Satélite Científico EQUARS Contribuirá Para o Monitoramento do Clima Espacial

Caro leitor!

Segue agora abaixo leitor uma notícia postada ontem (31/08) no site oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que o instituto finalizou a FASE 0 do projeto do Satélite Científico EQUARS, satélite este que  contribuirá para o monitoramento do clima espacial.

Duda Falcão

Satélite Científico EQUARS Contribuirá
Para o Monitoramento do Clima Espacial

Quinta-feira, 31 de Agosto de 2017

Especialistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) concluíram com sucesso as avaliações preliminares da missão EQUARS (Equatorial Atmosphere Research Satellite), que tem expectativa de lançamento para 2020. O objetivo é promover avanços científicos em Aeronomia Equatorial, com ênfase no entendimento dos fenômenos físicos que perturbam o comportamento do plasma ionosférico.

A atmosfera equatorial tem um efeito significativo sobre o balanço energético do planeta e o satélite EQUARS deve trazer importantes resultados para o Programa de Estudo e Monitoramento Brasileiro do Clima Espacial (Embrace) do INPE.

A missão investigará processos de acoplamento entre a baixa e a alta atmosfera equatorial que atuam na formação de bolhas ionosféricas, fenômeno que pode interferir em diversas atividades tecnológicas, principalmente nas áreas de telecomunicações e de navegação por satélites.

Junto à Agência Espacial Brasileira (AEB), o INPE realizou neste mês de agosto a Revisão de Definição da Missão (MDR, na sigla em inglês), que representa o final da primeira fase de uma missão espacial, conhecida como Fase 0, para avaliação e especificação preliminar de requisitos do EQUARS.

“A equipe de trabalho do EQUARS foi criada em agosto de 2016 e nos últimos meses se dedicou às atividades da Fase 0, que apontaram para o desenvolvimento de um microssatélite em órbita equatorial que levará a bordo cinco instrumentos científicos – GLOW, GROM, IONEX, ELISA e APEX. Como resultado da MDR, recebemos o aval para a continuidade do desenvolvimento do projeto, dando início às atividades condizentes com a Fase A”, informa Leandro Toss Hoffmann, tecnologista da Coordenação de Engenharia e Tecnologia Espaciais do INPE que gerencia a missão.

No Instituto, a missão EQUARS também envolve a Coordenação de Ciências Espaciais e Atmosféricas, Laboratórios Associados, o Centro de Rastreio e Controle e o Laboratório de Integração e Testes.

GLOW

O instrumento GLOW é um fotômetro para registro de emissões de aeroluminescência (airglow) de constituintes fotoquímicos presentes na alta atmosfera terrestre. Possui quatro canais de fotodetecção para medir o fluxo de radiação em regiões espectrais distintas. A avaliação deste fluxo serve a estudos de propagação de modos de ondas atmosféricas e da morfologia e dinâmica das bolhas de plasma.


GROM

Receptor sofisticado de sinais GPS, o GROM emprega a técnica de Rádio Ocultação (RO) para estudos meteorológicos, atmosféricos e de clima espacial. Sua base de dados serve ao entendimento dos processos físicos de acoplamento entre a baixa e a alta atmosfera. Possui vasto potencial de aplicação, que vai desde o monitoramento da resposta ionosférica aos eventos de tempestade magnética solar, até como insumo ao aperfeiçoamento de modelos prognósticos de mudanças climáticas globais.


IONEX

O instrumento IONEX consiste em um conjunto de sensores ionosféricos: HFC (sonda capacitiva de alta frequência), LP (sonda de Langmuir) e ETP (sonda de temperatura dos elétrons). Quando os dados destes sensores são combinados, permite-se a investigação da estrutura e eletrodinâmica associada ao plasma ionosférico e das instabilidades magneto-hidrodinâmicas, que originam as bolhas de plasma ionosféricas.


