Observatório do Megatelescópio GMT Começará a Ser Construído Este Ano
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (13/04) no site da
“Agência FAPESP”, destacando que o Observatório do Megatelescópio GMT começará
a ser construído este ano, projeto este que conta com a com a participação brasileira.
Duda Falcão
Notícias
Observatório do Megatelescópio GMT
Começará a Ser
Construído Este Ano
Por Elton Alisson,
de Buenos Aires
13 de abril de 2015
Foto: (GMT)
megatelescópio
será instalado nos Andes chilenos.
|
Agência FAPESP
– O consórcio internacional Giant Magellan Telescope (GMT) começará a
construir, no início de novembro, o observatório e a estrutura mecânica do
megatelescópio que será instalado nos Andes chilenos.
O anúncio foi feito durante uma mesa-redonda sobre
grandes colaborações científicas realizada na quarta-feira (08/04) durante a FAPESP
Week Buenos Aires.
Realizado pela FAPESP em parceria com o Consejo Nacional
de Investigaciones Científicas y Técnicas (Conicet), o evento reuniu até
sexta-feira (10/04), em Buenos Aires, pesquisadores do Estado de São Paulo e de
diferentes instituições de ensino superior e de pesquisa da Argentina com o
objetivo de discutir o aumento da colaboração científica entre os dois países.
“A parte óptica do telescópio começou a ser feita antes
do início da construção do observatório. O primeiro espelho óptico, de 8,4
metros, já foi finalizado, outros dois estão sendo lixados e polidos e o vidro
do quarto espelho deverá ser fundido agora”, disse João Evangelista Steiner,
professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da
Universidade de São Paulo (IAG-USP), à Agência FAPESP.
“Já a construção do prédio e de toda a estrutura mecânica
do telescópio não poderia ser iniciada enquanto não houvesse recursos
suficientes para garantir a construção do telescópio e tivesse quatro espelhos
prontos e operacionais para iniciar as observações”, disse.
De acordo com Steiner, os recursos para o projeto foram
completados com a adesão da FAPESP ao consórcio internacional, no final de
2014.
A FAPESP investirá US$ 40 milhões no projeto, o que
equivale a cerca de 4% do custo total estimado. O investimento garantirá 4% do
tempo de operação do GMT para trabalhos realizados por pesquisadores de São
Paulo, além de assento no conselho do consórcio.
A participação dos pesquisadores do Estado de São Paulo
no GMT será nos mesmos moldes da colaboração nos observatórios Gemini, cujas
operações iniciaram em 2000 com dois telescópios “gêmeos”, um nos Andes
chilenos e outro no Havaí, e no Southern Observatory for Astrophysical Research
(SOAR, na sigla em inglês), inaugurado em 2004.
O Brasil conta com 6% de participação nas observações do
Gemini, cujos telescópios têm espelhos principais com 8,1 metros de diâmetro.
No SOAR, com espelho de 4,2 metros de diâmetro, a participação brasileira é de
30%.
“O aumento no número de artigos publicados por astrônomos
brasileiros nos últimos anos tem relação direta com a participação no Gemini e
no SOAR”, disse Steiner durante sua palestra no evento.
“Estávamos estagnados por quase uma década em termos de publicação
de artigos científicos e de formação de mestres e doutores na área e, quando o
Gemini e o SOAR entraram em operação, esses dois indicadores cresceram em um
ritmo bastante expressivo”, afirmou.
GMT
O GMT será instalado no Observatorio Las Campanas, na
região do Atacama, na Cordilheira dos Andes, próximo à cidade chilena de
Vallenar – região privilegiada para observações astronômicas por conta da
altitude de mais de 2.500 metros, da escuridão do céu do hemisfério Sul e do
clima seco.
Os equipamentos permitirão aos astrônomos investigar a
formação de estrelas e galáxias logo após o Big Bang, medir a massa de buracos
negros e mapear o ambiente imediato em torno deles. Com o GMT será possível
descobrir e caracterizar planetas em torno de outras estrelas, com
possibilidade de detecção de exoplanetas semelhantes à Terra, e estudar a
natureza da matéria e da energia escuras.
O telescópio usará sete dos maiores espelhos ópticos já
construídos para formar um único telescópio de 25,4 metros de diâmetro. Lasers
potentes serão usados para medir e corrigir distorções induzidas pela atmosfera
da Terra, produzindo imagens de objetos celestes distantes com clareza sem
precedentes.
A área coletora de fótons será cem vezes maior que a do
telescópio espacial Hubble e a nitidez das imagens, no infravermelho, será dez
vezes melhor.
O telescópio deverá iniciar as operações científicas em
2021 e ampliará em cerca de 30 vezes o volume de informações acessíveis aos
telescópios atualmente em operação.
“Quando for iniciada a construção do observatório, será
feita uma chamada de propostas para a fabricação da cobertura do telescópio,
uma estrutura enorme que utilizará 4 mil toneladas de aço e que precisa ser
muito bem projetada”, disse Steiner. “Há empresas brasileiras interessadas em
construir essa estrutura”, contou.
Os pesquisadores brasileiros também deverão participar do
desenvolvimento de alguns dos instrumentos científicos que serão usados no
observatório.
“Há uma série de pacotes tecnológicos que poderemos
assumir e que envolvem tecnologias muito típicas do setor aeroespacial. Estamos
mapeando os pacotes tecnológicos de interesse e contatando algumas empresas
interessadas ”, contou.
Além do GMT, há outros dois projetos de telescópios
gigantes sendo desenvolvidos internacionalmente: o European Extremely Large
Telescope (E-ELT), coordenado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO), e o
Thirty Meter Telescope (TMT), administrado pelo California Institute of
Technology e pela University of California.
Apresentações feitas na FAPESP Week Buenos Aires e mais
informações sobre o simpósio estão em: www.fapesp.br/week2015/buenosaires
Fonte: Site da Agência FAPESP
Comentários
Postar um comentário