NASA Vai Financiar Estudo do INPE Sobre Bolhas da Ionosfera e Sistemas de Navegação

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Segue abaixo uma nota postada dia (27/12) no site do “Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI)”, dando destaque ao projeto do Nanosat da Missão SPORT que será desenvolvido entre a NASA, o INPE e o ITA.

Duda Falcão

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NASA Vai Financiar Estudo do INPE Sobre
Bolhas da Ionosfera e Sistemas de Navegação

Nanossatélite de seis quilos deve ser lançado ao espaço em março de 2017 para estudos
sobre a formação de bolhas de plasma ionosférico, que podem ter impacto nos
sistemas de comunicação e de navegação do planeta

Crédito: Reprodução da internet
NASA vai financiar o desenvolvimento de um nanossatélite para
estudos de bolhas de plasma na ionosfera, que podem ter impacto
nos sistemas de comunicação e navegação do planeta.

A NASA, agência espacial norte-americana, vai financiar o desenvolvimento de um nanossatélite para estudos de bolhas de plasma na ionosfera, que podem ter impacto nos sistemas de comunicação e navegação do planeta. A Missão SPORT (Scintilation Prediction Observations Research Task ou Observações de Previsão de Cintilação, em português) é coordenada pelo Marshall Space Flight Center, da agência espacial americana, em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).

O nanossatélite financiado pela NASA, um cubesat de aproximadamente seis quilos - o que torna os custos do projeto muito baixos pelo retorno que ele trará ao país -, servirá a estudos sobre a formação de bolhas de plasma ionosférico, que são as fontes principais de reflexões de radar na região equatorial. A missão Sport investigará o estado da ionosfera que acarreta o crescimento das bolhas de plasma. Também serão estudadas as relações entre as irregularidades no plasma em altitude de satélites com as cintilações de rádio observadas na região equatorial da ionosfera.

Segundo o coordenador do Projeto NANOSAT, Otávio Durão, a iniciativa combina dados obtidos no espaço com outros coletados pela rede de sensores mantida pelo Programa de Estudos e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (EMBRACE) do INPE sobre a ionosfera.

"A importância do nanosat transcende a sua aplicação científica e tecnológica, que por si só já seria suficientemente importante pela sua originalidade em combinar dados obtidos no espaço com dados obtidos pela rede de sensores do INPE/EMBRACE em solo sobre a ionosfera na região da anomalia magnética. Esta região, devido à formação das bolhas de plasma cujas origens esta missão buscará entender, acarreta problemas de comunicação e navegação, o que dá também à missão características práticas tanto para o setor civil quanto para o de defesa", explica Durão.

Na avaliação dele, a cooperação com os Estados Unidos no setor espacial pode representar o reinício da cooperação com o país mais avançado no setor e que "em passado recente foi prejudicada por problemas da participação brasileira na construção da Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês), o maior empreendimento do mundo no setor, reunindo 16 países".

Desenvolvimento

Os instrumentos a bordo do satélite serão desenvolvidos pelo centro da NASA e universidades dos Estados Unidos, com a participação de pesquisadores brasileiros. Já a plataforma poderá ser semelhante à do ITASAT, nanossatélite universitário realizado em parceria pelo ITA, INPE e instituições de ensino brasileiros.

"No Brasil, a cooperação é com o ITA, e as possibilidades de participação de outras universidades brasileiras são concretas para o intercâmbio com as instituições norte-americanas", afirma Durão.

No Laboratório de Integração e Testes (LIT) do INPE, em São José dos Campos (SP), serão feitos a montagem e os ensaios necessários para o lançamento do nanossatélite. A responsabilidade pela operação em órbita será do Centro de Controle de Satélites (CCS) do INPE e estações brasileiras de cubesats.

Processamento, Armazenamento e Distribuição de Dados

O Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (EMBRACE) do INPE fará o processamento, armazenamento e distribuição dos dados científicos da Missão SPORT. As informações da rede de sensores de solo do EMBRACE na região da Anomalia Magnética do Atlântico Sul (AMAS), combinadas com os dados obtidos pelo cubesat, conferem características pioneiras à missão.

O lançamento, de responsabilidade da NASA, será pela Estação Espacial Internacional (ISS). O cronograma prevê o início da missão em março de 2017, sendo que o lançamento e comissionamento da iniciativa deverão ocorrer entre novembro de 2018 e março de 2019, com uma vida útil de um ano, em função da atividade solar no período e a dinâmica de voo para o lançamento da ISS.

Pesquisadores e tecnologistas de várias áreas do INPE participaram do desenvolvimento da proposta agora contemplada pela NASA. Sob o encaminhamento do ITA, está sendo submetido à Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) um projeto temático para o orçamento da parte nacional da missão, bem como sua extensão.


Fonte: Site do Ministério da Ciência,Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTI)

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