ELISA

O instrumento ELISA (Electrostatic Energy Analyzer) foi concebido para medir o fluxo e o espectro de energias dos elétrons na faixa de 1 a 30 keV. Os dados resultantes permitem investigar a precipitação de elétrons na Anomalia Magnética do Atlântico Sul, seus efeitos na alta atmosfera e, ainda, o processo de interação feixe-plasma na ionosfera equatorial e a distribuição espectral das energias dos elétrons presentes no ambiente espacial.


APEX

O APEX (monitor of Alpha, Proton and ElectronfluXes) é um detector de partículas energéticas para estudos de geofísica espacial. Com o monitoramento contínuo do fluxo de partículas, irá gerar uma base de dados para a modelagem do ambiente na magnetosfera interna. O instrumento é especialmente adaptado para monitorar os eventos de elétrons relativísticos frequentemente esperados durante os períodos de atividade solar mínima.




Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE)

Comentário: Expectativa de lançamento em 2020??? Gente vamos falar sério, essa pratica de passar prazos irresponsavelmente só ajuda a desacreditar ainda mais a imagem do PEB perante a Sociedade Brasileira. O país está vivendo uma crise politica e econômica gravíssima, além do instituto já está conduzindo projetos de satélites como o CBERS-4A, Amazônia-1 entre outros, e não há recursos para tudo isso. Na verdade não se devia dar prazos para projetos sem ter todos os seus recursos garantidos ou pelo menos 80% deles, esta é que deveria ser a forma correta de proceder. Leitor, o Projeto EQUARS (Equatorial Atmosphere Research Satellite) é uma das maiores novelas do PEB e um dos dois projetos metamórficos de satélites científicos que sugiram no departamento de Ciências Espaciais e Atmosféricas (CEA) do instituto no início da primeira metade deste século (se não me engano). Ao lado do satélite MIRAX (Monitor e Imageador de Raios X) o EQUARS e seu irmão foram inicialmente concebidos pelo CEA como microssatélites para atender as necessidades de pesquisas deste departamento, mas com o passar do tempo e as constantes incertezas financeiras que atingiram o PEB desde que esses descompromissados governos civis de merda assumiram o poder, foi definido pelo instituto que o melhor seria transforma-los em missões e incluir seus experimentos em um único satélite, satélite este que foi denominado posteriormente de LATTES e que também previa a inclusão de uma terceira missão secundária de coleta de dados para o Sistema Brasileiro de Coleta de Dados. Acontece que, com o passar dos anos se percebeu que além das grandes incertezas financeiras persistirem, havia dificuldades tecnológicas enormes para se aglutinar em um único satélite missões tão distintas (pesquisas atmosféricas, astronômicas e de coletas de dados). Ora leitor, diante disto por volta de 2014 (creio eu) o instituto resolveu retornar a deia inicial dos dois microssatélites científicos, dando assim inicio a esta FASE 0 do Projeto EQUARS.  Entretanto não há a menor garantia de que haverá recursos para a continuidade das outras fases, veja o exemplo do Projeto Sabia-MAR, ninguém ouviu mais nada sobre ele. Vamos respeitar a sociedade, pelo menos isto.

Comentários





  1. Caro Duda,

    Ao ler suas críticas, sinto que temos algo em comum: a frustração de ver um país como o Brasil investindo tão pouco no Espaço e grande parte desse pouco indo para o lixo, por incompetência e sabe Deus se não por corrupção.

    Encaminharei para você meu artigo Argentina 12 x 1 Brasil, o primeiro de três em que faço algumas observações. Além dos inimigos externos (à área, porque as grandes nações sabem que já temos inimigos suficientes), também temos os internos, aqueles que favorecem ou prejudicam projetos sem muita lógica.

    No Caso do EQUARS, ressuscitado outra vez (lembre-se que alguns experimentos estavam lá no SACI), está na fase zero, momento em que os cientistas colocam aquilo que precisam para que a autoridade (dono do dinheiro e representante da sociedade) decidam se vão financiar tudo ou parte.

