Startup Francesa Cria Propelente de Iodo Que Pode Ajudar a Reduzir Lixo Espacial
Olá leitor!
Segue abaixo uma notícia postado dia (22/01) no site “Canaltech”
destacando que uma Startup Francesa criou Propelente de Iodo que pode ajudar a
reduzir o lixo espacial.
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Startup Francesa Cria Propelente de Iodo Que Pode Ajudar
a Reduzir Lixo Espacial
Por Danielle Cassita
Fonte: ESA, Space News
22 de Janeiro de 2021 às 20h10
Em novembro do ano passado, o pequeno satélite de
telecomunicações Beihangkongshi foi lançado contendo uma novidade: trata-se de
um propelente de iodo desenvolvido pela startup francesa ThurstMe, uma solução
pequena, mas, talvez, com grande potencial. Já nos meses de dezembro e
janeiro, a empresa conseguiu realizar com sucesso os primeiros testes de
mudança de órbita do satélite, provando a eficácia do propelente que foi
utilizado pela primeira vez para estes procedimentos.
A ThrustMe é, na verdade, uma empresa da École
Polytechnique e da French National Centre for Scientific Research (CNRS), e foi
desenvolvida com apoio da Agência Espacial Europeia (ESA). Assim, este primeiro
sistema de propulsão elétrica de iodo foi enviado no Beihangkongshi-1, um
CubeSat desenvolvido pela empresa chinesa Spacety e lançado com um foguete Long
March 6; além dele, havia também satélites da empresa argentina Satellogic.
Depois de algumas semanas do lançamento, o sistema de propulsão foi testado
durante minutos, resultando em uma mudança total de 700 m de
altitude.
(Imagem: Reprodução/Spacety)
O desenvolvimento do propelente veio em um momento
em que agências espaciais e empresas privadas têm planos para lançar
megaconstelações de satélites, compostas por centenas de milhares deles:
“percorremos um longo caminho até levar este produto dos sonhos para a
realidade”, disse Dmytro Rafalskyi, da ThrustMe. “Para isso, tivemos que
inovar, desenvolver um sistema complexo e realizar pesquisas fundamentais,
porque várias propriedades do iodo estão faltando nos bancos de dados
científicos”.
Para a empresa, usar o iodo como propelente poderá causar
uma revolução na indústria dos satélites, por permitir que os sistemas de
propulsão sejam levados para os clientes já completamente pré-abastecidos, além
de simplificar o processo de integração dos satélites. Agora, a empresa tem
planos para duas demonstrações em órbita, sendo que a primeira deverá ser
realizada ainda neste ano com uma missão que ainda será anunciada.
Impactos Além dos Custos
O iodo é uma substância mais barata e de uso mais
simples do que aquele dos propelentes comuns, não é tóxico e se mantém
sólido mesmo na temperatura e pressão ambientes. Ao ser aquecido, ele vai
direto para o estado gasoso sem passar pelo líquido, o que o torna uma boa
alternativa para sistemas de propulsão simplificados. Por fim, a substância é
mais densa e ocupa menos espaço nos satélites.
Essa tecnologia, além de ter potencial inovador, poderá
ser mais uma ferramenta para contribuir com a redução do lixo espacial,
porque poderia permitir que pequenos satélites se autodestruam de forma barata
e simples ao fim de suas missões. Ainda, a tecnologia poderia ser usada para
dar algum impulso extra à duração das missões de satélites que monitoram
plantações e daqueles que compõem megaconstelações de internet,
colocando-os de volta na órbita adequada quando começarem a se deslocar em
direção à Terra.
Além destas contribuições, o sistema pode ser mais
um possível aliado para lidarmos com o lixo espacial e os perigos que eles
representam. Quando objetos orbitais se chocam, eles podem ser
fragmentados em pequenos detritos capazes de iniciar um fenômeno chamado de Síndrome
de Kessler, no qual os detritos vão atingindo outros objetos e iniciam um
efeito dominó destrutivo.
Hoje, a ESA estima que existam 34 mil objetos de
lixo espacial com mais de 10 cm, enquanto os menores podem chegar aos 900 mil
em órbita em janeiro de 2021. Como se movem a alguns quilômetros por segundo,
mesmo fragmentos pequenos podem colocar naves, satélites e até astronautas em
risco. Assim, ao facilitar a reentrada dos satélites para a atmosfera da Terra,
onde se queimariam, o sistema poderia ajudar a reduzir a
quantidade dos detritos ao redor da Terra.
Fonte: Site Canaltech -
https://canaltech.com.br
Comentário: Olhem aí, mais uma conquista de startup
espacial, esta agora francesa.
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