De Olho nas Mudanças Climáticas, Cientistas do CEMADEN Criam Sistemas de Previsão Para Agricultura
Olá leitor!
Segue agora uma notícia postada ontem (14/09) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC) destacando que de olho
nas Mudanças Climáticas, cientistas do CEMADEN criam Sistemas de Previsão Para
Agricultura.
Duda Falcão
NOTÍCIAS
De Olho nas Mudanças Climáticas, Cientistas
Criam
Sistemas de Previsão Para Agricultura
Plataforma digital em desenvolvimento pelo CEMADEN será
capaz de prever
veranicos com até 4 semanas de antecedência. Ferramenta
pode contribuir
para minimizar impactos do clima sobre a produção
agrícola.
Por Ascom do MCTIC
Publicação: 14/09/2016 | 13:35
Última modificação: 14/09/2016 | 15:57
Crédito: EMBRAPA
Pesquisas sobre a relação entre produtividade e variáveis
do
clima contribuem para diminuir perdas de safra.
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Num esforço para reduzir os impactos das mudanças
climáticas sobre a agropecuária, um dos setores da economia mais sensíveis ao
clima, pesquisadores do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres
Naturais (CEMADEN) estão aperfeiçoando a modelagem agrometeorológica para
aprofundar o conhecimento científico sobre a relação entre a produtividade ou o
desenvolvimento de culturas agrícolas e as variáveis do clima.
As projeções feitas pelo CEMADEN já dão como certa a
transferência de culturas tradicionais para outras regiões nos próximos 40 anos
por causa do aumento da temperatura. Um exemplo é o café, cujo cultivo é feito
sob o clima temperado de Minas Gerais e de São Paulo.
Entretanto, a elevação da temperatura nesses estados pode
fazer com que a cultura cafeeira migre para regiões mais ao sul, em busca de um
clima mais adequado ao seu desenvolvimento.
"Nos próximos 40 anos, pode haver um aumento da
temperatura em Minas e em São Paulo, que podem ter um impacto significativo na
produção de café. Se isso se confirmar, aumenta consideravelmente o risco de
colapso de safras e podemos chegar a um quadro em que será mais seguro plantar
na região Sul do que no Sudeste, com base no zoneamento climático",
explicou o especialista em modelagem agrometeorológica do CEMADEN Marcelo Zeri.
Os climatologistas do CEMADEN também trabalham no
desenvolvimento de uma plataforma digital capaz de prever episódios de veranico
– fenômeno caracterizado por alguns dias de seca durante a estação chuvosa –
com até quatro semanas de antecedência. Segundo Marcelo Zeri, a ferramenta pode
servir para auxiliar no planejamento dos agricultores.
"Se nós emitirmos alertas antecipados de episódios
de veranico, o produtor rural pode se precaver. Se ele tiver acesso a sistemas
de irrigação, pode acioná-los sem a preocupação de fornecer uma quantidade
maior de água às plantas ou, então, antecipar a colheita. Essa é uma informação
a mais para ajudar o produtor a se planejar", afirmou Zeri.
As contribuições da ciência para a produção de alimentos
e a segurança alimentar serão discutidas durante a 13ª Semana Nacional de
Ciência e Tecnologia (SNCT) que o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações
e Comunicações (MCTIC) realiza entre 17 e 23 de outubro em todo o país.
Biotecnologia
As mudanças no clima também preocupam a Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Segundo o diretor de Pesquisa e
Desenvolvimento da instituição, Ladislau Martin Neto, variações de temperatura,
por exemplo, podem decretar a perda de safras inteiras.
"Muitas vezes, o aumento da temperatura média é
pequeno, mas é grande nos extremos máximos e mínimos. Esses dados são cruciais
e, por conta dessa grande variação nos extremos, o vegetal morre. Conhecermos
as condições climáticas e termos espécies mais resistentes são fundamentais
para a agricultura brasileira", disse.
Por isso, a Embrapa trabalha para desenvolver espécies
com maior capacidade de adaptação ao aumento da temperatura, longos períodos de
estiagem e inundações. Em parceria com a Universidade Estadual de Campinas
(Unicamp), o objetivo é produzir espécies vegetais mais resistentes às
intempéries.
"Nós batizamos essa iniciativa de unidades mistas de
pesquisa. A premissa é utilizarmos recursos humanos da instituição parceira
para gerar produtos com grau de complexidade maior e que é a exigência atual do
mercado. São parcerias para o desenvolvimento conjunto", explicou Martin
Neto. "Com a Unicamp, trabalhamos com biotecnologia para mudanças
climáticas. Temos o objetivo de criar espécies que possam resistir melhor a
secas e inundações. É uma linha de produção para gerar ativos de
inovação", completou.
Outro braço das unidades de pesquisa mistas está na
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde máquinas e equipamentos mais
eficientes estão sendo desenvolvidos, inclusive com a incorporação da Internet
das Coisas (IoT) para otimizar o trabalho do produtor rural.
"A questão da automação vai desde o uso de drones
para agricultura até o desenvolvimento de máquinas e equipamentos mais
avançados na linha da agricultura de precisão, com agenda de uso mais eficiente
dos insumos e da água, que é um fator fundamental para o desenvolvimento do
agronegócio", afirmou o diretor da Embrapa.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovação
e Comunicações (MCTIC)
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