Físico Brasileiro Mostra Como Descartar Teoria do Big Bang
Olá leitor!
Segue abaixo uma noticia postada dia (13/11) no site
“Inovação Tecnológica” destacando que Físico Brasileiro mostra como descartar Teoria
do Big Bang.
Duda Falcão
ESPAÇO
Físico Brasileiro Mostra Como
Descartar Teoria do Big
Bang
Com informações da Agência FAPESP
13/11/2017
[Imagem: NASA/Dana Berry]
Tem havido uma série de tentativas para
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Universo Com Ricochete
Muito embora a teoria do Big Bang seja, nas últimas cinco
décadas, o conjunto de ideias mais conhecido - e mais aceito - para explicar o
início e a evolução do Universo, ainda assim não é exatamente consenso entre os
cientistas.
"Para mim, o Big Bang não existiu", afirma o
físico Juliano César Silva Neves, da Unicamp, que faz parte de um grupo de
pesquisadores que ousa pensar fora da caixa e imaginar uma origem diferente
para o Universo.
Para descartar a grande explosão, Juliano desafia a ideia
de um "início dos tempos" e reinsere no cenário cosmológico a
possibilidade de que a fase de expansão atual do Universo foi precedida por uma
fase de contração, o que elimina a necessidade da existência de uma
singularidade cosmológica no início dos tempos - o próprio Big Bang.
Se isso for verdade, pode ser que a mudança de uma fase
de contração para outra de expansão não tenha destruído todo e qualquer
vestígio da fase anterior. "Quem sabe não existam vestígios de buracos
negros na atual fase de expansão que datam da fase de contração anterior e que
passaram incólumes pelo gargalo do ricochete?", sugere o físico.
[Imagem: TU Vienna]
Outra tentativa de deixar o Big Bang para trás encara o
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Buracos Negros Regulares
É justamente nos buracos negros que Juliano situa o ponto
de partida de suas investigações a respeito do que chama "Universo com
ricochete", de contração seguida por expansão.
"A inspiração do Universo com ricochete veio de um
truque matemático para evitar a formação de singularidades em um buraco negro.
Há duas formas de singularidade no Universo. Uma foi a suposta singularidade
cosmológica, ou o Big Bang, e a outra se esconde atrás do horizonte de eventos
dos buracos negros," explica.
As singularidades se encontram no centro dos buracos negros,
escondidas atrás do horizonte de eventos, uma espécie de "membrana"
que indica o ponto de não retorno, a partir do qual nada escapa ao destino
inexorável de ser engolido e destruído pela singularidade - vale lembrar que a
singularidade destrói as leis conhecidas da física também.
"Mas nem todos os buracos negros precisam ter
singularidades em seu interior, pelo menos não em tese. No interior dos
chamados buracos negros regulares não há singularidade", disse Juliano.
Os chamado buracos negros regulares emergiram na teoria
em 1968, quando o físico norte-americano James Bardeen usou um truque
matemático para modificar a solução das equações da Relatividade Geral que
descrevem os buracos negros. O artifício consistiu em considerar a massa do
buraco negro não mais uma constante, como ocorria até então, mas como uma
função que depende da distância até o centro do buraco negro.
"O que define um buraco negro não é a singularidade,
mas sim o horizonte de eventos. Fora do horizonte de eventos de um buraco negro
regular não há grandes mudanças, mas em seu interior as alterações são
profundas. Há um espaço-tempo diferente que evita a formação da singularidade.
Buracos negros regulares são permitidos, pois não violam a Relatividade Geral.
O conceito não é novo e vem sendo bastante retomado nas últimas décadas",
disse Juliano.
[Imagem: Ephraim Brown]
A teoria do Universo Holográfico também está no páreo,
ganhando cada vez
mais a atenção dos físicos.
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Universo Cíclico
Se a inserção de um truque matemático nas equações da
Relatividade Geral impede a formação de singularidades nos buracos negros
regulares, serão então que não seria possível criar um artifício similar para
eliminar a singularidade por excelência, o próprio Big Bang? É justamente esse
truque matemático que Juliano está propondo.
Ele introduziu nas soluções das equações da Relatividade
Geral que descrevem a geometria do cosmo um "fator de escala", que
faz com que a taxa de expansão do Universo não dependa só do tempo, como na
cosmologia padrão, mas também da escala cosmológica.
Quando o truque matemático do fator de escala é usado
para uma interpretação da realidade, a singularidade cosmológica - o Big Bang -
simplesmente deixa de existir. Ou, pelo menos, deixa de ser uma condição
necessária para o cosmo iniciar a expansão que se verifica hoje.
"A eliminação da singularidade ou Big Bang recoloca
o Universo com ricochete no cenário teórico da Cosmologia. A inexistência de
uma singularidade no início dos tempos abre a possibilidade de que vestígios de
uma fase de contração anterior possam ter resistido à mudança de fase e
permaneçam na fase atual de expansão do Universo," reafirma Juliano.
Verificação
Por mais bela e inspiradora que seja uma teoria ou uma
hipótese, contudo, elas valem pouco se não puderem ser verificadas. Como testar
a hipótese de que este nosso Universo possa ter surgido não de um Big Bang, mas
de um ricochete de um Universo anterior?
"Buscando vestígios de eventos da fase de contração
que poderiam permanecer na fase atual, de expansão. Quais? Candidatos são
vestígios de buracos negros de uma fase anterior de contração universal e que
possam ter sobrevivido ao ricochete," disse Juliano. "Hoje sabemos
que a Teoria da Relatividade Geral permite, pelo menos em tese, uma cosmologia
não singular, sem o Big Bang."
Bibliografia:
Bouncing
cosmology inspired by regular black holes
Juliano
César Silva Neves
General
Relativity and Gravitation
Vol.:
49:124
DOI:
10.1007/s10714-017-2288-6
Fonte: Site Inovação Tecnológica - http://www.inovacaotecnologica.com.br/
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