Nova Rede de Dados Permite Registro Mais Preciso de Raios
Caro leitor!
Segue abaixo leitor uma nota postada ontem (25/09) no
site oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando que
Nova Rede de Dados permite registro mais preciso de Raios.
Duda Falcão
Nova Rede de Dados Permite
Registro Mais Preciso de Raios
Segunda-feira, 25 de Setembro de 2017
Levantamento inédito realizado pelo Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE) revela valores mais precisos da incidência de raios
no país. Nos últimos seis anos, o número médio anual de raios no Brasil foi de
77,8 milhões. Este valor é bem superior ao obtido no levantamento realizado em
2002, que apontava cerca de 55 milhões de raios.
A diferença é atribuída às limitações do levantamento
anterior feito com base em dados de satélites que apresentavam restrições
devido à amostragem temporal (os satélites não eram geoestacionários),
eficiência de detecção (dependente do tipo de tempestade) e discriminação entre
as descargas que atingem o solo (raios) e aquelas que ficam dentro das nuvens.
Realizado pelo Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT)
do INPE, o novo levantamento foi obtido por meio da rede BrasilDATDataset que
integra diferentes tecnologias de detecção de raios em superfície e permite
identificar os raios com maior precisão.
Os novos dados apontam que 2012 registrou o número máximo
de raios em todo o período analisado: 94,3 milhões. A justificativa está no
aumento acentuado de raios na região norte relacionado ao evento La Niña
observado naquele ano. Após 2012, um decréscimo quase que constante é visto ao
longo do período. Em 2013 foram 92 milhões, em 2014 foram 62,9 milhões e em
2015 foram 68,6 milhões de raios, ano em que um acréscimo é observado devido ao
registro do evento intenso El Niño, responsável pelo aumento acentuado dos
raios nas regiões sul e parte das regiões sudeste e centro-oeste.
A quantidade de raios identificada indica que os
fenômenos El Niño e La Niña modulam a ocorrência de raios no Brasil numa
intensidade muito acima do que poderia ser esperado em consequência do
aquecimento global.
“O novo ranking permite números mais precisos sobre a
ocorrência de raios no país e suas variações anuais, o que permite identificar
quais fenômenos são responsáveis por estas variações, além de permitir, em
longo prazo, acompanhar os efeitos das mudanças climáticas sobre a incidência
de raios em nosso país”, diz o pesquisador Osmar Pinto Junior, coordenador do
ELAT/INPE.
Outro dado relevante mostra que no levantamento anterior
o número de raios na região norte foi subestimado. Como exemplo, o estado do
Amazonas, que no primeiro levantamento apresentou a média de 11 milhões de
raios por ano, passa a ter, atualmente, uma média de aproximadamente de 15,8
milhões de raios por ano.
A nova rede BrasilDATDataset, além de detectar cerca de
99% das tempestades que ocorrem no país, tem uma base de dados de raios que
permite esclarecer a causa da maior parte dos eventos associados aos raios, que
anteriormente muitas vezes não tinham uma explicação satisfatória, como danos
patrimoniais em que não há vestígio da ocorrência de raios, mortes de pessoas
sozinhas no meio rural cuja causa suspeita é um infarto, entre outros.
A rede também permite aperfeiçoar as ferramentas de
alerta para a proteção de vidas, considerando que no Brasil em média 300
pessoas por ano são atingidas por raios, das quais cerca de 100 morrem. O
número, embora tenha reduzido nos últimos anos, em partes, devido à redução no
número de raios, ainda é muito alto comparado a países desenvolvidos.
Estados e Municípios
Foram detectados valores mais precisos da densidade de
raios (quantidade de raios por quilômetro quadrado por ano) para os diversos
estados e municípios brasileiros. O estado com maior densidade é o Tocantins,
com 17,1 raios por quilômetro quadrado seguido por Amazonas (15,8), Acre
(15,8), Maranhão (13,3), Pará (12,4), Rondônia (11,4), Mato Grosso (11,1),
Roraima (7,9), Piauí (7,7) e São Paulo (5,2), que são os 10 primeiros estados
com maior densidade de raios por quilômetro quadrado por ano.
A cidade de Santa Maria das Barreiras, no Pará, apresenta
um índice de 44,32 raios por quilômetro quadrado por ano e carrega o título de
município com maior densidade de raios do país, enquanto que a cidade de São
Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, é campeã na probabilidade de morrer atingido
por raio, com 20,63 mortes por milhão de habitantes por ano. São Gabriel da
Cachoeira tem uma densidade de raios de 24,51 raios por quilômetro quadrado por
ano, superior a todas as capitais brasileiras.
O ranking das cinco primeiras capitais com maior
densidade de raios por quilômetro quadrado por ano fica por conta de Rio Branco
(30,13) Palmas (19,21), Manaus (18,93), São Luís (15,12), Belém (14,47) e São
Paulo (13,26), ao passo que as capitais com maior probabilidade de morrer
atingido por raio são respectivamente, Porto Velho, Boa Vista, Campo Grande,
Rio Branco e Palmas.
Entre as cidades com mais de 650 mil habitantes, Osasco,
Santo André, Guarulhos e São Bernardo do Campo, todas localizadas na grande São
Paulo, apresentam, respectivamente, valores de densidade acima de 10, em
consequência da influência da urbanização na ocorrência de raios. Por outro
lado, entre estas cidades, São José dos Campos apresenta a maior probabilidade
de morrer atingido por um raio.
Mais informações: http://www.inpe.br/webelat/homepage/
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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