Laboratório Brasileiro Caça Micróbio Candidato a ET
Olá leitor!
Segue abaixo uma noticia publicada em agosto (05/08) no jornal “Folha de São Paulo” sobre uma pesquisa da USP e da UFRJ que busca potenciais micróbios candidatos a serem utilizados futuramente como ETs em outros mundos.
Duda Falcão
Ciência e Saúde
Segue abaixo uma noticia publicada em agosto (05/08) no jornal “Folha de São Paulo” sobre uma pesquisa da USP e da UFRJ que busca potenciais micróbios candidatos a serem utilizados futuramente como ETs em outros mundos.
Duda Falcão
Ciência e Saúde
Laboratório Caça Micróbio Candidato a ET
RAFAEL GARCIA
enviado especial da Folha de S.Paulo ao Rio
05/08/2009 - 09h28
Reprodução
Artemia salina, crustáceo cujos ovos resistem à ambientes
extremamente secos, fará parte do experimento para "ETs"
Um novo laboratório a ser construído em Valinhos, no interior paulista, será o primeiro do país a testar indivíduos para verificar se são capazes de suportar viagens espaciais. O segundo astronauta brasileiro, porém, não será um humano, e sim um microrganismo.
Como ainda não foi encontrado nenhum planeta similar à Terra no Universo, o que o novo projeto tentará descobrir é quais organismos poderiam viver em luas e planetas já conhecidos. Um dos idealizadores do laboratório é Eduardo Janot Pacheco, professor do Instituto Astronômico e Geofísico da USP.
Segundo ele, a idéia é construir uma câmara de simulação de ambientes extremos para avaliar a vulnerabilidade de alguns seres vivos a altas temperaturas, radiação e situações às quais a maioria dos organismos não sobrevive.
O dinheiro para o projeto, em tese, já existe. Deverá sair do Inespaço, um dos novos INCTs (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia) criados pelo governo federal, que possui verba prevista de R$ 7 milhões para um período de três anos. Valinhos foi escolhida porque a USP já mantém um observatório lá. O novo laboratório deve aproveitar a infra-estrutura.
Mas os cientistas não precisam esperar a nova câmara para trabalhar. Janot apresenta nesta semana, na Assembléia Geral da IAU (União Astronômica Internacional), no Rio, uma pré-seleção dos candidatos à "panspermia", o espalhamento da vida pelo Universo.
Ao Extremo
Junto com os biofísicos Ivan Paulino Lima e Cláudia Lage, da UFRJ, ele identificou diversos extremófilos --micróbios resistentes a condições extremas-- que seriam capazes de viver fora da Terra.
O que o trio fez foi cruzar dados de inúmeros trabalhos de astronomia e de biologia. Após Janot determinar as estimativas da temperatura média de diversos planetas já conhecidos fora do Sistema Solar (os exoplanetas), os pesquisadores listaram quais deles poderiam abrigar micróbios como a Pyrolobus fumarii, que vive em fendais termais no oceano, suportando até 130ºC.
"Não é só que eles sobrevivem a essas condições extremas. Eles gostam de viver assim", diz Janot, que diz querer redefinir aquilo que os astrônomos chamam de "zona habitável". Hoje, essa é a classificação das zonas orbitais que não estão nem tão perto nem tão longe de seus sóis e são capazes de abrigar a água líquida.
"Aqui, a água é o solvente onde as reações necessárias à vida acontecem", explica Janot, alertando, porém, que talvez isso não seja uma regra geral. Afinal, existem micróbios capazes de resistir a uma vasta gama de condições inóspitas.
