Fábrica de Falácias: Brasil Prepara Novo Programa Estratégico de Sistemas Espaciais
Prezados entusiastas da exploração espacial,
No último dia 07 de outubro, o portal Teletime noticiou mais uma tentativa de ludibriar a Sociedade Brasileira por meio da já conhecida "fábrica de narrativas e falácias" do atual governo. A estratégia visa construir uma imagem eleitoreira que, por tabela, favorece também os oportunistas que hoje controlam a outrora respeitável Força Aérea Brasileira (FAB).
Segundo a matéria, o Brasil está finalizando um novo Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE), com previsão de assinatura ainda neste mês. Aos entusiastas do setor espacial, é inegável que o PESE, quando lançado em 2018, surgiu como uma alternativa militar (é claro que entre linhas) de médio e longo prazo ao fracassado Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE), gerido pela Piada Espacial Brasileira (AEB) que, já não passava de uma engodo institucional.
Esse objetivo — substituir o PNAE — foi não apenas atingido, mas até superado, infelizmente de forma questionável. O PESE acabou dando origem ao DESATINO ALADA, sustentado por uma Lei Geral do Espaço distorcida para atender aos interesses corporativistas de setores militares que tomaram conta da FAB, transformando-a em uma sombra do que um dia já foi.
É justo reconhecer que, enquanto o PESE esteve sob a gestão de pessoas minimamente comprometidas com o interesse nacional e com alguma disponibilidade de recursos, foram realizadas iniciativas relevantes — como a criação do Comando de Operações Aeroespaciais (COMAE) e do seu Centro de Operações Espaciais (COPE). No entanto, a crescente degradação moral na gestão da FAB e a influência de figuras da reserva com interesses próprios mudaram o rumo do programa.
O resultado foi um conjunto de decisões que favoreceram uma articulação política voltada a aprovar, no Congresso Nacional — um verdadeiro balcão de negócios —, uma Lei Geral do Espaço moldada para proteger interesses de grupo, em detrimento do interesse público e estratégico do país.
Quanto ao novo PESE, a tentativa de reestruturação parece ter como principal objetivo consolidar juridicamente e estrategicamente os interesses dessa ala, estabelecendo diretrizes para a ALADA e para a lei recém-aprovada, garantindo amparo legal aos desmandos que, ao que tudo indica, estão por vir.
Entretanto, é necessário dizer com clareza: não há dinheiro. O Brasil está financeiramente quebrado, e a tendência é de agravamento. Seja qual for o plano traçado por esses grupos, dificilmente encontrará sustentação orçamentária.
Dessa forma, o pouco que surgir de recursos provavelmente será usado para bancar viagens internacionais de apadrinhados e eventos que pouco ou nada contribuem para o avanço real do setor espacial brasileiro. E quando o inevitável fracasso se tornar evidente até mesmo para a parcela menos esclarecida da população, o roteiro será o mesmo de sempre: culpar o governo anterior.
Brasil Prepara Novo Programa Estratégico de Sistemas Espaciais
(Foto: Rudy Trindade)
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| Rio de Janeiro, 07/10/2025 - 24a Edição - Congresso Latinoamericano de Satélites 2025 - - Apresentação - Brigadeiro do Ar Colen, Chefe da Terceira Subchefia do EMAER. |
Uma nova versão do Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE) está em sua reta final de análise e deve ser assinada ainda neste mês de outubro, definindo diretrizes de defesa e soberania para atividades especiais do Brasil em um momento de preocupação crescente com a ocupação militar do espaço.
A perspectiva foi abordada nesta terça-feira, 7, pelo brigadeiro do ar Éric Cézzane Cólen Guedes. Ele participou do primeiro dia do Congresso Latinoamericano de Satélites – promovido pela Glasberg Comunicações e por TELETIME no Rio de Janeiro. Segundo Cólen, o novo PESE pode ser assinado no próximo dia 15 de outubro. A versão atual do plano é de 2018.
A revisão busca um mapeamento e a priorização de tecnologias espaciais críticas para defesa e soberania. Hoje, o País utiliza tecnologia satelital em várias atividades estratégicas, como comunicações, imageamento e monitoramento (em resposta à mineração ilegal ou a desastres, por exemplo). Em muitos dos casos, com dependência de soluções estrangeiras.
Neste sentido, a intenção é buscar um alinhamento do PESE com outras políticas do governo, incluindo a industrial. "Gostaríamos de ter empresas nossas que efetivamente nos deem autonomia no espaço. Por isso a necessidade de alinharmos e construirmos junto à indústria nacional essas capacidades", afirmou Cólen.
Domínio Militar do Espaço
Durante o Congresso Latinoamericano de Satélites, o brigadeiro do ar também chamou atenção para o crescimento do domínio militar da órbita terrestre por nações estrangeiras. "Há uma preocupação com o que tem acontecido militarmente no espaço", apontou o representante da Força Aérea Brasileira.
O movimento seria marcado pelo "incremento exponencial" de armas anti-satélites na órbita terrestre, equipadas com mísseis, além do emprego de artefatos capazes de navegar no espaço para causar disrupção em outros satélites – algo que tem sido realizado no contexto da Guerra da Ucrânia, por exemplo.
"Olhando a geopolítica, hoje nós estamos vivendo um momento bem atípico, com vários conflitos e discussões", resumiu o brigadeiro. "Outra preocupação é a quantidade de sistemas e debris que estão indo para o espaço, e como vai ser o futuro […] Vemos uma corrida muito forte em direção às órbitas e o próximo passo será a Lua. Então são temas com os quais nos preocupamos", sinalizou o militar.
Brazilian Space
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