Hope Mars: sonda árabe ganha novas missões para cumprir antes de chegar a Marte
Olá, leitor!
Segue abaixo a notícia "Hope Mars: sonda árabe ganha novas missões para cumprir antes de chegar a Marte", publicada no site Canaltech, no dia 26/11/2020.
É leitor, estamos a menos de 3 meses da chegada das sondas (Hope Mars, Perseverance e Tianwen-1) a Marte e estes equipamentos vem trazendo sempre novidades e aumentando as nossas expectativas.
Boa leitura!
Brazilian Space
Hope Mars: sonda árabe ganha novas missões para cumprir antes de chegar a Marte
Por Daniele Cavalcante
26 de Novembro de 2020 às 09h55
No dia 19 de julho, os Emirados Árabes Unidos fizeram seu primeiro lançamento bem sucedido rumo a Marte, com a missão Hope Mars marcando uma nova era na exploração espacial do país. A meta primária é estudar o clima marciano, mas a equipe já está tão impressionada com o desempenho da nave que decidiu realizar algumas tarefas secundárias antes que ela chegue ao Planeta Vermelho.
A sonda chegará à órbita marciana apenas no dia 9 de fevereiro de 2021, mas já realizou algumas manobras de correção de trajetória com bastante eficiência — e mais precisão do que o previsto pelos próprios engenheiros da missão. Após a terceira manobra, a equipe da Hope Mars decidiu que deveriam aproveitar a eficácia da nave para reunir alguns dados científicos adicionais pelo caminho.
Desde o início, a missão Hope Mars tem como objetivo geral “fornecer ciência inovadora à comunidade internacional”, de acordo com Hessa Al Matroushi, vice-gerente de projetos científicos da Hope. Outra meta é “acelerar o desenvolvimento” do setor acadêmico dos Emirados Árabes Unidos, nas palavras de Omran Sharaf, líder da missão. Inclusive, é daí que veio o nome “Hope”, ou “Al-Amal”, pois os pesquisadores querem enviar uma mensagem de otimismo aos milhões de árabes em todo o mundo e incentiva-los a inovar.
Por isso, não é surpresa que eles pretendam fazer isso antes mesmo de chegar a Marte. Se há uma boa oportunidade, por que não aproveita-la?
Três missões “bônus”
As missões complementares não vieram do nada. Os cientistas e gerentes da Hope já tinham em mente dados extras que poderiam ser coletados pela nave, mas só agora eles se sentiram seguros para levar o plano adiante. “A equipe está discutindo isso há algum tempo, mas como diretor de projeto, tive que segurar as coisas porque há prioridades”, disse Omran Sharaf. “Era algo que sempre esteve na nossa cabeça”.
Agora que as manobras foram realizadas com muita precisão, há três tipos diferentes de missões "bônus" para realizar antes do início de janeiro.
Uma delas é levar a Hope para uma observação conjunta com a BepiColombo, a missão europeu-japonesa que viaja rumo a Mercúrio. Em uma manobra delicada dentro de uma faixa do Sistema Solar interno, as duas naves se voltarão uma para a outra, e ambas medem a quantidade de hidrogênio no espaço entre elas. Então, cada uma dará meia volta para fazer a mesma medição, só que rumo ao Sistema Solar exterior.
Essa observação tem como objetivo medir o hidrogênio que está escapando da atmosfera marciana. Claro, a Hope já é equipada com instrumentos para fazer alguma leitura nesse sentido, mas as observações coordenadas com a BepiColombo ajudarão a equipe árabe a diferenciar melhor o hidrogênio interplanetário — presente em toda parte do Sistema Solar — do hidrogênio que veio de Marte. Assim, quando a Hope chegar em Marte e começar a analisar a atmosfera na órbita de lá, será possível diferenciar nitidamente as duas variações do gás.
A segunda tarefa também está relacionada ao hidrogênio, porém observando mais diretamente o gás que escapa do Planeta Vermelho. Para essas observações, dois instrumentos na Hope trabalharão juntos — uma câmera de imagens na luz visível, que vai fotogravar o planeta à distância, e um instrumento de luz ultravioleta, que vai obter uma visão do hidrogênio ainda na atmosfera do planeta.
Por fim, a Hope também ativará um recurso integrado que permite rastrear poeira interplanetária. “Estamos enviando uma missão a Marte com esta função e estamos felizes e confiantes com seu desempenho, então podemos ativá-la”, declarou Sharaf. Com isso, a equipe já pode considerar que a Hope atuará no pleno exercício de suas capacidades. Afinal, é para isso que ela foi criada: “reunir o máximo de dados e utilizar esta missão o tanto quanto possível para servir aos objetivos científicos e à humanidade em geral”.
Fonte: Space.com
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