O Projeto Euro/Australiano HEXAFLY e o Foguete Brasileiro VS-43 - Parte 2
Olá leitor!
Segunda-feira passada (21/08) eu postei aqui no Blog um
artigo escrito por mim intitulado “O Projeto Euro/Australiano HEXAFLY e o
Foguete Brasileiro VS-43” (veja aqui), tá lembrado? Pois então, no artigo em
questão eu tentei trazer uma luz que explicasse o recente ensaio em banco de
provas do Motor a Propelente Sólido S43, realizado pelo Instituto de
Aeronáutica e Espaço (IAE) dia 04/07 passado na Usina Coronel Abner.
Como eu disse no artigo, esse tipo de teste sempre precede
a uma missão científica ou tecnológica especifica, e sendo assim, era um
indicio de que algo significativo estava por vir, já que o emprego deste motor
(com o fim do Programa do VLS-1) só poderia se referir ao antigo e até então
abandonado projeto do Foguete de Sondagem VS-43.
No entanto leitor, no atual momento de total abandono do Programa Espacial Brasileiro (PEB)
não existia nem recursos financeiros ou mesmo qualquer projeto em curso no
Brasil que justificasse o emprego deste foguete e, portanto, a missão em
questão só poderia ter uma origem, ou seja, estrangeira.
Foi então que pesquisando na net descobrir um pequeno artigo
em inglês intitulado “HEXAFLY ‐ INTProject: Design of a High Speed Flight
Experiment” que pode ser a explicação para este teste do Motor-S43, porém
alguns questionamentos expostos por mim neste artigo ainda permaneciam, ou seja:
* Será mesmo que o IAE faria o voo
de qualificação deste novo foguete de sondagem com uma carga útil tão
significativa (e cara) e ainda por cima (supostamente) fora do território
brasileiro?
* Ou este lançamento seria realizado do Brasil?
Pois é, navegando na net hoje pela manhã descobrir um
outro artigo (este mais completo – veja aqui) com o mesmo título do primeiro e que
responde há ambas perguntas acima. Ou seja, sim, o IAE arriscará a fazer o voo de
qualificação deste novo foguete tendo abordo esta significativa
carga útil internacional, mas o lançamento será mesmo realizado (segundo outras
fontes provavelmente em meados de 2019 e não mais 2018) do Centro de Lançamento
de Alcântara (CLA), repetindo assim exemplos anteriores com outros voos de qualificação de foguetes distintos (VSB-30 e
VS-30/Orion) que contaram com envolvimento alemão (DLR-Moraba).
Ora leitor, vale aqui também destacar o quanto será
significativo para o Brasil e para o CLA o lançamento desta missão do
território brasileiro, já que devido à importância tecnológica desta carga útil
hipersônica, esta missão certamente atraíra a atenção de grande parte da mídia
internacional especializada, todos eles de olho no desempenho do CLA e de seus
profissionais na prestação de serviço de lançamento de artefatos espaciais. Uma
grande oportunidade para a nossa Agencia Espacial propagar e vender positivamente
a imagem do PEB e do CLA para Sociedade Brasileira e principalmente para o
mundo, né verdade? Nem tanto, pelo menos não tendo a frente esse banana vendedor
de sanduíches. Para tanto seria preciso ter um profissional serio, de extrema visão,
comprometido, dinâmico e ousado a frente da AEB e não um fantoche como o Sr.
Braga Coelho.
No entanto leitor, é preciso dizer que da mesma forma que
o sucesso desta missão pode finalmente colocar o CLA entre as bases de
lançamento de interesse internacional, um eventual fracasso poderá jogar ainda
mais dúvidas quanto à capacidade do centro e de seus profissionais em realizar
lançamentos contratados, colocando em dúvida todo sistema montado no centro (inclusive
de segurança e em especial de contra-inteligência) os profissionais envolvidos
e até a tecnologia de foguetes de sondagem brasileira (quando usados, como
neste caso). Afinal leitor, é de conhecimento de todos que as duas últimas missões com
experimentos realizadas neste centro de lançamento brasileiro, ou seja, a “Operação São Lourenço” em 2015, e a “Operação Rio Verde” em 2016, a primeira delas resultou
numa estrondosa explosão do foguete VS-40M no momento do lançamento (acidente
este ainda sem uma explicação pública por parte do IAE, situação esta que gera
grandes dúvidas e teorias diversas) e a segunda que resultou também num
fracasso parcial, já que o foguete VSB-30 não atingiu o apogeu necessário para
a realização da maioria dos experimentos abordo. Em outras palavras, o histórico
recente do CLA não é dos melhores e agora sua imagem estará em jogo nesta oportunidade
em nível internacional.
Vale aqui lembrar que antes do estabelecimento desta “Operação HEXAFLY”, estava previsto
para ocorrer do CLA uma outra missão
ainda mais significativa, pois apesar de ser a mesma uma missão com um
experimento também suborbital, ou seja, o experimento SHarp Edge Flying
EXperiment 3 (SHEFEX-3), o mesmo
seria realizado através do tão aguardado Veículo Lançador de Microssatélites 1 (VLM-1),
que assim faria o seu voo de qualificação. Entretanto caro amigo leitor, devido a idas e
voltas deste projeto, até onde se sabe esta missão SHEFEX-3 não será mais realizada
do Brasil e nem mais pelo VLM-1, pelo menos não mais por um lançador brasileiro,
já que até mesmo o VLM-1 é hoje mais alemão do que qualquer outra coisa. Em
outras palavres, infelizmente entramos mais uma vez pelo cano.
Diante disto o
sucesso da “Operação HEXAFLY” ganha uma importância extremamente significativa
para a imagem do Programa Espacial Brasileiro (PEB), e a divulgação desta
missão deveria ser trabalhada com visão e competência por profissionais de
mídia especializados e não Zé Bundões que não enxergam um palmo diante do nariz,
e muitas vezes nem querem enxergar, neste caso por motivos óbvios. Vamos
aguardar os acontecimentos.
Duda Falcão
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