Indústria de Satélites Vive Corrida Espacial
Olá leitor!
Segue abaixo um interessante artigo publicado dia (11/03)
no site da revista “EXAME” destacando que um investidor brasileiro e a empresa
chinesa Tencent, (segunda
maior companhia de internet da China) estão investindo numa das mais promissoras
empresas do Setor Espacial da Argentina, a startup Satellogic.
Duda Falcão
Empreendedores, Satélites, Tecnologia
Indústria de Satélites Vive Corrida Espacial
Fabiane Stefano,
de Revista EXAME
11/03/2015 – 18:00
Foto:
Divulgação
Emiliano Kargieman, da Satellogic: satélites do
tamanho
de fornos de micro-ondas
|
São
Paulo - Todas as semanas, o biólogo Fernando Reinach recebe em seu escritório,
no bairro de Pinheiros, em São Paulo, cerca de uma dezena de propostas de
negócios que se autointitulam “inovadores”.
Reinach
é o responsável pelo fundo Pitanga, criado em 2011 e que tem entre seus sócios
Pedro Moreira Salles, um dos controladores do banco Itaú, e os três fundadores
da empresa de cosméticos Natura: Luiz Seabra, Guilherme Leal e Pedro Passos.
Com
capital de 100 milhões de reais, a missão do Pitanga é das mais difíceis. Seu
objetivo é encontrar empreendedores dedicados a tecnologias
revolucionárias, com potencial de criar grandes companhias. Em quase quatro
anos, só duas empresas receberam investimentos.
A
primeira foi a I.Systems, do setor de automação industrial, com sede em
Campinas, que começou a receber aportes em 2013. Baseados em inteligência
artificial, os softwares da I.Systems aumentam a eficiência de linhas de
produção. A segunda aposta do Pitanga, fechada há poucas semanas, mirou bem
mais longe. O alvo do investimento foi a startup argentina Satellogic, que
constrói satélites de observação terrestre, aqueles que monitoram o planeta a
uma distância de pelo menos 160 quilômetros da Terra.
Criada
em 2010 pelo empreendedor argentino Emiliano Kargieman, a empresa desenvolveu
uma tecnologia para a fabricação dos chamados
microssatélites. Os da Satellogic têm o tamanho equivalente ao de um
micro-ondas, pesam 22 quilos (os tradicionais têm 2 metros e o peso de um carro
sedã) e, o melhor de tudo, a um custo muito inferior.
Enquanto satélites tradicionais custam 400 milhões de dólares, os equipamentos da Satellogic saem por 250 000 mil dólares. Nos cálculos do Pitanga que justificaram o investimento, isto permitirá cobrar um preço muito acessível por imagem: 0,05 de dólar por
quilômetro quadrado fotografado. por
imagem: 0,05 de dólar por quilômetro quadrado fotografado.
O
potencial desse mercado e da empresa argentina também atraiu a atenção da
Tencent, segunda maior companhia de internet da China, avaliada em quase 140
bilhões de dólares. Os chineses e o Pitanga acabaram entrando ao mesmo tempo na
Satellogic.
Ambas
as partes têm participações equivalentes, que, somadas, permanecem minoritárias
(os valores não foram divulgados). O dinheiro dos investidores vai financiar a
fase de expansão comercial da Satellogic. Com três satélites já em órbita, a empresa deverá
lançar outra dezena de aparelhos nos próximos dois anos.
O
investimento do Pitanga e da Tencent em microssatélites é parte de uma
tendência mundial. Por décadas, os investimentos na área espacial foram quase
todos feitos por governos. Pressionados pela necessidade de cortar custos, os
países que mais investiam — Estados Unidos e Rússia — acabaram reduzindo o
ritmo de crescimento do montante destinado a seus projetos.
Enquanto
isso acontecia, o setor espacial viu a chegada de investidores do calibre de
Richard Branson, presidente do grupo Virgin, Elon Musk, fundador da montadora
de carros elétricos Tesla, e Jeff Bezos, criador da rede de varejo online
Amazon. A Virgin Galactic é a empresa fundada por Branson para o
desenvolvimento do turismo espacial.
Mesmo
após a morte de um dos pilotos que estavam a bordo de seu SpaceShipTwo num
acidente durante um voo experimental em outubro, Branson já avisou que seguirá
com seus planos de oferecer voltas ao redor da Terra — e, no caminho, lançar
satélites. A SpaceX, de Musk, dona da primeira nave privada a ter visitado a Estacão Espacial Internacional, deverá lançar 2500 satélites nos próximos anos.
Um Olho no Espaço
A
capacidade de lançar muitos satélites permite a empresas, como a argentina
Satellogic, captar imagens de um mesmo lugar várias vezes ao dia. Hoje, os
grandes satélites de observação passam sobre o mesmo ponto do planeta num
intervalo de um a três dias. O objetivo de longo prazo da Satellogic é lançar
uma constelação de 300 satélites pequenos, o que permitirá reduzir a 5 minutos
o intervalo entre uma imagem e outra.
“O
mercado de observação da Terra em setores como agricultura, petróleo e gás e
governos deve atingir 25 bilhões de dólares até o fim da década, dez vezes mais
do que o patamar atual”, diz Kargieman. O argentino refere-se a empresas
interessadas no uso de imagens para acompanhar colheitas, explorar campos de
petróleo ou verificar a progressão de obras. Ao gerar imagens quase contínuas,
empresas como a Satellogic podem abrir outras áreas de negócio, como a de
controle de tráfego de cidades.
Entre as principais concorrentes da Satellogic estão algumas companhias americanas. A maior é a Planet Labs, que já lançou mais de 1000 satélites. Em 2004, o Google comprou a Skybox, outra empresa do setor, por 500 milhões de dólares. Há
também uma série de startups que desenvolvem máquinas conhecidas como
nanossatélites, que pesam e custam ainda menos.
Um
dos desafios da nova leva de satélites de menor porte — tanto os de cerca de 20
quilos quanto os de até 200 gramas — será enviar dados precisos. “Hoje, esses
satélites são mais instáveis e a precisão das imagens é menor”, diz Adam Keith,
diretor da consultoria francesa Euroconsult. Ainda que acertos sejam
necessários nos próximos anos, uma coisa parece certa: haverá muito mais coisas
entre o céu e a Terra.
Fonte: Site da Revista EXAME - 11/03/2015 - http://exame.abril.com.br/
Comentário: Pois é leitor, fico a me perguntar se esta
não é uma boa oportunidade também para pequenas empresas brasileiras como a
Edge of Space, Acrux Aerospace Technologies, Airvantis, entre outras. Porque não procurar
o senhor Fernando
Reinach e apresentar seus projetos espaciais, não custa tentar, né verdade?
Aproveitamos para agradecer ao leitor José Ildefonso pelo envio deste artigo.
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