Sondas Criadas Por Alunos do Ensino Médio do Ceará Fornecerão Dados à 1ª Missão Lunar Brasileira

Olá leitor!

Segue abaixo uma interessante matéria postada ontem (02/06) no site “G1” do globo.com, destacando que Sondas Criadas por Alunos do Ensino Médio do Ceará fornecerão dados à 1ª Missão Lunar Brasileira.

Duda Falcão

CEARÁ

Sondas Criadas Por Alunos do Ensino
Médio do Ceará Fornecerão Dados
à 1ª Missão Lunar Brasileira

Com ajuda de professora auxiliar e uma 'vaquinha on-line', alunos de 12 e 17 anos
de Fortaleza desenvolvem sondas que vão coletar dados no limite do planeta Terra.

Por André Teixeira
G1 CE
02/06/2017 - 06h00
Atualizado há 7 horas

Os laboratórios do quarto andar do colégio Ari de Sá, em Fortaleza, estiveram bastante ocupados nos últimos meses. No local, um grupo de 45 pessoas desenvolve sondas e experimentos que serão colocados em um balão aeroespacial, que voará a 30 mil metros de altitude e cujos dados servirão como base para o Garatéa, a primeira missão 100% brasileira a enviar um satélite à Lua, em 2020.


As sondas Gleiser I, II e III, sementes e os experimentos biológicos que viajarão até a estratosfera terrestre são criados por alunos do ensino fundamental e médio, de 12 a 17 anos, com apoio da escola e acompanhados por uma professora auxiliar.

"A gente está envolvido desde a construção das sondas ao teste dela, com o procedimento biológico, metodologia científica... tudo sendo testado pra que depois seja possível comparar de que forma o voo espacial alterou a fisiologia dessas sementes levadas na sonda", explica o diretor do projeto, o estudante Luiz Serravalle, de 17 anos.

(Foto: André Teixeira/G1)
Alunos de Fortaleza desenvolvem sondas que vão fornecer dados
para a primeira missão lunar brasileira, prevista para 2020.

O voo do balão será realizado em São Carlos-SP, por uma equipe da USP, em 24 de junho, com a presença de quatro dos 45 estudantes cearenses responsáveis pela tríade de sondas Gleiser. Outras equipes de outros estados desenvolvem materiais e pesquisas semelhantes, e todos os dados serão compartilhados com a USP. Na equipe cearense, há participantes da olimpíada nacional de química e outros que competiram nas olimpíadas internacionais de biologia e robótica.

"A equipe começou a ser formar com uma proposta da USP, que nos convidou pra participar desse programa. A gente começou a convidar os alunos para discutir um pouco com eles o que seria feito. Apareceram vários interessados, aí fizemos uma seleção, traçando perfil acadêmico, das propostas que eles tinham para o projeto e da vontade deles de se engajarem nisso", explica Marcos Manoel, coordenador das turmas preparatórias para o ITA no Ari de Sá e responsável pela equipe.

"A equipe é dividida em três partes: a mecânica, responsável pela parte de carga; especialistas em voo e especialistas biológicos. Cada um desses três grupos, de cinco pessoas, tem especialidades de como fazer tudo dar certo", completa Débora Cristina dos Santos, de 15 anos, responsável pelas experiências biológicas.

Apesar da pouca idade dos membros, a professora auxiliar Hortência Ribeiro, aluna do oitavo semestre de Química, conta que a dedicação dos alunos trouxe bons resultados para a equipe. "Eles são bem focados, e a dedicação deles é motivadora. É inspirador pra gente que está um pouco à frente e graças a isso o trabalho tem dado certo." Além de Hortência, eles recebem apoio do professor Josué Caleb no desenvolvimento das partes eletrônica e mecânica.

As viagens e o material eletrônico somaram R$ 6,5 mil, que os alunos obtiveram por meio de crowdfunding, uma "vaquinha" on-line em que as pessoas que acreditam na ideia fazem doações em dinheiro. Um dos apoiadores da campanha foi o astrofísico brasileiro Marcelo Gleiser, homenageado pelos estudantes e cujo nome batiza as sondas.

"O professor Marcelo Gleiser mostrou o apoio dele nos EUA. Com isso a gente conseguiu mais do que a meta, são R$ 7.080, que já estão sendo investidos no projeto", comemora Luiz.

(Foto: Arte: Gleison Oliveira)
Sondas de estudantes de Fortaleza vão fornecer
dados para voo espacial brasileiro à Lua.

Experiências e Resultados

As sondas desenvolvidas no Ceará vão levar fungos e sementes aos limites da Terra para avaliar os efeitos de níveis extremos de temperatura, radiação e pressão sobre o material orgânico. A experiência faz parte de um projeto maior, que envolve USP, ITA, PUC e outras entidades envolvidas no desenvolvimento do Garatéa.

