Burocracia Emperra Projeto Estratégico Diz Roberto Amaral


Olá leitor!

Segue abaixo uma notícia publicada ontem (13/10) no Jornal da Câmara destacando a afirmação na semana passada do diretor da empresa binacional ALCÂNTARA Cyclone Space (ACS), o senhor Roberto Amaral em audiência pública da Comissão de Relações Exteriores, que o País não tem projetos estratégicos conseqüentes fora da área econômica.

Duda Falcão

LANÇAMENTOS DE FOGUETES

Burocracia Emperra Projeto Estratégico,
diz Diretor da Binacional de Alcântara

O diretor da empresa binacional ALCÂNTARA Cyclone Space (ACS), Roberto Amaral, afirmou, na semana passada, em audiência da Comissão de Relações Exteriores, que o País não tem projetos estratégicos conseqüentes fora da área econômica. “Qualquer burocrata de terceiro escalão nos ministérios da Fazenda ou do Planejamento barra os recursos para um projeto nacional estratégico”, lamentou Amaral. “O detonador que provocou o acidente (em ALCÂNTARA) foi à dieta de recursos”, acusou.

A empresa ALCÂNTARA Cyclone Space foi criada em 2006 pelo Brasil e a Ucrânia para operar e comercializar serviços de veículos lançadores de satélites a partir de ALCÂNTARA, no Maranhão. O mercado mundial de lançamentos de satélites é da casa de 6 bilhões de dólares (cerca de R$ 10,4 bilhões) por ano.

Entraves - Roberto Amaral mencionou os entraves que têm impedido a concretização do lançamento brasileiro. Problemas de localização, de logística - o governo desistiu da construção do porto previsto -, de formação e manutenção de pessoal, de conflitos com a comunidade local e de licenciamento ambiental vêm atrasando o programa de lançamentos. Também existe a pressão dos países detentores da tecnologia, que chega até a proibição do fornecimento de componentes.

A atuação do Ibama foi fortemente questionada pelo diretor. Os custos para o licenciamento já chegam a R$ 20 milhões, o que não se justificaria em se tratando de um projeto estratégico, de interesse nacional. “É o governo trabalhando contra o governo” resume o deputado Ribamar Alves (PSB-MA), que sugeriu que a Câmara, e especialmente o Partido Verde, auxiliassem na solução desse entrave junto ao Ibama e ao próprio ministro do Meio Ambiente.

Entretanto, segundo Amaral, de todas as dificuldades, a falta de uma política permanente e de recursos adequados é a principal. “O Brasil foi ultrapassado por Israel, Irã e Coréia do Sul, e agora, ao que tudo indica, também pela Coréia do Norte”.

O programa espacial brasileiro foi iniciado em 1961, quando foi criada a Comissão Nacional de Atividades Espaciais. “Estávamos à frente da Índia e da China”, informou Amaral. “A China lançou seu primeiro satélite em 1970. Hoje lança um voo tripulado, tem 27 mil empregados; e nós não conseguimos cumprir nenhuma das metas estabelecidas em 1961”, comparou.

Em 1977, o Brasil estava em condições de igualdade em tecnologia de veículos espaciais com a Índia. Hoje, a Índia domina a tecnologia de propulsão líquida criogênica e, junto com a China, destaca-se por seus programas espaciais com lançamentos de veículos e satélites de grande porte e o domínio completo da tecnologia espacial.

Brasil Paga a Outros Países para Colocar Satélite em Órbita

Toda vez que precisa colocar um satélite em órbita, o Brasil paga, por lançamento, de 25 a 50 milhões de dólares a outros países. Ao dominar a tecnologia de lançamento, poderá cobrar isso para lançar satélites de terceiros. O custo do lançamento em ALCÂNTARA, pela proximidade com o Equador, pode ser 30% mais barato do que nos países lançadores do hemisfério norte.

Segundo Roberto Amaral, já existem os mercados “cativos” brasileiro e ucraniano; também há perspectivas comerciais no mercado latino-americano. Argentina, Venezuela e Colômbia têm planos de lançamento, e o próprio mercado americano, apesar das fortes restrições políticas e de segurança, é um cliente potencial. (RX)


Fonte: Jornal da Câmara - 13/10/2009

Comentário: Esse lenga-lenga do senhor Roberto Amaral que foi estendido ontem durante o debate da TV Câmara (falarei sobre esse debate em breve) serve como guarda-chuva para esconder a incompetência (e Deus sabe lá o que mais) por ele demonstrada na condução desse acordo com os ucranianos. Não duvido que possa ter órgãos do governo tentando atrapalhar a execução do acordo, mas como o mesmo é do interesse da presidência da república, não faz sentido que esse problema tenha a dimensão que o mesmo tenta transmitir para a mídia e para a sociedade brasileira. Afinal, bastaria uma interferência direta do presidente Lula para solucionar qualquer problema. No entanto, o que provavelmente deve esta acontecendo para mim ficou claro no episódio entre o senhor diretor da ACS e o major-brigadeiro da reserva Antonio Hugo Pereira Chaves, conhecido como o major fogueteiro pela Aeronáutica devido a sua larga experiência com foguetes. Nesse episódio perdeu o Brasil com a demissão do major-brigadeiro e ganhou a incompetência e a politicagem pela manutenção do senhor Roberto Amaral. Lamentável!

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