Técnicos do Suriname, Guiana e Peru Recebem no CRA do INPE Capacitação Para Monitorar Desmatamento na Bacia Amazônica
Caro leitor!
Segue agora abaixo leitor uma notícia postada ontem (22/08)
no site oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando
que técnicos do Suriname, Guiana e Peru recebem no Centro Regional da Amazônia
(CRA) do instituto, capacitação para monitorar desmatamento na Bacia Amazônica.
Duda Falcão
Técnicos do Suriname, Guiana e Peru Recebem
Capacitação
Para Monitorar Desmatamento
na Bacia Amazônica
Terça-feira, 22 de Agosto de 2017
De 21 a 25 de agosto, o Instituto Nacional de Pesquisas
Espaciais (INPE) realiza em seu Centro Regional da Amazônia (CRA), em Belém
(PA), um Curso de Monitoramento de Florestas Tropicais para capacitação de 11
técnicos do Suriname, da Guiana e do Peru. Em seus países, eles estarão aptos a
aprimorar o trabalho dos governos locais para contribuir na redução dos índices
de desflorestamento. Ministrado em inglês, o curso tem como instrutores Carlos
Da Costa e João Felipe Kneipp.
Uma das principais causas da derrubada de árvores no
Suriname é a mineração ilegal. A representante do governo surinamês, Ilgia
Holpel, que está em Belém para a capacitação, declarou que 93% da área do país
ainda é floresta, porém da área desmatada a maior parte é originada pela mineração.
“No Suriname, o que se está a fazer são projetos não para
erradicar completamente o desmatamento, mas para transformar as ações
madeireiras, de agricultura e a própria mineração, por exemplo, em ações mais
sustentáveis. Sustentabilidade é a palavra que norteia nosso trabalho
atualmente”, comentou Holpel.
Ainda segundo Holpel, “mesmo quando se tem corte
madeireiro é um corte seletivo. Se tem feito uma avaliação para não se arrancar
toda a cobertura vegetal, mas sim espécies de maior poder aquisitivo, tentando,
assim, manter de pé as demais espécies de árvores”, explicou.
De acordo com a chefe do Centro Regional da Amazônia e
coordenadora do Projeto
de Capacitação em Monitoramento de Florestas por Satélite (Capacitree) do
INPE, Alessandra Rodrigues Gomes, o Suriname é um país tido como "caso de
sucesso".
“O sistema de monitoramento no país iniciou e continua
utilizando o software TerraAmazon, além de metodologias adaptadas a partir das
que foram apresentadas durante as capacitações já realizadas por nós. Esperamos
que, independente do sistema utilizado, o Capacitree e as geotecnologias
possam, cada vez mais, auxiliar na diminuição do desmatamento e na
sustentabilidade florestal tão necessária, principalmente por se tratar da
Bacia Amazônica”, disse Gomes.
Em Belém o INPE está situado no Parque de Ciência e
Tecnologia Guamá, onde mantém infraestrutura de ponta para realizar
treinamentos como esse, com salas de aula equipadas com recursos audiovisuais e
computadores. Os participantes utilizam o software TerraAmazon, desenvolvido
pelo INPE para mapeamento de corte raso, de uso e cobertura da terra e, também,
para medições de desmatamento.
Com o conhecimento deste software e suporte técnico do
INPE, os participantes do Curso de Monitoramento de Florestas Tropicais poderão
implementar ou adaptar o programa brasileiro de monitoramento de florestas
tropicais em seus próprios países através de salas de observação.
Diferente do Suriname, a Guiana ainda não utiliza o
TerraAmazon, mas engenheiros como Justino Manuelo da Silva estão vindo ao
Brasil com certa regularidade para ganhar habilidade com o sistema. O
representante do governo guianês contou ao INPE que a comissão florestal do
país está trabalhando para uma redução principalmente no corte madeireiro,
tanto o legal quanto o ilegal e, segundo ele, o TerraAmazon será bastante útil
para tal.
Os treinamentos realizados no INPE Amazônia integram
o Projeto Monitoramento da Cobertura Florestal Amazônica, que
a Organização
do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) mantém em parceria com o
INPE desde 2010, executado atualmente com financiamento do Fundo Amazônia e
administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
“Desde 2010 acompanhamos todas as ações dos países
membros da OTCA (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e
Venezuela), de quem o INPE é parceiro técnico. Importante mencionar que estamos
fechando um ciclo de anos de cooperação técnica, de capacitações e de parceria.
Nesse período centenas de técnicos foram treinados, muitos programas de monitoramento
foram incentivados e o INPE fica muito satisfeito por ter colaborado na
transferência de conhecimento, essa que é uma das missões do CRA”, disse
Alessandra Rodrigues Gomes.
O repasse de informações sobre o sistema brasileiro de
monitoramento de florestas tem permitido a outros países otimizar e buscar
melhorias para atender demandas específicas. “O suporte constante ao programa
de computador TerraAmazon, as constantes discussões acerca de temas relevantes
na área florestal e a significativa luta contra o desmatamento fizeram com que
os países entendessem essa cooperação técnica e desfrutassem de todo o material
didático que está sempre à disposição”, completa a chefe do CRA e coordenadora
do Projeto Capacitree.
A OTCA é responsável por toda a logística que traz e
mantém os participantes no Brasil. Ao INPE, através de seu Centro Regional da
Amazônia, compete a capacitação dos participantes com base em sua experiência
de 30 anos monitorando a floresta amazônica brasileira. A cooperação com o INPE
reforça o empenho da OTCA para um monitoramento mais amplo da Amazônia,
viabilizando que os demais países sulamericanos se juntem ao Brasil para um
monitoramento florestal mais eficiente.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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