Ciência sem Fronteiras Aproxima Brasileiras na NASA
Olá leitor!
Segue agora uma nota postada ontem (14/04) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que o Programa Ciência sem
Fronteiras (CsF) aproximou pesquisadoras brasileiras na NASA.
Duda Falcão
AEROESPACIAL
Ciência sem
Fronteiras
Aproxima Brasileiras na NASA
Por Ascom do MCTI
Publicação: 14/04/2015 | 10:21
Última modificação: 14/04/2015 | 11:48
Foto:
Arquivo pessoal
As
astrônomas Rosaly Lopes e Fabíola Magalhães, aficionadas
pelo cosmos e pelos
vulcões, se encontraram via CsF no INPE
e hoje trabalham em parceria na NASA.
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O programa
Ciência sem Fronteiras (CsF) foi o elo responsável pelo encontro entre duas
cariocas, Rosaly Lopes e Fabíola Magalhães, que descobriram suas
afinidades na área de Astronomia ao atuarem juntas no Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI) e localizado em São José dos Campos (SP). As cientistas
brasileiras fizeram trajetórias de formação inversas e, recentemente, iniciaram
um trabalho de parceria na Agência Espacial Norte-Americana (NASA).
Ainda menina, aos
quatro anos de idade, Rosaly começou a se interessar pelos assuntos do Cosmos
ao assistir noticiários sobre Iuri Gagarin, o primeiro homem a viajar pelo
espaço. E como muitos jovens de sua época, aos 18 anos, a ex-garota de Ipanema
saiu do Rio para estudar Astronomia na Universidade de Londres, Inglaterra,
pela falta de estrutura no Brasil. Lá, se encantou com os vulcões, ao cursar
uma disciplina sobre a geologia dos planetas, e iniciou a sua trajetória de
pesquisas, descobertas, publicações e prêmios.
A carreira da
cientista foi coroada pelos mais de 20 anos de atuação na Agência Espacial
Norte-Americana (NASA), onde esteve à frente da Missão Cassini (que explora,
com um satélite, o planeta Saturno e suas luas). Rosaly é também considerada
uma das maiores especialistas em vulcões do mundo. Ela encontrou 71 deles
ativos em Io, lua de Júpiter. Por esse feito, entrou para o Guiness americano,
o livro dos recordes. Hoje, com 58 anos de idade, a astrônoma brasileira chefia
o departamento de ciências planetárias no Laboratório de Propulsão a Jato (JPL)
da NASA, na Califórnia, responsável pela coordenação de 80 profissionais. Leia mais.
Já a trajetória
acadêmica da pesquisadora Fabíola Magalhães, de 33 anos, transcorreu no Brasil,
onde se graduou em Astronomia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ) e cursou o mestrado em Astrometria pelo Observatório Nacional (ON/MCTI).
Atualmente, ela é doutoranda em Geofísica Espacial pelo INPE. A jovem, que foi
inspirada pelos livros de divulgação científica do astrônomo norte-americano,
Carl Sagan, hoje vive a realidade de estudar os astros e os vulcões em parceria
com a doutora Rosaly, na NASA.
Vulcanismo
Orientada pelo
físico Walter Gonzalez, da Divisão de Geofísica Espacial do INPE, Fabíola atua
na agência espacial norte-americana com uma bolsa sanduíche pelo programa CsF e
estuda a influência do vulcanismo em Io e no campo magnético de Júpiter.
"O que queremos é compreender melhor como ocorrem essas interações entre
Io e Júpiter, e qual a Física envolvida por trás. Júpiter vem a ser o maior
planeta do nosso Sistema Solar e o que possui a maior magnetosfera (envoltório
produzido pelo campo magnético, capaz de proteger o planeta do vento
solar)", explica.
Segundo a
pesquisadora, o projeto engloba uma área ainda não muito explorada e com muitas
questões em aberto. "Só pela parte inovadora, já fico bastante satisfeita
com o projeto que venho desenvolvendo mas, além disso, espero ser capaz de
compreender um pouco mais profundamente cada uma das diversas áreas que o
trabalho abrange. Desta forma, minha primeira expectativa é alcançar resultados
satisfatórios e torcer para que os mesmos venham a contribuir com informação relevante
para a comunidade científica", planeja.
Uma oportunidade
"incrível" para a brasileira que nunca pensou na possibilidade de
trabalhar na NASA. "A experiência tem sido fascinante de poder conhecer e
discutir ideias com pessoas que apenas conhecia por nome em artigos. Com
certeza, por isso, já vale a viagem. Uma coisa que pela qual sempre me
interessei, e que a NASA tem de sobra, são as missões espaciais. E algo que
achei fascinante é saber que a sala de controle das missões fica logo ali, num
prédio bem pertinho ao meu", declara.
Intercâmbio
Para Rosaly
Lopes, que voltou ao Brasil em 2012, como visitante especial pelo
programa CsF, a parceria com Fabíola representa a continuidade da sua pesquisa
sobre as causas e os efeitos no sistema magnetosférico (exterior da atmosfera
de um astro) ao redor Júpiter e a relação com as erupções vulcânicas.
"Estamos fazendo a maior parte do trabalho em termos de análises de dados,
o que se estenderá até o fim do ano", conta a Rosaly. "Eu estudo a
atividade dos vulcões de Io e achamos que essa talvez seja a influência
principal da variabilidade do torus. E a Fabíola está analisando dados para ver
se existe este relacionamento. Isso foi um benefício para mim também, porque me
envolveu num aspecto de pesquisa novo", salienta.
Para a
pesquisadora, o intercâmbio permitiu atuar na área de sua especialidade e
intensificar a cooperação entre as agências da área espacial dos dois países.
"A geologia dos planetas é muito pouco estudada no Brasil, que se
concentra em outros campos de ciência astronômica e planetária. Tenho, então, a
oportunidade de envolver estudantes e fazer crescer esta área no País. Por
exemplo, em 2013, dei aulas num curso de Pós-Graduação, no Observatório
Nacional, sobre geologia dos planetas e escrevi o capítulo de um livro que foi
editado pelo Observatório. Dei também muitas palestras no INPE e em alguns
congressos no Brasil," relata.
Rosaly Lopes
conta que os compromissos com a NASA dificultam a sua fixação por longos
períodos no Brasil, o que não impedirá o intercâmbio de conhecimentos. "O INPE
é um lugar ótimo, com cientistas e engenheiros de grande calibre", avalia.
"E, por outro lado, hoje em dia, com computadores e Skype, podemos
trabalhar juntos sem passar muito tempo no mesmo lugar", justifica.
"Estou servindo como ponte entre o INPE e o JPL. Existem outros projetos,
de pesquisadores brasileiros aqui no JPL, estou fazendo as conexões entre os
pesquisadores e facilitando a colaboração".
Na avaliação de
Rosaly, a ciência no Brasil se desenvolveu muito desde a época que saiu do País
em busca de oportunidades. "O Brasil agora já está entrando no grupo de
países que têm programa espacial. Essa foi uma das razões pelas quais o JPL me
deu permissão para passar um tempo no nosso País, na esperança de fomentar mais
projetos de colaboração, principalmente, em missões espaciais de observação da
Terra", ressaltou a cientista, que é entusiasta do programa CsF pela
iniciativa de enviar estudantes brasileiros ao exterior, como é o caso de
Fabíola.
"Eles
praticam outra língua e podem ver como funcionam instituições de alto nível, em
outras partes do mundo", avalia.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI)
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