O SNSB Sueco e as Missões Com Foguetes Brasileiros
Olá leitor!
Em agosto próximo a Swedish Space Corporation (SSC)
deverá dar inicio da Base de Esrange, na Suécia, a campanha de lançamento da "Operação
O-STATES", missão está que será a primeira missão com foguetes de três
previstas dentro do novo “Programa Nacional Sueco de Foguetes e Balões”,
programa este que é uma iniciativa do “Conselho Nacional Espacial da Suécia (Swedish
National Space Board - SNSB)”.
A Missão O-STATES (Oxygen Species and Thermospheric
Airglow in The Earth's Sky) terá como objetivo transportar uma carga útil de
sensores ópticos e elétricos para assim entre 80 e 240 km de altitude, detectar
o oxigênio em seus diferentes estados, visando com isto estender a nossa compreensão
dos mecanismos na atmosfera superior e também caracterizar técnicas de
sensoriamento remoto.
Para tanto, esta missão será realizada com o lançamento de
dois foguetes de dois estágios (S31/Inproved Orion melhorado) sob a liderança do
“Prof. Jörg Gumbel” do Departamento de
Meteorologia da Universidade de Estocolmo (Department of Meteorology at
Stockholm University - MISU), sendo que os instrumentos científicos serão
fornecidos tanto pelo MISU bem como pelo Instituto de Sistemas Espaciais da Universidade
de Stuttgart (Institute of Space Systems at Stuttgart University - IRS) e pela Universidade
Técnica de Graz (Technical University Graz - TUG).
O leitor mais atento pode dizer: Mas espera aí, S31/Improved
Orion melhorado? Do que exatamente estamos falando aqui? Exatamente isto
leitor, trata-se de uma nova configuração de foguete que se utiliza de um
motor-foguete booster brasileiro (S31) em seu primeiro estágio, e um motor-foguete
Improved Orion (melhorado) de origem norte-americana em seu segundo estagio, e que
a partir de agora denominaremos de VS31/Orion.
Vale dizer que as outras duas operações com foguetes previstas
dentro do “Programa Nacional Sueco de Foguetes e Balões” são as das missões
SPIDER e LEEWAVES.
A Missão SPIDER (Small Payloads for Investigation of
Disturbances in Electrojet by Rockets) está prevista para ocorrer em janeiro de
2016, e terá como objetivo transportar uma carga útil com dez (10) Unidades de
Vôo Livre (Free Flying units - FFU), para
serem liberadas da carga útil principal em ~ 65 km. As FFUs irão implantar
sondas em fio booms para assim medirem turbulências no Eletrojato Auroral entre
95 km e 115 km de altitude.
Esta missão será realizada através do lançamento de um
foguete VS-30 brasileiro sob a liderança do Prof. Nickolay Ivchenko do Departamento
de Espaço e Física de Plasma do Instituto Real de Tecnologia (Department of Space and
Plasma Physics at the Royal Institute of Technology - KTH),
sendo que as FFUs e seu sistema de ejeção foram desenvolvidos pelo KTH.
Já a Missão LEEWAVES (Local Excitation and Effects of
Waves on Atmospheric VErtical Structure) está prevista também para ocorrer em
janeiro de 2016, sendo na realidade um módulo adicional da carga útil SPIDER que
irá levar quatro esferas (4) à serem liberadas da carga útil principal para
assim estudarem as ondas de gravidade na atmosfera terrestre.
Esta missão será realizada através do lançamento do mesmo
foguete VS-30 brasileiro da Missão SPIDER, sob a liderança do mesmo Prof. Jörg Gumbel do Departamento de
Meteorologia da Universidade de Estocolmo (Department of Meteorology at
Stockholm University - MISU), sendo que as quatro esferas e seu sistema de ejeção
foram também desenvolvidos pelo KTH.
Pois é leitor, o SSC/SNSB demonstra aqui como se conduz
um Programa Espacial de verdade, com seriedade, competência, dedicação, visão e
principalmente compromisso, coisa que infelizmente não se observa nesta piada
conhecida como Agência Espacial Brasileira (AEB).
Para nós brasileiros só nos resta o consolo de estarmos
fornecendo (ainda) os foguetes de sondagens que tantos os suecos, como alemães
e de outras nacionalidades estão utilizando em seus projetos, e isto tudo graças
a um exitoso acordo assinado entre o DLR/IAE ainda no final da década de 60 do século
passado, acordo este que abriu as portas da Europa para a Tecnologia de Foguetes de Sondagem Brasileira, desenvolvida nos laboratórios de Instituto de Aeronáutica
e Espaço (IAE).
Entretanto nem tudo são flores, e em breve espero poder
aqui apresentar um artigo com alguns indícios de que até mesmo este importante acordo entre o DLR/IAE pode estar perdendo força junto aos alemães. Isto devido à insegurança
gerada pela falta de comprometimento do desgoverno desta debiloide
irresponsável. Se os indícios se confirmarem, afetarão gravemente o Projeto do
VLM-1, mas este é um assunto para mais tarde.
Duda Falcão
Quero parabenizar a você Duda Falcão por mais essa informação que traz até nós leitores. Eu gostaria que você pudesse falar mais sobre essa configuração do motor foguete S31 que será utilizado pelo SNSB Sueco, como diferenças entre o VS30 e esse VS31, vantagens. E mais uma vez vejo o como é importante a participação das Universidades nesse seguimento. Nós temos o veículo mas não utilizamos, um verdadeiro descaso.
ResponderExcluirOlá Paulo!
ExcluirInfelizmente não tenho maiores informações sobre esse novo foguete VS31/Orion, mas creio que você possa encontrar na net informações sobre as diferenças entre os motores S30, S31 e Improved Orion. Quanto a baixa utilização de nossos foguetes, você está certo, a participação de nossas universidades é de fundamental importância para o crescimento neste seguimento, Entretanto o Programa Microgravidade da AEB até hoje não passou de uma tremenda piada mal contada onde poucos foram os privilegiados, e assim poucos foram os que se interessaram em utilizar esta plataforma de pesquisa. Para que este seguimento realmente venha trazer benefícios os debiloides que estão na condução do PEB precisam transformar o Programa Microgravidade em um verdadeiro programa de desenvolvimento aberto a comunidade científica do país. Sinceramente não acredito que isto venha ocorrer.
Abs
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)