Brasil Deve Lançar Foguete no Espaço em 2019
Olá leitor!
Segue abaixo uma
matéria publicada no site “globo.com” hoje (25/06), destacando que o Brasil
deve lançar seu foguete lançador de satélites em 2019.
Duda Falcão
BRASIL
Brasil Deve Lançar Foguete no Espaço em 2019
O Veículo Lançador de Microssatélites é um projeto da
Aeronáutica em parceria
com a Agência Espacial da Alemanha e o custo
brasileiro é de R$100 milhões
Por Roberto Maltchiik
25/06/2017 - 4:30
Atualizado 25/06/2017 - 15:01
Terceiro / Divulgação
Veículo
Lançador de Satélites (VLS) no Centro de Lançamento de Alcântara, em 2013. |
RIO - O programa espacial do Brasil, que até hoje se
destacou apenas pelo fracasso de suas principais missões, ganhou uma nova
janela de oportunidade para finalmente lançar um foguete que atenda às
principais demandas do mercado internacional de satélites. O Veículo Lançador
de Microssatélites (VLM), projeto da Aeronáutica em parceria com a Agência
Espacial da Alemanha (DLR), pode ter o primeiro teste no espaço em 2019, desde
que seu cronograma financeiro seja cumprido, o que, neste momento, ainda é uma
incerteza.
A indefinição sobre a programação orçamentária não é
uma novidade no setor — e é a principal causa apontada pela Aeronáutica para os
sucessivos insucessos. O fato novo é que o programa VLM é muito mais barato que
os anteriores e, ainda assim, corre o risco de não se viabilizar dentro do
prazo acordado com a Alemanha.
Novo Desafio
Veículo Lançador de Microssatélites (VLM)
ANATOMIA DO LANÇADOR DE SATÉLITE
O VLM tem por objetivo atingir o atual mercado
espacial, que trabalha com satélites cada vez menores, mais leves, com menor
tempo de vida e que orbitam em altitudes inferiores às atuais. Estas
características reduzem os custos de cada jornada e se viabilizam pelo avanço
tecnológico dos países desenvolvedores de satélites, como Estados Unidos, Japão
e França.
Para o Brasil, o custo estimado é de R$ 100 milhões,
um quinto dos R$ 500 milhões despejados pela União no programa para o
lançamento do Cyclone 4, um foguete ucraniano que deveria utilizar o Centro de
Lançamento de Alcântara como base. O Brasil abandonou o programa pela metade,
rompendo o tratado com a Ucrânia.
Em relação ao Veículo Lançador de Satélites (VLS), que
teve dois lançamentos mal sucedidos e causou a maior tragédia do programa
espacial brasileiro — quando um incêndio às vésperas da terceira tentativa de
lançamento matou 21 profissionais em Alcântara —, o VLM também é mais barato. O
Brasil investiu no VLS cerca de R$ 350 milhões ao longo dos anos. A diferença,
agora, é que os sistemas mais sensíveis e caros, como o controle de ajuste em
órbita, estão sob responsabilidade da Alemanha.
O plano traçado prevê que o Brasil produza os motores,
em contrato já em desenvolvimento com a Avibrás. O “corpo” do foguete também é
nacional. Os alemães ficam com os elementos superiores, como o controle e a
coifa, que se abre no espaço para dar seguimento à parte final da missão.
O diretor do Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE),
brigadeiro Augusto Luiz de Castro Otero, confirma que não se cogita mais
investimentos para desenvolver uma nova versão do VLS. E aposta todas as fichas
no VLM para que o programa espacial finalmente atinga seu maior objetivo:
desenvolver um foguete brasileiro, a ser lançado do Centro de Alcântara.
Ele reconhece, no entanto, que os planos ainda
dependem da liberação de dinheiro. Dos R$ 100 milhões necessários até 2019, R$
35 milhões já foram utilizados. Os outros R$ 65 milhões entraram na mira do
contingenciamento orçamentário.
— Infelizmente, o que sempre vivemos é o
contingenciamento. É complicado executar qualquer coisa com os recursos sempre
aquém dos planejados. Entendemos claramente as prioridades no país. Mas os
contingenciamentos vêm comprometendo toda a atividade. Se no ano que vem não
tivermos o aporte de recursos, nós teremos impacto no cronograma de execução —
afirma Augusto Luiz Otero, que ainda alerta para a desestruturação da equipe do
Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA):
— Há um envelhecimento das equipes, que vêm se
reduzindo ao longo dos anos.
O orçamento do
VLM é de responsabilidade da Agência Espacial Brasileira. Em 2017, a AEB teve
bloqueio de recursos e informa que disponibilizou R$ 20 milhões para o
programa. Para o ano que vem, um novo corte é esperado. Neste momento, há
negociações em curso com o Ministério do Planejamento para a recomposição de
parte dos recursos.
— Certamente,
este novo contingenciamento vai impactar o VLM — afirma Douglas Lira, Diretor
de Transporte Espacial e Licenciamento da AEB.
O Ministério da
Defesa, que responde pelo programa de lançadores, informa que o VLM
“representará um salto para o país, no sentido de conquistar autonomia
tecnológica em lançadores, assegurando a soberania”. Mas não assegura que os
recursos estarão disponíveis, limitando-se a afirmar que o orçamento do veículo
é de responsabilidade da Agência Espacial.
Se o plano der
certo desta vez, o primeiro lançamento de testes do VLM ocorrerá em novembro de
2019, da mesma plataforma construída em Alcântara para o voo que nunca ocorrerá
do VLS, seu antecessor. A adaptação da plataforma ainda não tem custo definido.
A estimativa inicial é de R$ 7 milhões.
