Testes Elétricos do Satélite Amazonia-1 Indicam Êxito do Satélite Brasileiro
Caro leitor!
Segue abaixo uma nota postada ontem (25/04) no site
oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que Testes Elétricos do Satélite Amazonia-1 realizados no LIT indicam êxito do satélite
brasileiro.
Duda Falcão
NOTÍCIA
Testes Elétricos do Amazonia-1
Indicam Êxito do Satélite
Brasileiro
Por INPE
Publicado: Abr 25, 2018
São José dos Campos-SP, 25 de abril de 2018
Projeto dos mais inovadores da engenharia espacial brasileira,
o satélite Amazonia-1 está passando por testes para provar que está apto a
cumprir sua missão em órbita. Pela primeira vez, equipamentos, estrutura e
todos os sistemas que compõem o satélite estão montados na mesma configuração
de voo e colocados em funcionamento juntos, durante os testes que vêm sendo
realizados com sucesso desde o início do ano no Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE). Esta é a última fase de verificação do satélite e antecede a
integração do modelo de voo.
No Laboratório de Integração e Testes (LIT/INPE), em São
José dos Campos (SP), engenheiros e especialistas estão avaliando o desempenho
do primeiro sistema espacial de alta complexidade integralmente projetado,
montado e testado no Brasil. O Amazonia-1 possui mais de 70 equipamentos, que
estão interligados por mais de 6 quilômetros de fios e 16 mil pinos de
conectores.
"Tudo que está sendo integrado já foi verificado e
aprovado nos ensaios realizados separadamente e, também, em testes que
verificam o funcionamento de cada equipamento e subsistema em relação aos
outros que formam o satélite", diz Adenilson Roberto da Silva, engenheiro
do INPE que coordena o projeto. "Com a finalização desses testes podemos
dizer que alcançamos um novo patamar".
Com o Amazonia-1, o Brasil passa a dominar o ciclo
completo de desenvolvimento deste tipo de satélite, desde o projeto até a
integração e operação em órbita. O projeto impulsiona a indústria aeroespacial
do Brasil, sendo nela investidos por volta de 70% dos recursos alocados no
programa.
Quando estiver em órbita, a 750 quilômetros de distância
da Terra, o satélite passará de 4 a 5 vezes por dia sobre o Brasil e terá a
capacidade de imagear qualquer ponto do planeta a cada cinco dias. Assim, será
possível obter imagens que vão auxiliar no controle do desmatamento, na
previsão de safras agrícolas, no monitoramento de zonas costeiras e no
gerenciamento de recursos hidrográficos, entre outras aplicações.
A missão Amazônia-1 compreende ainda um importante
objetivo do ponto de vista tecnológico, que é a validação em voo da Plataforma
Multimissão (PMM)
Desenvolvida pelo INPE, a PMM é capaz de se adaptar a
diferentes cargas úteis aplicadas em missões diversas, compatíveis com
satélites da classe de 500 kg, como as meteorológicas, científicas e de
sensoriamento remoto, entre outras. A reprodução da PMM para uso em missões
futuras trará reduções significativas de prazos e custos para seus programas,
uma vez que significativa parte do processo de qualificação não será
necessária.
"Produtos desenvolvidos para o Amazonia-1 poderão
ser adaptados e até aperfeiçoados para futuros projetos de satélites
brasileiros. A capacitação industrial proporcionada pelo Amazonia-1 poderá
beneficiar outros setores estratégicos para o Brasil, como geração de energia,
telecomunicações, aeronáutica e defesa", destaca o engenheiro do INPE.
Os testes no modelo elétrico do Amazonia-1 devem estar
concluídos até outubro deste ano e o modelo de voo no primeiro semestre de
2019. Em paralelo, prepara-se o processo licitatório internacional para
viabilizar a contratação do veículo lançador do satélite. A partir da
contratação do lançador, é estimado em aproximadamente dezoito meses o tempo
necessário para seu lançamento.
Mais informações:
Satélite brasileiro em teste no INPE.
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Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
Comentário: Caro leitor esta é realmente uma grande
notícia. O Satélite Amazônia-1 com o fim do Programa do VLS tornou-se a mais
antiga novela do Programa Espacial Brasileiro e olha que não são poucas.
