Centro do INPE Avança no Mapeamento da Caatinga

Olá leitor!

Segue abaixo uma nota postada hoje (07/04) no site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que Centro do instituto avança no Mapeamento da Caatinga.

Duda Falcão

Centro do INPE Avança no
Mapeamento da Caatinga

Quinta-feira, 07 de Abril de 2016

Centenas de municípios estão sendo mapeados pelo grupo de geoprocessamento do Centro Regional do Nordeste (CRN) do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), localizado em Natal (RN), que vem se dedicando ao monitoramento por satélite da Caatinga.

Recentemente ficaram prontos mais 157 mapas municipais da região da Caatinga – destes, 62 são Mapas de Uso e Ocupação do solo e 34 são Mapas Urbanos na escala de 1:5.000, realizados a partir de imagens dos satélites da série Rapid Eye com resolução de 5 metros.

No total, estão disponíveis Mapas de Uso e Ocupação do Solo de 350 municípios, sendo que os estados da Paraíba e Ceará têm mais de 70% de suas áreas mapeadas. O trabalho utiliza imagens do biênio 2013/2014.

“Os resultados do mapeamento de 16% de uma área de mais de 969 mil km² mostram que 40% da Caatinga está degradada, 42% está preservada, 8% do solo está exposto e propenso a desertificação e 8% é utilizado para o cultivo.  Apenas 0,8 % corresponde a corpos de água e 0,25% a áreas urbanas”, informa Miguel Cuellar, pesquisador do CRN/INPE.

As últimas secas têm provocado a redução dos corpos d’água e uma crise no abastecimento da população que vive no semiárido. “É preocupante os 8% de solo exposto que estão concentrados nas microrregiões do Seridó da Paraíba e Rio Grande do Norte, consideradas como áreas suscetíveis à desertificação, a microrregião de Floriano no Piauí e o Sertão de Arco Verde e Agreste Meridional de Pernambuco e Palmeira dos Índios de Alagoas”, alerta Cuellar.

Entre as principais causas do desmatamento da Caatinga estão a utilização da lenha na indústria de cerâmica no Seridó e na indústria de gesso em Pernambuco, o superpastoreio e a mineração. O processo de degradação destas áreas ocorre desde a década de 1970, conforme primeiros estudos sobre desertificação (Vasconcelos Sobrinho, 1974).

“A continuidade do trabalho de mapeamento da Caatinga é crucial para o estabelecimento de políticas de recuperação e preservação da cobertura vegetal. Para isso, é preciso disponibilizar recursos e promover o debate sobre a necessidade de preservação do meio ambiente e o papel da Ciência e Tecnologia nesse processo de tomada de decisão”, conclui o pesquisador do CRN/INPE.

Particularidade brasileira, o bioma Caatinga pode ser melhor estudado e consequentemente preservado a partir das técnicas de mapeamento espacial. Com informações precisas sobre seus aspectos atuais, o levantamento de seus aspectos próprios possibilitam a realização de um “raio-X” que pode ser tornar a alternativa mais viável para o monitoramento da área.  

Mapas disponíveis em: www.geopro.crn2.inpe.br 

Região do Seridó: o solo exposto aparece em amarelo.
As linhas cinzas representam os limites estaduais
RN/PB (área em rosa ainda não classificada)


Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

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