Parceria entre Agência Espacial Brasileira e Universidade Federal de Santa Maria ajudará no mapeamento de tecnologias espaciais nacionais
Olá, Leitor!
Segue abaixo a nota "Parceria entre Agência Espacial Brasileira e Universidade Federal de Santa Maria ajudará no mapeamento de tecnologias espaciais nacionais", publicada no site da Agência Espacial Brasileira (AEB), no dia 11/01/2021.
Boa leitura do texto e dos comentários do BS no final!
Brazilian Space
Parceria entre Agência Espacial Brasileira e Universidade Federal de Santa Maria ajudará no mapeamento de tecnologias espaciais nacionais
Imagem: AEB
A Agência Espacial Brasileira (AEB), autarquia vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), estabelece parceria com a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) para o desenvolvimento de um sistema de informação para o mapeamento de tecnologias espaciais nacionais (MAPTEC). A iniciativa teve seu início em 2019, com um primeiro levantamento de dados e de ferramentas de descrição de tecnologia feitos pela AEB.
O MAPTEC é um projeto que objetiva criar um banco de dados do estágio de maturidade da tecnologia espacial nacional, a partir de informações colhidas de diversas fontes: universidades, centros de pesquisa e empresas. Concebido para ampliar nossa consciência sobre o desenvolvimento nacional de tecnologias espaciais, o MAPTEC analisará a maturidade e outras características comuns entre diferentes tecnologias usadas no espaço. Por meio do MAPTEC, será possível comparar tecnologias equivalentes, em diversos estágios de maturidade.
Segundo o coordenador do projeto na UFSM, Prof. Marcelo Zanetti, o MAPTEC "destaca o papel da gestão de projetos e engenharia de sistemas no fomento ao setor espacial nacional, já que é comum iniciar projetos de pesquisa e desenvolvimento tecnológico com altas expectativas por resultados exitosos, mas com riscos associados subestimados. Desta forma, principalmente no contexto do Programa Espacial Brasileiro (PEB), que precisa apresentar resultados com recursos bastante limitados, é necessário maximizar o retorno de cada real investido. Para tanto, é importante promover tecnologias que foram demonstradamente bem sucedidas na avaliação de seu amadurecimento e, também, identificar lacunas tecnológicas em um ecossistema de aplicações. Finalmente, além do orgulho em contribuir no desenvolvimento do sistema de informação que auxiliará a AEB nessa tarefa que visa o sucesso do PEB, a UFSM entende o MAPTEC como oportunidade para complementação da formação de alunos do seu curso de graduação em Engenharia Aeroespacial envolvidos direta e indiretamente no projeto".
Para a AEB, o projeto MAPTEC e a colaboração com a UFSM abrirão também oportunidades para cooperar na área de gestão da informação. Por meio do projeto, será possível levantar, de forma detalhada e sistemática, o “patrimônio tecnológico espacial” já desenvolvido no Brasil para se traçarem novas rotas no futuro. A partir desse conhecimento, será possível melhor planejar investimentos e promover a cooperação entre quem faz tecnologia espacial no Brasil. Com isso, o uso de recursos nacionais poderá ser maximizado pela integração dos atores responsáveis pelo desenvolvimento, que são as universidades, os institutos e as empresas.
Sobre a AEB
A Agência Espacial Brasileira é uma autarquia vinculada ao MCTI, responsável por formular, coordenar e executar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 10 de fevereiro de 1994, a Agência trabalha para viabilizar os esforços do Estado Brasileiro na promoção do bem-estar da sociedade, por meio do emprego soberano do setor espacial.
Coordenação de Comunicação Social – CCS
Assessoria de Relações Institucionais e Comunicação - ARI
Comentário do BS:
Essa é uma importante iniciativa da AEB, junto com a Universidade de Santa Maria (UFSM), para a gestão da informação sobre património tecnológico espacial nacional distribuído na academia e nos institutos de pesquisa, mas, também, em algumas indústrias nacionais.
Tive a oportunidade de conhecer o professor Zanetti (Docente da UFSM que está a frente do projeto) no II Congresso Aeroespacial Brasileiro (CAB), realizado na UFSM, e pude acompanhar alguns trabalhos apresentados por alunos dele dentro dessa linha de gestão de projetos e gestão da informação. Acredito que a UFSM deverá executar um bom trabalho e que essa será uma ferramenta importante para gestão da informação e em um futuro suporte a tomada de decisão dentro do domínio do Programa Espacial Brasileiro (PEB), por parte da AEB e de outros entes, civis e militares.
Esse é o primeiro passo para que se possa (muito futuramente) fazer o mapeamento dos conhecimentos obtidos e desenvolvidos nacionalmente, por centros e pesquisadores de excelência, de modo que conhecimentos e tecnologias que o País domina hoje não se percam tão facilmente no caso de aposentadoria ou falecimento dos pesquisadores que os desenvolveram, como acontece hoje com a aposentadoria de diversos pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).
Um ponto que não posso deixar de questionar é se a AEB vai se utilizar do trabalho desenvolvido internamente para o desenvolvimento do Índice de Maturidade Tecnológica (IMATEC) e da sua Calculadora On-line (veja artigo publicado na JATM aqui), nessa nova iniciativa junto com a UFSM, ou se todo o trabalho desenvolvido pela equipe de servidores da AEB vai ser jogado fora?
Apesar de não ter meu nome citado no trabalho (nem nos agradecimentos), conheço com propriedade do tema, pois fiz parte do grupo que realizou revisão da adaptação dos conceitos do Technology Readiness Level (TRL) da NASA (veja aqui) para o IMATEC. Devido a minha formação na área de TI (Ciência da Computação), também atuei como arquiteto de software e analista de requisitos na especificação arquitetural e funcional do Projeto de Desenvolvimento da Calculadora On-line do IMATEC, além de ter sido o Product Owner (PO) do referido projeto.
A Calculadora On-line é um freeware que tem por objetivos fornecer uma ferramenta para avaliação do Nível de Maturidade Tecnológica que é executada (usando Angular) e persistida de forma portável (usando JSON) no lado cliente, mas, caso o usuário desejasse persistir no banco de dados da AEB, ele poderia fazê-lo, desde que concordasse com o termo de uso para tal persistência.
Isso me parece muito aderente à parte da proposta do MAPTEC, pois a construção do conhecimento e gestão da informação de produtos tecnológicos é uma tarefa naturalmente distribuída e a sua persistência em um repositório centralizado depende da contribuição e participação individual de diversas instituições e/ou empresas, a partir de uma especificação padronizada e de uma ferramenta apropriada para tal.
Rui Botelho
(Brazilian Space)
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