Estudo revolucionário revela superaquecimento de íons no Sol, afirma especialista do Inpe

Olá, Entusiasta do BS!


No dia 06 de setembro, o BS postou a notícia de que pesquisadores britânicos publicaram recentemente um estudo no qual constataram que as erupções Solares são 6,5 vezes mais quentes do que se acreditava (veja aqui). Em uma análise sobre o estudo, o Dr. Clezio De Nardin, especialista em clima espacial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), explicou a importância de uma nova descoberta sobre as labaredas solares, ou flares, e suas implicações para os modelos de previsão. Segundo o pesquisador, o estudo aponta para duas conclusões principais que desafiam o conhecimento atual da física solar.

Dr. Clézio De Nardin comenta os resultados do artigo.

A primeira grande conclusão é que a temperatura dos íons durante uma explosão solar é de 6,5 vezes maior do que se estimava anteriormente. Utilizando dados do observatório Solar Dynamics Observatory (SDO) da NASA, a pesquisa indica que a temperatura dos íons chega a 65 milhões de graus Kelvin durante um flare solar, um aumento significativo em relação aos milhões de graus já conhecidos.

A segunda e "interessantíssima" descoberta é que a temperatura dos íons é diferente da temperatura dos elétrons. Segundo o Dr. De Nardin, a temperatura dos íons é maior que a dos elétrons, o que é um resultado surpreendente e importante para a física solar. Esse fenômeno é o inverso do que ocorre na atmosfera ionizada da Terra (ionosfera), onde a temperatura dos elétrons costuma ser maior que a dos íons.

As implicações dessa descoberta são substanciais e vão impactar diretamente os modelos existentes de flares solares e de reconexão magnética. O especialista afirma que a diferença de temperatura entre íons e elétrons pode ser um fator crucial para a transferência de energia, com a taxa de colisão dos íons sendo possivelmente maior que a dos elétrons. A nova variável, ou seja, a diferença de temperatura, terá de ser incorporada nos modelos de previsão de flares solares, sejam eles estatísticos ou numéricos.

"É um bom resultado, um resultado bastante interessante", disse o Dr. Clezio De Nardin. Ele conclui que o novo estudo contribui de forma significativa para o campo da física solar e o estudo do clima espacial como um todo.

▶️ Clézio De Nardin - Comentário - Parte 01

▶️ Clézio De Nardin - Comentário - Parte 02

Brazilian Space

Brazilian Space
Espaço que inspira, informação que conecta!

Comentários