Empresa é uma das primeiras selecionadas para
pré-aceleração na Singularity University.
Estadão
4 de setembro de 2016
Foto: Estadão
Entusiasta de sustentabilidade, Paris ‘ganhou’
mais dois
meses na Singularity.
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Na última semana, o brasileiro Alexandre Paris, 33 anos,
encerrou mais um capítulo de sua carreira de uma maneira inesperada. Em frente
a uma plateia de mais de 700 convidados no Centro de Convenções Santa Clara, no
coração do Vale do Silício, ele apresentou ao lado de um colega indiano e outro
espanhol o projeto de sua primeira startup, a ReBeam, concebida ao longo das
dez semanas do programa de verão da Singularity University, uma das mais
prestigiadas instituições de inovação em todo o mundo.
Paris foi o único brasileiro selecionado para a turma de
2016, embora o Brasil só perca para os Estados Unidos em número de pessoas que
já participaram dos cursos oferecidos pela entidade, segundo levantamento da
própria Singularity. Desde 2009, quando os programas foram lançados, 224
brasileiros participaram dos programas. Estar nesse grupo seleto de
profissionais, por si só, já é uma conquista: no total, mais de 3 mil pessoas
se inscrevem no curso todo ano, mas só 80 são selecionadas após um processo
rigoroso. “Em 2016, foi a primeira vez que eles exigiram a submissão de uma
ideia de projeto”, contou Paris, em entrevista ao Estado. “Eu e mais dois
colegas tivemos uma ideia juntos, mas só eu fui selecionado.”
É impossível descrever o tipo de profissional que tem
mais chances na Singularity. Na turma desse ano, conta Paris, havia de
cartunistas à cientistas especializados em nanotecnologia. Para o brasileiro,
sua formação e experiência em energias renováveis, além de sua vivência em
diversos países, pode ter lhe ajudado a compor um perfil atraente para os
recrutadores.
Aventura - Nascido em São Bernardo do Campo, no interior
de São Paulo, Paris viveu a maior parte de sua vida na cidade de Santo André.
Ele se formou em gestão ambiental e fez mestrado em tecnologia para células de
combustível no Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen) da
Universidade de São Paulo (USP). Depois de trabalhar como consultor
na área de sustentabilidade, ele embarcou em sua primeira aventura no exterior:
mudou-se para a Alemanha para estudar a fundo o setor de energia. “Aprendi
alemão em quatro meses”, diz o brasileiro. “E acabei conseguindo um estágio no
ministério alemão para o meio ambiente.”
A experiência foi útil para o brasileiro dar o passo
seguinte na carreira: desde março de 2011, Paris trabalha como técnico no
escritório dedicado à estudar as mudanças climáticas na Organização das Nações
Unidas (ONU). “Assim que cheguei, ganhei um passaporte sem nacionalidade”,
relembra Paris. “E me disseram que não estava ali para representar meu país. Me
identifiquei na hora.”
Nos últimos cinco anos, o emprego permitiu que
ele morasse em Bogotá, na Colômbia, e também em ilhas do Caribe. Ele ajudou a
criar centros de colaboração regional, que oferecem auxílio a governos
interessados em criar políticas para combater as mudanças climáticas. “Foi
muito intenso”, diz o brasileiro. “Era como criar uma startup do zero.”
É só o começo. Mal sabia ele que, durante o curso de
verão da Singularity, ele redefiniria sua noção de “intenso”. Nas primeiras
semanas do curso, ele assistia aulas no período entre 9h e 22h – era comum, no
entanto, que algumas aulas se estendessem madrugada afora. Todo dia Paris era
apresentado a um tema novo, que poucos na sala estavam familiarizados:
impressoras 3D, nanotecnologia e inteligência artificial, por exemplo, passaram
a fazer parte das discussões com os colegas.
Depois de aprender sobre tecnologia, ele também ouviu
especialistas sobre os principais problemas do mundo atual. “Ouvimos palestras
sobre fome, educação e energia.” O passo seguinte foi montar os grupos para
desenvolver o projeto final do curso, que daria início a sua startup.
Interessado em criar uma forma mais eficiente de produzir
energia solar, Paris fundou junto ao indiano Gadhadar Reddy e ao espanhol Jordi
Espargaro a startup ReBeam. Eles queriam desenvolver uma tecnologia capaz de
gerar energia a partir da luz solar mesmo quando o céu está nublado ou durante
a madrugada. A ideia é ambiciosa: eles pretendem colocar refletores de
micro-ondas em órbita no espaço. Assim, eles poderão refletir a energia
irradiada por fazendas de energia solar – grandes áreas ocupadas por placas
fotovoltaicas na Terra – para locais do planeta que estiverem no escuro.
“Mandar qualquer coisa para o espaço é muito caro”, diz
Paris, “mas nosso projeto quer colocar em órbita apenas um refletor feito de
material muito leve.” Entre os professores que orientaram a ReBeam na concepção
do projeto está um dos engenheiros da Nasa que identificou a presença de água
na Lua, em 2009.
Viabilidade - A ideia foi amplamente questionada na
Singularity. Mas, depois de fundamentarem bem a proposta, a ReBeam foi
escolhida como um dos cinco melhores projetos de 2016 – por isso, Paris e os
colegas apresentaram a ideia na cerimônia de encerramento.
Paris pensava que a apresentação seria o ponto final de
sua experiência na universidade mais inovadora do mundo, mas teve uma surpresa.
A ReBeam foi uma das dez empresas selecionadas pela Singularity para
um novo programa de pré-aceleração de startups. Depois de duas semanas de
férias, ele voltará ao campus da Nasa em 12 de setembro para uma nova temporada
de dois meses. “Tenho de voltar para a Alemanha em novembro, mas quero ver o
quanto conseguirei avançar com a startup.”
Fonte: Blog SindCT Espacial - http://sindctespacial.blogspot.com.br
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