Fonte: Site do Globo.com
- 25/06/2017
Comentário: Pois é, em resumo não será lançado nesta
data (já estão preparando o terreno para adiar e continuar enganando a sociedade), e quem está dizendo sou eu, pois não sou de ficar em cima do muro, além
do que estou hoje plenamente convencido de que se algum dia o Brasil desenvolver um
lançador de satélite, isto só ocorrerá a partir de 2022, pois assim foi
acordado por esses vermes, kkkkkkk. Entretanto leitor o mais importante e significativo nesta
matéria não é isso e sim a informação divulgada em um dos parágrafos da mesma,
ou seja: “O plano traçado prevê que o Brasil produza os motores, em contrato já
em desenvolvimento com a Avibrás. O “corpo” do foguete também é nacional. Os
alemães ficam com os elementos superiores, como o controle e a coifa, que se
abre no espaço para dar seguimento à parte final da missão.”. Pois é leitor, isto
significa que o esforço para desenvolver sistemas sensíveis do foguete foi simplesmente
abandonado pelo país, e será agora substituído pelos sistemas alemães o que nos
coloca literalmente na mão deles, exemplo: Detonaram os objetivos do “Projeto SIA”
e todo os recursos empregados bem como o conhecimentos adquiridos simplesmente foram
jogados no lixo. Este é um bom exemplo do porque disse dias atrás não acreditar nas
iniciativas do IAE e do INPE na área de Propulsão Verde. Gostaria aqui de agradecer ao jovem Prof. Brehme
de Mesquita pelo envio desta matéria.
É triste saber que o conhecimento conquistado com o Projeto SIA será "descartado" pelo atual projeto do VLM. Muita coisa foi construída dentro desse projeto, até a geração de recursos humanos a área espacial; nesse caso, faço parte dessa geração que pode trabalhar um pouco na área espacial por meio dos recursos do Projeto SIA.
ResponderExcluirAs omissões vão persistir enquanto não se definirem políticas estruturantes e específicas para o setor ESPACIAL. Enquanto tivermos governos mal formados e um processo de responsabilidades financeiras, e de recursos humanos baseado na ordem, progresso , e na competência. Não adianta apontar o dedo para apenas um elo; toda a cadeia deve estar organizada e cada um precisa assumir sua parcela de responsabilidade, ( AEB ,CTA ,IAE, Congresso nacional e o poder Executivo).
ResponderExcluirTem mais. Apenas escrever políticas, elaborar um plano e definir indicadores não basta. Sem o compromisso dos líderes em guiar as mudanças, esses documentos e projetos, serão apenas o registro de intenções que não ocorrem na prática. E o pior a AEB é o permissivo, que não cobra e deixa todo o mundo fazer o que quer.
É dever do gestor criar um ambiente favorável ao entendimento e à correção do erro, para que cada um possa e queira assumir a sua responsabilidade. Porque, se não pararmos de nos omitir, não haverá situação que se resolva: nem a do Brasil, nem a do PEBe nem a da nossa própria casa.
E pensar em tantos milhões que foram desviados com a corrupção e propinas ... e a gente sem foquete... enquanto a Austrália lança foguete de impressão 3D... estamos fadados ao eterno fracasso...
ResponderExcluirO pior de tudo é que corre-se o risco de gastar 95 milhões e abandonarem o projeto pois a ingerência é tremenda,vejam o que aconteceu com o caso cyclone,e a Ucrânia ainda pode processar o Brasil pelo destrato.Dinheiro tem e muito,se o país não tiver 100 milhões então como é que esse país ainda existe.O que precisamos é de decência no trato com o país.
ResponderExcluirDeveria existir uma lei que destinasse uma porcentagem do PIB a área espacial, livre de contingenciamentos.
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirOlá Pastor Alemão!
ExcluirVamos lá, ele na realidade hoje é bi-nacional.
Quanto a porcentagem, não tenho informações concretas quanto a isso.
Já a pareceria é financeira, comercial e tecnológica.
Se os alemães terão lucro a resposta acima já responde.
Entretanto no que diz respeito a parceria tecnológica (segundo a matéria acima) os alemães ficaram com a responsabilidade de desenvolver as partes sensíveis do foguete, o que literalmente nos coloca na mãos deles, infelizmente. Algo que eu previa que iria acontecer após a saída do Dr. Loures da coordenação do projeto. Foi detonado o Projeto SIA e com isso ficamos com as partes menos significativas (tecnologicamente falando) do foguete. É isso.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)
Não vejo nenhuma condição de lançar o VLM em 2019 pois o motor S50 não foi qualificado em voo. Imaginando que deveriam haver pelo menos 3 lançamentos (para o VLS foram 4 lançamentos para qualificar o motor de 1m de diâmetro), esses lançamentos seriam através do VS50. Só então seria lançado o VLM. Na velocidade que vão as coisas (talvez negativa) prevejo um lançamento do VS50 em 2019 e olhe lá.
ResponderExcluirSobre a participação do DLR ela começou com interesse não no VLM em si, mas um veículo capaz de lançar o experimento SHEFEX III. Esse experimento foi cancelado e a rede elétrica que o DLR estava preparando poderia ser usado para desenvolver o VLM. Acontece que isso deveria ser de total responsabilidade do IAE que está preferindo terceirizar isso para os Alemães. Eu poderia dizer que continuando assim o IAE passaria ser apenas fabricante de motores e não de foguetes. Entretanto, como os motores estão sendo feitos na Avibrás o papel do IAE será completamente subalterno.
Em 1989 o IAE lançou o sondaIV-pt04 com um computador de bordo feito no próprio IAE e hoje pedimos para que o DLR o faça. O projeto SIA desenvolveu a tecnologia de plataformas inerciais strapdown e tenho certeza de que pretendem importar alguma para o VLM. Isso é uma vergonha...