Pesquisa da Rede Clima Analisa Ações e Políticas Para a Adaptação às Mudanças Climáticas na Bacia do São Francisco
Caro leitor!
Segue agora abaixo leitor uma notícia postada dia (10/08)
no site oficial do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) destacando
que pesquisa da Rede Clima analisa ações
e políticas para a adaptação às mudanças climáticas na Bacia do São Francisco.
Duda Falcão
Pesquisa Analisa Ações e Políticas Para
a Adaptação às
Mudanças Climáticas
na Bacia do São Francisco
Quinta-feira, 10 de Agosto de 2017
Pesquisadores da Rede Clima vão analisar as políticas
públicas e os atores-chave vinculados à vulnerabilidade e adaptação às mudanças
climáticas na bacia do rio São Francisco. O objetivo é verificar em que medida
as iniciativas de ação pública implementadas na região seguem uma abordagem
integrada e coerente com os objetivos de adaptação às mudanças climáticas e de
revitalização da Bacia.
A Rede Clima (Rede
Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais), sediada no
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), é um programa do governo
federal que visa gerar e disseminar conhecimentos para responder aos desafios
das mudanças climáticas no país.
A rede envolve dezenas de grupos de pesquisa em
universidades e institutos de todo o Brasil e atua para atender às necessidades
nacionais de conhecimento científico sobre o tema e para dar apoio à diplomacia
brasileira nas negociações internacionais. Para isso, elabora análises sobre o
estado do conhecimento das mudanças climáticas no país, nos moldes dos
relatórios do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), porém
com abordagens setoriais mais específicas, para subsidiar a formulação de
políticas públicas nacionais e internacionais.
Integrado por pesquisadores de 11* das 17 sub-redes da Rede Clima, reunidos
no Projeto Integrativo Segurança Socioambiental (PI-SSA), a pesquisa na Bacia
Hidrográfica do Rio São Francisco contribuirá para a produção de conhecimentos
e a formulação de estratégias de ação pública que assegurem a promoção da
resiliência de sistemas sociais e ambientais na região, em um contexto de
transição climática. O trabalho pressupõe a compreensão das interconexões entre
setores, escalas e atores, e abordagens integradas que permitam minimizar
trade-offs (conflito de escolha) e potencializar sinergias entre respostas
políticas setorizadas.
O Semiárido, Hotspot das Mudanças Climáticas
O semiárido será a região do Brasil mais gravemente afetada por aumentos de
temperatura e redução das precipitações. De acordo com o Quinto Relatório do
IPCC, divulgado em 2014, o aumento da temperatura média anual nessa área deverá
situar-se entre 2°C e 5°C até 2100. Isso pode levar à alteração do quadro de
semiaridez para aridez, o que amplia o que agrava o comprometimento do
fornecimento regular de água.
No Brasil, as áreas suscetíveis à desertificação correspondem a 1,3 milhão de
quilômetros quadrados, abrangendo 1.488 municípios e cerca de 36 milhões de
pessoas diretamente. Desse total, 180 mil quilômetros quadrados já se encontram
em processo de desertificação nos graus grave e muito grave. Essas áreas estão
concentradas basicamente nos estados do nordeste, que possui 55% do seu
território com diferentes graus de deterioração ambiental, e concentra grande
parte da pobreza e miséria do país.
A ampliação das áreas degradadas compromete a produção e a produtividade
agrícola, o que acentua a pobreza, tanto no meio rural como urbano. A região
escolhida para a pesquisa da Rede Clima é o Baixo-médio São Francisco, no
extremo norte da Bahia, composta por dez municípios: Campo Alegre de Lourdes,
Canudos, Casa Nova, Curaçá, Juazeiro, Pilão Arcado, Remanso, Sento Sé,
Sobradinho e Uauá.
Seguindo os contornos do rio São Francisco, na porção em que o rio é represado
pela barragem de Sobradinho, a região mescla verdejantes áreas de agricultura
irrigada com paisagens secas de caatinga e agropecuária de sequeiro, na qual a
agricultura de subsistência e a caprinovinocultura extensiva predominam. O
contraste agroprodutivo, associado a um histórico de conflitos por terra e
deslocamento devido ao alagamento promovido pela barragem Sobradinho, configura
um dos mosaicos ambientais e socioeconômicos mais complexos do semiárido rural.
Dois workshops já foram realizados pelo grupo de pesquisa, para o levantamento
preliminar de políticas públicas e atores-chave na Bacia, além do
estabelecimento de metodologias e plano de trabalho. Para a execução das
atividades propostas, foram instituídos três Grupos de Trabalho: GT-1,
Políticas Públicas; GT-2, Indicadores de Vulnerabilidade/Adaptação; e GT-3,
Articulação Institucional e Processos Participativos. O trabalho deverá ser
concluído no final de 2018.
Áreas susceptíveis à desertificação, no semiárido
brasileiro.
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*Agricultura, Biodiversidade e Ecossistemas, Cidades e
Urbanização, Desastres Naturais, Desenvolvimento Regional, Divulgação
Científica, Energias Renováveis, Políticas Públicas, Recursos Hídricos, Saúde e
Zonas Costeiras.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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