    Assim, o desejo de lançar em 2020 é por motivação de sinergia com outras missões que estarão em órbitas diferentes juntando mais dados de um mesmo fenômeno o que enriqueceria muito a missão. É possível esta data? Obervemos que quase todos os instrumentos estão prontos. A dificuldade é a plataforma que podemos aproveitar até projetos antigos abandonados como o SSR-1. Se a industria nacional não puder fornecer nada porque já estão envolvidas nos outros projetos, eu sou favorável até que se compre partes que poderíamos fazer por aqui. Mas por que eu gostaria de manter essa data?

    Conversando com os cientistas, descobri que se colocarem o satélite em uma órbita elíptica, nossos cientistas estarão fazendo ciência que ninguém fez. Seremos os primeiros a estudar a Anomalia Magnética com dados que nenhuma superpotência ainda fez. Vejo aí uma oportunidade incrível e que abracei com todas as minhas forças.

    Quanto à crise, acredito os grandes incompetentes e corruptos já estão fora do comando do país, acredito que conseguiremos superar essa depressão econômica como já estão indicando os índices econômicos. E temos a Argentina, que vivem uma crise mais longa e mais dura, eles têm uma economia muito menor que a nossa e investem 12 vezes o que investimos.

    Sim, podemos investir, podemos fazer não só este, mas temos que convencer nossos deputados e senadores da importância que o Espaço tem para a humanidade e transformas esses desejos em atos!

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    1. Olá Sr. Mário Saturno!

      Primeiramente queria lhe parabenizar pela iniciativa e dizer-lhe que já recebi o seu artigo "Argentina 12 x 1 Brasil" e postarei no Blog no mais tardar no dia de amanhã. Desde já me coloco também a disposição para publicar os outros artigos da série.

      Bom senhor Mário, no que diz respeito as suas ponderações, vamos lá. Inicialmente eu lhe digo que os inimigos externos só obtiveram sucesso quando os inimigos internos e o governo colaboraram efetivamente para que isso ocorresse. Se realmente houvesse do governo seriedade para com o PEB, se o mesmo o conduzisse como um programa de estado e estratégico, haveria um sistema de contra-inteligencia efetivo que amenizaria e muito essa interferência estrangeira (isso faz parte do jogo e temos de aprender a jogar), bem como a cobrança por resultados que por outro lado também diminuiria a interferência interna.

      Quanto ao EQUARS, eu até entendo a motivação de vocês de sinergia com outras missões, e que quase todos os instrumentos da missão já estejam prontos, o que realmente facilita as coisas. Porém existe ainda um valor bastante significativo para ser arrecadado para que a missão se concretize, valor este que convenhamos é incompatível com a atual situação econômica do país, pior incompatível também com a cultura política vigente (esses vermes não querem o PEB, não gera voto), principalmente tendo o PEB um orçamento anual de US$ 100 milhões que diminuirá ainda mais em 2018, e pelo fato do INPE já está envolvido com outros projetos que consumirão grande parte de seus investimentos. Neste contexto de incertezas não é correto na minha visão estabelecer prazos para esta missão para a Sociedade.Teria sido melhor realizar o que tem de ser feito sem alarde e quando tivesse algo realmente de concreto ai sim divulgar.

      Já as suas ponderações quanto a importância do satélite para ciência brasileira e o que o mesmo pode significar para o avanço do conhecimento cientifico sobre a Anomalia Magnética tornando o Brasil o primeiro país a obter dados que nenhuma superpotência tem, o senhor precisa entender que para a classe politica esta vitória não teria a menor importância. Assim sendo, usá-la como motivação para obter apoio político desses vermes não teria o menor efeito.

      Já quanto a sua crença de que as coisas estão melhorando, que os grandes incompetentes e corruptos já estão fora do comando do país e que realmente seria possível convencer esses picaretas de merda, 'otoridades' vestidas de pinguim, verdadeiras raposas do caos, desculpe-me pela franqueza Sr. Mário Saturno, mas pelo visto o senhor está vivendo ainda no mundo da fantasia.

      Desde já agradeço-lhe pelo contato e pelo artigo enviado. Quem dera mais profissionais do PEB como o senhor tivesses essa mesma iniciativa.

      Att,

      Duda Falcão
      (Blog Brazilian Space)

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