"Já que esses extremófilos sobreviveriam fora da zona habitável clássica, proponho que consideremos importantes também os planetas e luas que estejam na zona habitável desses organismos", diz Janot. Alguns exoplanetas com tamanho similar ao de Netuno têm temperaturas mínimas de 120ºC, viáveis para certos extremófilos terrestres.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Comentário: Parabéns aos pesquisadores Eduardo Janot Pacheco da USP e Ivan Paulino Lima e Cláudia Lage da UFRJ pela iniciativa e esse já é um claro resultado do investimento feito na criação do INEspaço (veja aqui a nota INEspaço - Novo Instituto de Pesquisas Espaciais). Quanto ao laboratório a ser construído em Valinhos (SP) e a câmara de simulação de ambientes extremos, ambos já foram abordados aqui no blog (veja a nota Primeiro Lab. de Astrobiologia do Brasil Será em Valinhos) e chegam em boa hora, como demonstra essa pesquisa em andamento. Sucesso aos pesquisadores.
Como ainda não foi encontrado nenhum planeta similar à Terra no Universo, o que o novo projeto tentará descobrir é quais organismos poderiam viver em luas e planetas já conhecidos. Um dos idealizadores do laboratório é Eduardo Janot Pacheco, professor do Instituto Astronômico e Geofísico da USP.
Segundo ele, a idéia é construir uma câmara de simulação de ambientes extremos para avaliar a vulnerabilidade de alguns seres vivos a altas temperaturas, radiação e situações às quais a maioria dos organismos não sobrevive.
O dinheiro para o projeto, em tese, já existe. Deverá sair do Inespaço, um dos novos INCTs (Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia) criados pelo governo federal, que possui verba prevista de R$ 7 milhões para um período de três anos. Valinhos foi escolhida porque a USP já mantém um observatório lá. O novo laboratório deve aproveitar a infra-estrutura.
Mas os cientistas não precisam esperar a nova câmara para trabalhar. Janot apresenta nesta semana, na Assembléia Geral da IAU (União Astronômica Internacional), no Rio, uma pré-seleção dos candidatos à "panspermia", o espalhamento da vida pelo Universo.
Ao Extremo
Junto com os biofísicos Ivan Paulino Lima e Cláudia Lage, da UFRJ, ele identificou diversos extremófilos --micróbios resistentes a condições extremas-- que seriam capazes de viver fora da Terra.
O que o trio fez foi cruzar dados de inúmeros trabalhos de astronomia e de biologia. Após Janot determinar as estimativas da temperatura média de diversos planetas já conhecidos fora do Sistema Solar (os exoplanetas), os pesquisadores listaram quais deles poderiam abrigar micróbios como a Pyrolobus fumarii, que vive em fendais termais no oceano, suportando até 130ºC.
"Não é só que eles sobrevivem a essas condições extremas. Eles gostam de viver assim", diz Janot, que diz querer redefinir aquilo que os astrônomos chamam de "zona habitável". Hoje, essa é a classificação das zonas orbitais que não estão nem tão perto nem tão longe de seus sóis e são capazes de abrigar a água líquida.
"Aqui, a água é o solvente onde as reações necessárias à vida acontecem", explica Janot, alertando, porém, que talvez isso não seja uma regra geral. Afinal, existem micróbios capazes de resistir a uma vasta gama de condições inóspitas.
"Já que esses extremófilos sobreviveriam fora da zona habitável clássica, proponho que consideremos importantes também os planetas e luas que estejam na zona habitável desses organismos", diz Janot. Alguns exoplanetas com tamanho similar ao de Netuno têm temperaturas mínimas de 120ºC, viáveis para certos extremófilos terrestres.
Fonte: Jornal Folha de São Paulo
Comentário: Parabéns aos pesquisadores Eduardo Janot Pacheco da USP e Ivan Paulino Lima e Cláudia Lage da UFRJ pela iniciativa e esse já é um claro resultado do investimento feito na criação do INEspaço (veja aqui a nota INEspaço - Novo Instituto de Pesquisas Espaciais). Quanto ao laboratório a ser construído em Valinhos (SP) e a câmara de simulação de ambientes extremos, ambos já foram abordados aqui no blog (veja a nota Primeiro Lab. de Astrobiologia do Brasil Será em Valinhos) e chegam em boa hora, como demonstra essa pesquisa em andamento. Sucesso aos pesquisadores.
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