Estados Unidos acusam Rússia de testar míssil antissatélite mais uma vez
Olá, leitor!
Segue abaixo a notícia "Estados Unidos acusam Rússia de testar míssil antissatélite mais uma vez", publicada no site da Canaltech, no dia 18/12/2020.
O erro técnico da matéria é que, pelo tratado do espaço, não se pode estacionar armamento de destruição em massa no espaço. Nesse sentido, os ASAT (Anti-SATellite) não estão estacionados no espaço (são lançados da Terra) e não são armas de destruição em massa.
Inclusive, em linhas gerais, a quase totalidade deles (ASATs) não possui carga explosiva. Normalmente, esses dispositivos utilizam a sua massa e energia cinética da velocidade relativa de colisão com os satélites para destruí-los. Esse tipo de veículo é denominado Veículo Cinético de Destruição, em tradução livre, ou Kinectic Kill Vehicle – KKV.
Caso queiram conhecer um pouco mais sobre ASATs sugiro, o relatório técnico "Estudo do Problema da Geração de Detritos Orbitais Com a Destruição do Satélite MICROSAT-R pelo Míssil Antissatélite Indiano PDV MK II" escrito por mim e publicado aqui no BS (clique aqui). Caso queira o Relatório Técnico original (clique aqui).
Hipoteticamente, um míssil balístico com ogivas nucleares que alcance a órbita terrestre e, logo em seguida, reentre na atmosfera, não desrespeita o tratado, pois a arma não estaria estacionada no espaço, só transitando pela órbita até alcançar seus alvos no solo.
Vale destacar que a antiga União Soviética chegou a instalar canhões em veículos espaciais para testar a sua utilização a partir do Espaco.
Por sua vez, já no final da Guerra Fria (na década de 80), os Estados Unidos chegou a anunciar o Programa Guerra nas Estrela, programa esse que instalaria satélites com lasers capazes de destruir mísseis balísticos inimigos (Soviéticos). Por incrível que parece, esse tipo de iniciativa iria militarizar o espaço, mas não afrontava objetivamente o Tratado do Espaço.
No mais vale a leitura e a conscientização sobre esse problema que, potencialmente, poderia provocar a inutilização (parcial ou total) das órbitas próximas da Terra, no caso de uma escalada militar com retaliações entre potências com esse tipo de tecnologia ASAT.
Saudações e boa leitura!
Rui Botelho
(Brazilian Space)
Estados Unidos acusam Rússia de testar míssil antissatélite mais uma vez
Por Patrícia Gnipper
18 de Dezembro de 2020 às 17h40
Os Estados Unidos estão acusando os russos de terem conduzido um preocupante teste na órbita da Terra, envolvendo um míssil capaz de destruir satélites. Se essa história parece familiar a você, é porque esse tipo de acusação já aconteceu pelo menos duas vezes neste ano — uma em abril e outra em julho, com a Rússia em seguida se defendendo e dizendo ser contra a militarização do espaço.
Desta vez, o Comando Espacial dos EUA "soltou a bomba" no Twitter na quarta-feira (16), afirmando que a Rússia conduziu tal teste antissatélite com um míssil, e dizendo ainda que os russos continuam levando armas ao espaço, com o Comando Espacial continuando "pronto para proteger e defender os interesses dos EUA e seus aliados contra agressões no domínio espacial".
Fonte: www.canaltech.com.br
Em seu site oficial, o Comando Espacial também falou a respeito, especificando que o míssil antissatélite russo seria do tipo de ascensão direta. Ali, os estadunidenses se mostram mais ferrenhos contra os testes russos: "a Rússia afirma publicamente que está trabalhando para evitar a transformação do espaço sideral em um campo de batalha, mas, ao mesmo tempo, Moscou continua levando armas ao espaço", disse o órgão que, hoje, é o sexto ramo das Forças Armadas dos EUA.
Eles seguem o comunicado afirmando que "o estabelecimento do Comando Espacial dos EUA como o ramo principal das Forças Armadas não poderia ter sido mais oportuno", pois "estamos prontos e comprometidos para deter a agressão e defender nossa nação e nossos aliados de atos hostis no espaço". O presidente Donald Trump oficializou a criação da Força Espacial dos EUA em dezembro do ano passado.
Ainda de acordo com o Comando Espacial, o teste antissatélite russo mais recente é capaz de destruir satélites na órbita baixa da Terra e, se esta arma for testada em um satélite real, ela pode deixar um enorme rastro de destroços na órbita terrestre, colocando em risco satélites comerciais e também poluindo, ainda mais, o ambiente espacial, em um momento em que o lixo orbital é pauta urgente de agências espaciais e empresas privadas de todo o mundo.
Já do outro lado do "ringue", Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, disse que o Pentágono americano, ao fazer tais acusações contra os russos, apenas busca justificar seu próprio desenvolvimento de armas espaciais, como quem busca um inimigo inexistente para explicar os motivos de seu próprio armamento.
Vale lembrar que tanto os EUA quanto a Rússia são signatários do Tratado do Espaço Exterior, que justamente proíbe a militarização do espaço, apesar de não proibir país algum de desenvolver tecnologias capazes de destruir seus próprios satélites já desativados.
Fonte: US Space Command, Space Daily
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