Recentemente recebi através do nosso grupo “PEB em Debate” no Zap, a informação
fidedigna de que realmente esses testes foram muito bem sucedidos, confirmando assim essa nota do INPE, e que o projeto está avançando finalmente. Porém, com tudo
que está acontecendo no PEB e no país, dificilmente este satélite será lançado
no prazo previsto, fora o fato da contratação de seu lançamento sequer ter sido
feito ainda. Vamos aguardar.
Mas o que me dói profundamente é não termos um lançador de satélites.
ResponderExcluirBrasil poderia arrumar uma parceria séria com a Índia ou Israel para a conclusão de um lançador feito sob medida para os satélites brasileiros que acho nunca serão exageradamente grandes a ponto de necessitar de uma foguete também muito grande.Acho que o bilhão gasto na ACS,se é que foi gasto com ela mesmo compraria um projeto de alguém e aceleraria o programa substancialmente.
ResponderExcluirNão entendo uma coisa Duda, como pode dizer a nota do INPE que o Brasil passa a dominar o ciclo completo de desenvolvimento deste tipo de satélite se a PMM foi desenvolvida e fabricada na Argentina pela Invap??
ResponderExcluirOlá MarcTeen, tudo bem? Faço parte desse projeto e permita-me corrigir sua afirmação.
ExcluirA PMM nasceu no INPE em meados de 2000, como uma continuação natural da experiência adquirida com os SCD e CBERS. O projeto de toda a plataforma é nacional e nossa indústria desenvolveu uma quantidade enorme de equipamentos. Alguns tiveram mais sucesso que outros, como é de se esperar em qualquer novo desenvolvimento tecnológico.
Com relação a um dos subsistemas, que chamamos de ACDH (AOCS+OBDH, ou seja, controle de atitude e órbita + supervisão de bordo), o INPE e AEB tentaram por duas ou três vezes contratar a indústria nacional para sua fabricação, sem sucesso - por questões jurídicas, até onde sei. O Brasil já sabia fazer o OBDH, mas ainda não havia dominado completamente a tecnologia de AOCS.
Decidiu-se então firmar um acordo de cooperação com a Argentina para a fabricação desse subsistema, que eles aprenderam a desenvolver com a NASA. Quando desse acordo (firmado entre os governos e executado pelo INPE e INVAP), todas as especificações e projeto geral do subsistema ACDH já estavam prontas no INPE, e os sensores e atuadores (creio que todos) necessários já se encontravam disponíveis no Instituto. Faltava-nos o 'know-how' da fabricação e testes do AOCS. Engenheiros brasileiros participaram do desenvolvimento do ACDH com os argentinos, havendo aprendido muito no processo.
Hoje estamos em condições, para um Amazonia-2 por exemplo, de fazer um ACDH totalmente nacional. Em minha opinião, não há mais grandes obstáculos técnicos a isso, é preciso "apenas" vontade política.
Em suma: a PMM não foi feita pelos argentinos, e mesmo o ACDH foi desenvolvido em parceria, na qual aprendemos aquilo que nos faltava.
Concordo com o Duda que o desenvolvimento da PMM vem sendo muito demorado (quase sempre por questões de ordem burocrática/política), mas apesar dos pesares, e com muito esforço, estamos chegando na reta final desse satélite, e da Plataforma como um todo. Ainda há muito o que fazer, mas praticamente todas as dificuldades a serem superadas agora serão técnicas - e para essas, sempre há solução :).
Espero ter contribuído um pouco para a discussão.
Olá MarcTeen Ch.!
ExcluirOlha eu ia lhe responder quando retornasse do meu pedal, mas foi bom que o Fabrício lhe respondesse, pois como o mesmo disse, ele faz parte desse projeto.
Fabrício está corretissimo em tudo que disse e nunca, em momento algum, a PMM foi desenvolvida pelos Argentinos, sempre foi um projeto brasileiro, ta certo?
A única participação argentina foi no desenvolvimento conjunto do subsistema citado pelo Fabrício, tá ok amigo??
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Prezados Fabrício e Duda, muito obrigado pela suas rápidas e tão claras respostas! Acho que a minha confusão vem de longe principalmente por causa do barulho que o Sindct fez ao respeito com as denúncias de desnacionalização da PMM, etc. Agora ficou tudo mais claro.
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