Com desgaste da ISS, Rússia pensa em construir sua própria estação orbital

Olá, leitor! 

 

Segue abaixo a notícia "Com desgaste da ISS, Rússia pensa em construir sua própria estação orbital", publicada no site Canaltech, no dia 27/11/2020.


Já havíamos tratado sobre as limitações da vida útil e os custos de manutenção da ISS no artigo “As Boas Vindas às Estações Espaciais e aos Hotéis Orbitais Privado” (clique  aqui). No artigo e nas referências utilizadas fica claro que o custo de manutenção da ISS vêm crescendo sobremaneira, graças ao processo de obsolescência da mesma, tornando tais despesas proibitivas. 

Com a situação atual da pandemia e seus reflexos nas economias e nos orçamentos governamentais, o dilema da aposentadoria e descomissionamento da ISS volta à tona e impõe soluções e decisões que não se resumam a seguir fazendo “puxadinhos” e “gambiarras” na Estação. 

Saudações!

Rui Botelho

Brazilian Space

Com desgaste da ISS, Rússia pensa em construir sua própria estação orbital

Canaltech
Por Danielle Cassita
27 de Novembro de 2020 às 21h00
 
Um relatório recente da RSC Energia, empresa que gerencia os módulos russos da estação, alerta que elementos da Estação Espacial Internacional (ISS) têm chances altas de começar a apresentar uma avalanche de problemas depois de 2025, e os danos na estação estão tão sérios que vai ser caro demais consertá-los. Então, eles propõem a construção de uma estação orbital russa.

Assim, Vladimir Alekseevich Soloviev, vice-diretor geral da Energia, sugeriu, durante uma reunião da Russian Academy of Sciences, que o país deveria focar na implementação do programa uma estação orbital nacional. “A Rússia tem compromisso com a Estação Espacial Internacional até 2025. Já existe uma quantidade de elementos que estão seriamente afetados e estão encerrando suas funções, e muitos deles não são substituíveis”, disse. 

A estação russa Mir ficou em órbita por 179 dias (Imagem: Reprodução/NASA)

A Energia estima que as despesas para consertar os componentes e manter a ISS sejam de 10 a 15 bilhões de rúpias — valor que equivale de U$ 130 a U$ 198 milhões por ano. Então, Soloviev propôs ser preciso avaliar os termos da participação russa futura no programa e focar na implementação da Russian Orbital Service Station (ROSS), uma nova estação que seria composta por três a sete módulos, que podem tanto ser operados automaticamente ou por uma tripulação de duas a quatro pessoas para a redução de custos. Além disso, esses módulos poderiam ser substituídos, de modo que essa estação teria tempo de vida ilimitado. A ROSS segue sendo desenvolvida pela Energia, e tem lançamento estimado para depois de 2024.
 
Os comentários feitos por Soloviev circularam pela mídia russa como uma sugestão indireta de que a Rússia queria encerrar a participação dos parceiros no programa da ISS, ou de que a estação encerraria as atividades. Depois, ele explicou que não havia discussões em andamento sobre a ISS interromper o trabalho depois de 2025: “naturalmente, o relatório da reunião foi teórico, não uma proposta de desenvolvimento posterior da ISS, e foi mal interpretado”, disse no canal da Roscosmos no Telegram.
 
Vale ressaltar que, de fato, a ISS já vem apresentando sinais de fadiga há algum tempo: há um vazamento de ar ocorrendo no laboratório desde 2019, e investigações em busca da origem do problema mostraram que iso ocorria no módulo russo Zvezda. Já em outubro, foi detectado um problema no suprimento de oxigênio também no módulo russo — e, embora nenhum destes inconvenientes ofereça riscos à tripulação, eles sinalizam a aproximação do fim da vida útil dos equipamentos russos, que deveriam ser usados apenas por 15 anos, mas chegam às duas décadas de uso.
 

Comentários

  1. Bom lembrar que a Russia está nos preparativos finais do módulo Nauka e pretende lançar ainda no ano que vem, então a ISS deve ter algumas novas expansões nos proximos anos antes de ser desativada. Mas é interessante essa ideia de uma nova estação com módulos mais descartáveis e baratos, produzidos em série (no sentido de produção contínua, não de grande quantidade). Certificar para segurança absoluta é caro, então quem sabe recorrer para redundância diminuas os custos (se um módulo falhar, feche a escotilha e fuja para o outro, se a falha for muito critica basta recorrer para a boa e velha Soyuz e dar no pé).

    Mas acho que de lá não sai mais nada. Melhor acompanhar o programa espacial dos indianos, dos chineses e as tentativas da iniciativa privada.

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