Por que o Nêutron é mais avançado que os foguetes da SpaceX
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Segue abaixo a matéria "Por que o Nêutron é mais avançado que os foguetes da SpaceX", publicada pela Redação do Site Inovação Tecnológica", na qual é feita uma interessante e não exaustiva análise do novo veículo lançador da empresa Rocket Lab, em fase de desenvolvimento.
Com certeza, vale a leitura!
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Por que o Nêutron é mais avançado que os foguetes da SpaceX
06/12/2021
Será o primeiro foguete a ser lançado sem a necessidade das tradicionais torres de lançamento. [Imagem: Rocket Lab] |
A SpaceX fez história ao desenvolver seus foguetes reutilizáveis, mas parece que irá precisar criar uma versão 2.0 de sua tecnologia se não quiser perder o diferencial de custos que conseguiu com os relançamentos.
A empresa aeroespacial RocketLab, dos EUA, anunciou seu novo foguete Nêutron, com capacidade para levar 8 toneladas ao espaço, e que nasce com uma série impressionante de inovações.
A RocketLab é dona do Elétron (Electron), um foguete de pequeno porte reutilizável, capaz de levar 300 kg e que já foi ao espaço 22 vezes - ele é o segundo foguete norte-americano mais lançado desde 2019.
Mas o novo foguete tem ambições bem maiores.
Segundo a empresa, o "veículo de lançamento Nêutron foi projetado para transformar o acesso ao espaço, oferecendo serviços de lançamento confiáveis e econômicos para megaconstelações de satélites, missões espaciais profundas e voos espaciais humanos.
Lançamento sem base e pouso sem pernas
A primeira grande novidade do Nêutron é o seu diâmetro de 7 metros, o que lhe dá uma base ampla e estável para o lançamento e o pouso, eliminando a necessidade de mecanismos complexos e pernas para pousar de volta.
Essa estrutura robusta também elimina a necessidade da tradicional infraestrutura do local de lançamento, incluindo a torre de lançamento. Em vez de ficar preso a estruturas metálicas, o Nêutron ficará de pé sobre suas próprias pernas para a decolagem.
Seu grande diâmetro também torna o foguete ideal para o lançamento de constelações de satélites, facilitando o empilhamento dos satélites individuais e a ida ao espaço de um maior número deles por lançamento.
Depois de alcançar o espaço e lançar o segundo estágio, o primeiro estágio retornará à Terra para um pouso propulsivo - usando os próprios motores para frenagem - no mesmo local de lançamento, eliminando os custos associados às plataformas de pouso e operações baseadas no oceano, como faz a SpaceX.
Foguete de fibra de carbono
A segunda novidade é o material de que o foguete é construído.
Em lugar das tradicionais ligas metálicas de qualidade aeroespacial para suportar as imensas forças de pressão e calor durante o lançamento e a reentrada, o Nêutron é feito de uma fibra de carbono especial, que não apenas é forte, como também é naturalmente talhada para lidar com o calor - as proteções de reentrada das naves são tipicamente feitas de materiais de carbono.
O atual Elétron já é feito de fibra de carbono, mas a empresa informa que desenvolveu um sistema de lançamento automatizado de fibras que permitirá construir cada metro do novo foguete em questão de minutos.
O segundo estágio fica dentro do primeiro, podendo ser menor e mais leve porque não precisa enfrentar os rigores do voo atmosférico.
[Imagem: Rocket Lab]
Carenagem que abre e fecha
A terceira novidade é a que mais chama a atenção visualmente: A capacidade do Nêutron de abrir e fechar sua carenagem, o compartimento útil que leva os satélites e naves espaciais, que a empresa chama de "Hipopótamo Esfomeado".
Este design inovador faz com que a carenagem faça parte da estrutura do primeiro estágio e permaneça fixa nele. Em vez de se separar e cair no oceano, como as carenagens tradicionais, as pétalas do Hipopótamo Esfomeado se abrirão para liberar o segundo estágio e a carga útil, antes de fecharem novamente, prontas para retornar à Terra acopladas ao primeiro estágio.
É bom lembrar que essas carenagens estão entre os materiais mais nobres da tecnologia aeroespacial, devido à necessidade de serem leves e fortes, para proteger os satélites e naves espaciais durante o lançamento. Só que elas são descartadas minutos após o lançamento, queimando-se na reentrada na atmosfera ou caindo no mar, onde precisam ser rastreadas e recuperadas. Reaproveitá-las dará à empresa uma economia de custos considerável.
Além disso, a parte que pousa de volta na plataforma de lançamento é um primeiro estágio já com as carenagens acopladas, o que lhe dá um nível de prontidão para o voo bastante superior, bastando montar um novo segundo estágio e fazer o reabastecimento. Este projeto avançado pode acelerar a frequência de lançamentos, um novo elemento de redução de custos.
Segundo estágio interno
Vem então a quarta grande inovação, talvez a maior de todas desde que começamos a lançar foguetes ao espaço.
O segundo estágio do Nêutron não é empilhado em cima do primeiro estágio: Ele fica lá dentro. Assim, quando a carenagem se abre, não são apenas os satélites ou naves que são deixados no espaço para serem impulsionados por seus próprios motores: É o segundo estágio inteiro que sai do interior do foguete, fazendo então o seu trabalho de levar a carga útil para a órbita desejada.
Todo o segundo estágio fica completamente envolvido pela estrutura do foguete durante o lançamento. Graças a isso, o segundo estágio do Nêutron foi projetado para ser o mais leve da história, permitindo um alto desempenho para implantações de satélites maiores em órbitas mais elevadas.
Normalmente o segundo estágio faz parte da estrutura externa do foguete e precisa fornecer resistência ao veículo desde a decolagem, devido à sua exposição ao ambiente da baixa atmosfera durante o lançamento. Por estar alojado dentro do primeiro estágio e da carenagem, elimina-se a necessidade de o segundo estágio precisar resistir ao ambiente de lançamento, podendo ser significativamente mais leve, o que permite um melhor desempenho no espaço.
O segundo estágio do Nêutron, que não é reutilizável por enquanto - mas isso é algo que a empresa planeja mudar - também é feito de compósito de carbono, com seis metros de comprimento.
Quanto aos propulsores, todo o foguete usa os motores Arquimedes, fabricados pela própria RocketLab. Alimentado por gás metano e oxigênio líquidos, cada motor produz um empuxo de 1 meganewton e alcança um empuxo específico de 320 segundos. O primeiro estágio do Nêutron conta com sete motores Arquimedes comuns, enquanto o segundo estágio precisa de apenas um motor otimizado para operar no vácuo do espaço.
sete metros de diâmetro significam dois carros médios estacionados atrás do outro, quatro homens médios um em cima do outro, a baliza de um gol, mais seis metros de altura no segundo estagio, são dois andares e mais um pouco, difícil imaginar um gigante deste subindo impulsionados por apenas seis motores, literalmente é outro Patamar.
ResponderExcluirdigo sete motores.
ResponderExcluirComparar o Neutron con o Falcon 9 é uma vitória para o Neutron
ResponderExcluirMas o Neutron deve ser comparado com a Starship e aí é uma vitória estrondosa para a SpaceX.
A Starship pronta será bem mais capaz que o Neutron e completamente reutilizável, ainda por cima a Starship está em desenvolvimento mais avançado que o Neutron.
Se p Neutron é o foguete de 20 anos no futuro a Starship é o de 50.