Universidades e Escolas Preparam Dispositivo Para Viagem ao Espaço
Olá leitor!
Segue agora uma nota postada dia (01/07) no site do Ministério
da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) destacando que Universidades e Escolas
preparam dispositivo para viagem ao Espaço.
Duda Falcão
AEROESPACIAL POPULARIZAÇÃO DA
C,T&I E MELHORIA DO ENSINO DAS CIÊNCIAS
Universidades e Escolas Preparam
Dispositivo Para Viagem
ao Espaço
Consórcio em torno do
projeto reúne instituições de ensino de Alto Paraíso (GO),
Brasília (DF),
Florianópolis (SC), Mauá (SP) e São Caetano do Sul (SP).
Por Ascom do MCTI
Publicação: 01/07/2015 | 16:50
Última modificação: 02/07/2015 | 19:04
Um consórcio de
três instituições de ensino superior associadas a três escolas públicas começa
a desenvolver, neste mês, um dispositivo eletrônico a ser levado pelo primeiro
brasileiro civil a viajar para o espaço, o estudante de engenharia elétrica da
Universidade de Brasília (UnB) e bolsista da Agência Espacial Brasileira
(AEB/MCTI) Pedro Nehme, de 23 anos. O Programa Microgravidade, da AEB, selecionou o experimento no primeiro semestre.
A princípio, o 5º Anúncio de
Oportunidade escolheria
apenas uma instituição de ensino superior e outra de educação básica, mas, como
três propostas apresentaram características complementares, a AEB optou pelo
consórcio, formado pelas universidades de Brasília (UnB) e Federal de Santa
Catarina (UFSC) e o Instituto Mauá de Tecnologia (IMT), em parceria com a
Escola Municipal Povoado de São Jorge, de Alto Paraíso (GO), o Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (IFSC), de
Florianópolis (SC), e a Escola Técnica Estadual Jorge Street, de São Caetano do
Sul (SP).
"Nenhuma
proposta era igual à outra e, em linhas gerais, identificamos que tinham bastante
sinergia", explica o diretor de Satélites, Aplicações e Desenvolvimento da
AEB, Carlos Alberto Gurgel. "Ficamos satisfeitos pelo fato de termos,
dentro do prazo, três candidaturas interessantes, que refletiam bastante o que
esses grupos estão fazendo. A equipe da UFSC é muito focada no monitoramento do
coração, a de biomedicina da UnB estuda reações musculares e a do Instituto
Mauá tem condições de integrar as tecnologias."
Conforme
previsto pelo edital, as universidades devem oferecer oficinas didáticas sobre
o tema com as escolas associadas, a fim de disseminar entre os estudantes as
técnicas a serem utilizadas na concepção do dispositivo. "A gente quer que
esses jovens troquem experiências e acompanhem tudo o que será feito", diz
Gurgel. "As turmas vão participar de maneira efetiva do projeto,
entendendo o processo, com encontros permanentes e visitas a laboratórios, sem
falar que as próprias crianças podem ser monitoradas em testes."
Ineditismo
A companhia XCOR
Space Expeditions, responsável pelo veículo Lynx Mark 2, autorizou o embarque
de um dispositivo eletrônico compacto, portátil e wearable, ou seja, integrável
ao corpo do espaçonauta. A AEB definiu, no edital, que a futura tecnologia seja
capaz de avaliar diversos parâmetros fisiológicos relacionados à exposição
humana ao ambiente de microgravidade, antes, durante e depois dos cerca de
cinco minutos de voo suborbital.
"Essa
oportunidade de ter uma pessoa comum fazendo esse tipo de voo tem um ineditismo
muito grande no contexto mundial", comenta o diretor. "Se o Pedro for
realmente o primeiro turista espacial, todo esse projeto ganha um pioneirismo
ainda maior, porque vai propiciar uma combinação daquilo que ele relata e
aquilo que efetivamente aconteceu como reação do organismo dele."
Segundo Gurgel,
"com ajuda das universidades e das escolas", a AEB planeja divulgar
as respostas do experimento em artigos científicos. "A partir daí, todo
mundo que entrar nesse negócio [de turismo espacial] poderá adotar nossos dados
como uma referência das possíveis reações do organismo, incluindo aspectos
cerebrais, como, por exemplo, o efeito do medo, uma atividade psicológica que
eventualmente provoque impactos no nível de adrenalina."
Oportunidade
Já bolsista da
AEB, em 2013, Pedro Nehme conquistou a vaga para a viagem espacial ao vencer
concurso promovido pela companhia aérea holandesa KLM, diante de 129 mil
participantes de vários países. O desafio consistia em adivinhar em qual ponto
estouraria um balão de alta altitude monitorado por câmeras e GPS. Ele foi o
candidato que mais se aproximou do resultado final.
O diretor
ressalta que o propósito da seleção era aproveitar a chance gerada pela vitória
do bolsista na competição: "Na medida em que o Pedro foi agraciado, pela
competência dele, para um voo dessa natureza, nós imaginamos a possibilidade de
lançar um Anúncio de Oportunidade para que um dispositivo fosse embarcado junto
com ele, em contato com ele, para entender o que acontece, não só no momento em
que se estaria em ambiente de microgravidade, mas em todo o trajeto, desde a
decolagem até o retorno."
Criado em 1998,
o Programa Microgravidade tem por objetivo oferecer à comunidade científica
nacional períodos de imponderabilidade aparente, situação também conhecida como
microgravidade. A ideia é prover meios de acesso e suporte técnico e
orçamentário para a viabilização de experimentos que necessitem dessas
condições de ausência de peso. "Se você acender uma vela, o formato da
chama difere daquele que está acostumado", exemplifica. "Essa é uma
prova concreta de que algo está distinto."
Gurgel recorda o
investimento do País para que o primeiro astronauta militar brasileiro, Marcos
Pontes, chegasse à Estação Espacial Internacional, em 2006. "Essa viagem
custou dinheiro ao Governo Federal, e o mesmo ocorreria se tivéssemos que
desenvolver um veículo de sondagem como o Lynx Mark II."
Na última
semana, representantes do IMT, da UFSC e da UnB se reuniram na
AEB para discutir a
fusão de suas propostas de dispositivo e definir objetivos comuns e formas de
viabilizar o trabalho. Antes do voo suborbital, a agência espera qualificar o
experimento com Pedro em um caça da Força Aérea Brasileira (FAB), que, nas
palavras do diretor, consegue replicar possíveis manobras do Lynx Mark 2, com
exceção do ambiente de microgravidade.
Fonte: Site do Ministério da Ciência, Tecnologia e
Inovação (MCTI)
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