"Para o Garatéa entrar em operação, é preciso um experimento anterior. Aí entraram os alunos. Eles participam desenvolvendo essa primeira nave que vai começar a testar as condições do envio dela através de um balão e vai dar condições de a USP saber exatamente como fazer esse satélite", explica o coordenador Marcos Manoel.

(Foto: Luiz Serravalle/Arquivo pessoal)
Alunos tiveram três meses para criar placas eletrônicas
e realizar experimentos biológicos.

Essa primeira etapa realizada pelos alunos é batizada de Garatéa-E; e a fase final, Garatéa-L, com o "L" em referência à Lua.

Débora, a especialista em biologia do time, explica que os experimentos podem baratear o transporte de carga em viagens espaciais ou mesmo obter sementes resistentes em ambientes hostis do nosso planeta.

"As sementes que foram enviadas para estratosfera serão comparadas com as sementes que ficaram na Terra. Se alguma mudança acontecer, a gente vai relacionar isso com a radiação ou temperatura às quais elas foram submetidas. Isso vai ajudar a identificar sementes que possam ser levadas para o espaço ou mantidas em condições extremas na Terra."

(Foto: Garatéa/Divulgação)
Órbita oval da nave-mãe inglesa, que lavará a
Garatéa-L até sua própria órbita lunar.

Com o nome em tupi-guarani que significa "busca-vida", o primeiro satélite brasileiro que tem como destino a Lua deve decolar em 2020. O projeto conta com apoio da Agência Nacional Europeia e a Agência Nacional do Reino Unido. O pequeno satélite brasileiro será lançado com outros quatro, de diferentes nacionalidades, em um foguete indiano e direcionado à Lua por uma nave-mãe inglesa. Em seguida ele entrará na órbita lunar.

Até 1º de dezembro, o internauta pode acessar o site oficial do projeto Garatéa para gravar o seu nome na memória eletrônica do satélite e enviá-lo à Lua.

De acordo com um dos organizadores do projeto do Brasil, Lucas Fonseca, engenheiro espacial, a missão deverá custar R$ 35 milhões e será uma Parceria Público-Privada (PPP). Os valores começaram a ser levantados com órgãos de fomento à pesquisa e outros patrocinadores.

"Essa missão vem sendo planejada desde 2013 e, cerca de um mês atrás, fomos aceitos numa iniciativa europeia para embarcar uma missão brasileira numa missão conjunta de vários países para ir até a Lua", disse Fonseca, em entrevista ao G1 em 2016.

(Foto: ISRO)
Foguete indiano que vai lançar a sonda
brasileira em 2020, o PSLV-C11.


Fonte: Site “G1” do globo.com – 02/06/2017

Comentário: Bom primeiramente eu gostaria de parabenizar a essa galerinha do Colégio Ari de Sá de Fortaleza por essa grande conquista e ao mesmo tempo pedir desculpas por não ter incluído a iniciativa deles no artigo “As Atividades Espaciais no Nordeste Brasileiro” publicado por mim no dia de ontem no Blog. Apesar de ter ciência deste projeto e já tê-lo abordado aqui (veja aqui) isto se deu por completo esquecimento, coisa creio eu da idade, rsrsrsrs, e peço minhas sinceras desculpas a todos vocês. Dito isto, leitor e o Estado do Ceará heim???? Destacando-se na área de equipamentos para cubesats com a UFC, na de foguetes com a equipe de foguetes também da UFC e agora com essa grande iniciativa desse colégio de ensino médio de Fortaleza. Realmente os cearenses estão de parabéns. Já a Bahia... Já quanto ao que dizer sobre esse espaço aberto ao ensino médio pelo grupo da Missão Lunar Garatéa-L sob coordenação deste grande engenheiro e educador Lucas Fonseca, não há palavras que descrevam a gratidão de um país de ignorantes e ainda cego pelo seu egocentrismo e falta de cidadania, mas a história registrará as ações e os benefícios que serão gerados a médio e longo prazo devido a visão, determinação e atitude deste grande profissional. Aproveito para agradecer ao Eng. Lucas Fonseca e ao nosso leitor Jahyr Jesus Brito pelo envio dessa notícia.

Comentários

  1. Esse projeto me fez acordar para implementar um também (rs). Parabéns aos cearenses. Vocês representam bem o nordeste brasileiro na área espacial. Duda, chegaste a ler algo sobre que tipo de semente será enviada nessa missão? Aqui no Campus que eu trabalho, há cursos técnicos de floresta e meio ambiente, possa ser que esse experimento dos cearenses possa servir de guia a nós.

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    Respostas
    1. Bom dia Brehme!

      Não amigo, não sei qual foram essas sementes, mas posso perguntar ao Eng. Lucas e lhe dou um retorno.

      Abs

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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