O Primeiro Nanossatélite da 'Constelação Catarina' Passou Por Fase Decisiva de Testes no LIT/INPE

Prezados amantes das atividades espaciais!
 
Lembram da tal Constelação Catarina? Pois então, anunciada pela primeira vez entre outubro e novembro de 2020, durante reuniões realizadas em Florianópolis, que reuniram diversos órgãos públicos e entidades de pesquisa, e efetivamente criada pela Portaria AEB nº 590, de 6 de maio de 2021, ou seja há mais de quatro anos, teve no dia 09/10 anunciado pelo Portal da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) que o seu primeiro nanosatélite da constelação, o "Catarina A-2" (não me pergunte porque não A-1), passaria entre os dias  13 e 17 de outubro (ou seja até ontem) por Ensaios de Aceitação no Laboratório de Integração e Testes (LIT), do INPE, em São José dos Campos-SP.
 
Foto: Divulgação/SENAI
O Nanossatélite permanecerá em órbita a cerca de 500 quilômetros do solo terrestre.

Etapa Crucial de Testes
 
Segundo a nota do portal, o Catarina A-2 entra agora em uma fase decisiva: os testes de aceitação, conduzidos no LIT/INPE, visam verificar se o satélite está pronto para a próxima etapa de revisão e, posteriormente, para o lançamento.
 
Desenvolvido pelo Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, o satélite integra o Programa Constelação Catarina, que busca ampliar a capacidade de monitoramento climático e ambiental a partir do espaço.
 
“Os testes de aceitação são fundamentais para garantir que o satélite esteja preparado para enfrentar as condições extremas do lançamento e da órbita. Cada ensaio simula as condições reais do espaço e valida a robustez do Catarina A-2”, explica Paulo Violada, pesquisador-chefe do Instituto SENAI.
 
Entre os testes que seriam realizados estavam:
 
* Fit-check: verifica se as dimensões e interfaces do satélite seguem os padrões exigidos;
 
* Teste de vibração: simula as forças mecânicas do lançamento, garantindo a integridade do equipamento;
 
* Teste de termovácuo: reproduz as condições espaciais, com temperaturas entre -20°C e 50°C em ambiente de alto vácuo, simulando o ciclo térmico em órbita.
 
Após a conclusão dessa fase, o projeto passará por uma Acceptance Review (AR) — uma revisão conduzida por uma banca externa. Caso aprovado, o Catarina A-2 estará apto para ser lançado e operar em órbita.
 
Aplicações e Potencial
 
Com dimensões de aproximadamente 10cm x 10cm x 34cm — semelhante a uma caixa de sapato — o Catarina A-2 será colocado em órbita a cerca de 500 km da Terra. Seu principal objetivo é coletar dados e se comunicar com estações terrestres, beneficiando instituições como o Ciram (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia de SC), vinculado à Secretaria de Agricultura do estado.
 
No entanto, o uso do satélite vai muito além da meteorologia e da defesa civil. Ele poderá apoiar aplicações em:
 
* Agricultura de precisão
 
* Monitoramento climático e de tempestades
 
* Meio ambiente
 
* Saúde pública
 
* Indústria 4.0
 
* Energia
 
* Educação
 
* Aviação
 
* Cidades inteligentes
 
Origem e Parcerias
 
O Programa Constelação Catarina é liderado pela Agência Espacial Brasileira (AEB) e recebeu um investimento de R$ 5 milhões, oriundo de emendas parlamentares de Santa Catarina. O projeto foi concebido após o ciclone-bomba de junho de 2020, que evidenciou a necessidade de soluções espaciais para monitorar eventos meteorológicos extremos no Sul do Brasil.
 
Participam do programa, além do SENAI, a UFSC, a AEB, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e a Defesa Civil.
 
Do VCUB1 ao Catarina A-2: A Inovação Catarinense no Espaço
 
O Instituto SENAI de Inovação em Sistemas Embarcados, sediado em Florianópolis, já tem experiência no setor espacial. A instituição participou do desenvolvimento do VCUB1, o primeiro nanossatélite da indústria brasileira, lançado em abril de 2023 pela Visiona Espacial a partir dos EUA.
 
“Estamos diante de um setor que movimentará cadeias produtivas inteiras nas próximas décadas. A atuação do SENAI no New Space projeta a inovação catarinense e fortalece a competitividade da nossa indústria”, afirma Fabrízio Pereira, diretor regional do SENAI.
 
Mais recentemente, em parceria com o MIT (Massachusetts Institute of Technology), o SENAI/SC deu início à criação de um cluster de inovação New Space em Santa Catarina. A iniciativa busca consolidar um ecossistema voltado ao desenvolvimento de tecnologias espaciais como foguetes, nanossatélites, rovers e soluções de IoT aplicadas ao setor aeroespacial.
 
Brazilian Space
 
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