AEB: Parceria Brasil-Rússia na Área Espacial é Bem-Vinda
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postada ontem (15/04) no site
“Sputniknews” destacando que o segundo o Diretor de Política Espacial e
Investimentos Estratégicos da AEB, Dr. Petrônio Noronha de Souza, a parceria Brasil-Rússia na Área Espacial é bem-vinda
Duda Falcão
BRASIL
AEB: Parceria Brasil-Rússia
na Área Espacial é Bem-Vinda
Sputnik News
15/04/2015 – 11:43
A
AEB – Agência Espacial Brasileira não tem em perspectiva, por enquanto, novos
projetos que levem mais um brasileiro ao espaço. O primeiro caso de astronauta
nacional, o do militar da FAB – Força Aérea Brasileira, Marcos Pontes, que
embarcou, em 2006, num voo orbital para a Estação Espacial Internacional, tão
cedo não deverá repetir-se.
A informação é do diretor de Política Espacial e
Investimentos Estratégicos da AEB, Petrônio Noronha de Souza, entrevistado no
âmbito da LAAD – Defence & Security 2015 – Feira Internacional de Defesa e
Segurança da América Latina, que se realiza no Rio de Janeiro. “Não vejo essa
possibilidade, de outro homem ou mulher ser selecionado para treinamento em
outro voo espacial, nem em curto nem em médio prazo”, diz o especialista.
Petrônio Noronha de Souza acredita que o único evento do
gênero que está para ocorrer é o do estudante Pedro Nehme, que está sendo
apoiado pela AEB nessa fase anterior ao voo, porém não se trata de um projeto
financiado pela Agência Espacial Brasileira. “É um apoio mais técnico para que
ele converse com pilotos, tenha a oportunidade de visitar centros de estudos,
passe informações para os jovens, faça palestras. É um processo em que nós nos
beneficiamos da informação, da divulgação, e ele se beneficia também das
oportunidades que lhe são abertas.”
Neste mês de abril, Pedro Nehme vai para a Rússia
participar de mais uma etapa do treinamento com exercícios de gravidade zero.
Depois, escolhido num concurso patrocinado pela companhia holandesa KLM, em que
venceu 130 mil concorrentes, Nehme fará um voo suborbital de uma hora na nave
Lynx Mark II, da empresa XCOR Space Expeditions.
Na entrevista exclusiva para Sputnik, o diretor de
Política Espacial e Investimentos Estratégicos da AEB falou também sobre
as possibilidades de Rússia e Brasil realizarem um programa conjunto ou
desenvolverem um veículo de lançamento de satélite, levando-se em conta o
trágico acidente com o veículo lançador de satélite que explodiu no centro de
lançamentos de Alcântara, no Maranhão.
Desde então, segundo Petrônio Noronha, houve várias
iniciativas por parte do Governo russo, através da empresa Roscosmos, em
auxiliar o Brasil na reconstrução da base ou ainda em ajudar a desenvolver um
satélite lançador em parceria, mas a ideia não se concretizou. Em seguida, no
entanto, ocorreu uma parceria do Brasil com a Ucrânia no desenvolvimento do
Centro de Lançamento em Alcântara.
Petrônio Noronha de Souza explica que depois do acidente
ocorreu um contato entre autoridades brasileiras e russas, com apoio importante
por parte de técnicos russos, naquela época, para a revisão do projeto, que
continua em atividade.
Já o acordo com a Ucrânia para o desenvolvimento do Centro
de Lançamento e, simultaneamente, do lançador no Projeto Cyclone-4, ocorreu um
tempo depois, porém, não eliminou o projeto do VLS – o Veículo Lançador de
Satélites. “O VLS continua sendo conduzido como um projeto exclusivamente
nacional. Temos a questão quanto a continuidade ou não do acordo com a Ucrânia,
e não há no momento negociações em prol de um desenvolvimento comum, de um
lançador ou aperfeiçoamento de algum lançador já pré-existente a ser realizado
por brasileiros e russos. Não podemos descartar essa possibilidade, até porque
a colaboração com os russos não desapareceu totalmente. Nós ainda temos
intercâmbio de pessoas, estudantes brasileiros que se deslocam e recebem
formação lá na Rússia.”
Petrônio Noronha destaca ainda a parceria que vem ocorrendo
com os russos no desenvolvimento das estações do Glonass (Sistema de Navegação
Global por Satélite), em que há uma instalação na Universidade de Brasília, e
que futuramente pode se desenvolver. “Eu acho que devem ser instaladas estações
terrenas para o sistema Glonass. É uma agenda de trabalho conjunta entre
acadêmicos e técnicos brasileiros e russos, e eventualmente isso poderá crescer
mais adiante. Eu diria que nós veremos, sem que leve muito tempo, algumas
modificações no panorama ou no cenário do desenvolvimento de lançadores aqui no
Brasil.”
Na visão do diretor de Política Espacial e Investimentos
Estratégicos da Agência Espacial Brasileira as parcerias internacionais
são bem-vindas. Já existe, por exemplo, o chamado VLM – Veículo Lançador para Micro-Satélites,
desenvolvido em colaboração com a Alemanha. Existe ainda um programa de sucesso
de lançamento de cargas úteis para microgravidade na Europa, onde a parte
experimental é feita pelos alemães e a parte dos propulsores, que é chamada de
VSB-30, é um foguete brasileiro.”Não descartamos a colaboração internacional.
Eu diria que a possibilidade existe, sim, de algo se materializar com a Rússia,
mas no momento nada está sendo negociado – algo ainda a ser construído.”
O especialista comentou ainda sobre um possível interesse
do Governo brasileiro num projeto russo, chamado Lançamentos Marítimos, para se
fazer uma espécie de cosmódromo, um ponto de lançamento flutuante numa
plataforma em alto-mar, aproveitando a extensa costa brasileira, com latitudes
bem próximas à linha do equador, o que proporcionaria maior carga útil dos
satélites.
Segundo ele, especificamente quanto a esse projeto russo,
a Agência Espacial Brasileira não tem informações, porém o Centro de
Lançamentos de Alcântara, que fica no litoral, próximo à linha do equador, tem
uma posição bastante privilegiada e sem dúvida é uma opção para esse sistema de
lançamento marítimo. “Já existe um sistema desenvolvido no passado com a
participação de americanos, noruegueses, russos e ucranianos, chamado de Sea
Lounge, que operou na costa da Califórnia por muitos anos, mas era uma longa
viagem à linha do equador”, diz Petrônio Noronha. “No caso de Alcântara, a
linha do equador está ao lado, quase nenhum deslocamento se faz necessário. É
uma ideia bastante interessante, mas não é um projeto simples. É um projeto que
envolve várias nações, toda a questão de legislação internacional,
as questões de segurança, ambientais e comerciais, ou seja, é um enorme
desafio. Cabe às nossas autoridades trabalhar para verificar se isso consegue
ser materializado ou não.”
Fonte: Site Sputniknews - http://br.sputniknews.com/
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