Alertas do DETER Estimam 618 km² de Corte Raso na Amazônia Entre Fevereiro e Abril
Olá leitor!
Segue abaixo uma nota postada hoje (31/05) no site do
Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), destacando que alertas do DETER estimam 618 km² de corte raso na Amazônia entre fevereiro e abril.
Duda Falcão
Alertas do DETER Estimam 618 km² de Corte
Raso na
Amazônia Entre Fevereiro e Abril
Terça-feira, 31 de Maio de 2016
Durante o trimestre de fevereiro, março e abril de 2016,
os alertas de alteração na cobertura florestal por corte raso e/ou degradação
na Amazônia somaram 1.092 km². Deste total, estima-se que 618 km² são de áreas
de desmatamento por corte raso e 441 km² correspondem à degradação florestal,
além de 33 km2 de desmatamentos não confirmados, conforme registro do DETER, o
Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real do Instituto Nacional de
Pesquisas Espaciais (INPE).
As distribuições das áreas de Alertas nos Estados em cada
mês, bem como a respectiva cobertura de nuvens, são apresentadas na tabela a
seguir.
|
DETER(*)
Fev (km2) |
Nuvens
Fev (%) |
DETER(*)
Mar (Km2) |
Nuvens
Mar (%) |
DETER(*)
Abr (km2) |
Nuvens
Abr (%) |
Acre
|
0
|
97
|
1
|
78
|
4,4
|
27
|
Amazonas
|
63,5
|
58
|
4,5
|
94
|
67,7
|
76
|
Amapá
|
0
|
99
|
0
|
98
|
0
|
99
|
Maranhão
|
8,8
|
51
|
0
|
70
|
0
|
54
|
Mato Grosso
|
320,6
|
4
|
75,2
|
12
|
120,1
|
0
|
Pará
|
56,7
|
75
|
4,1
|
87
|
57,9
|
68
|
Rondônia
|
68,9
|
16
|
30,0
|
62
|
184,1
|
0
|
Roraima
|
0
|
48
|
8,3
|
32
|
0
|
76
|
Tocantins
|
14,9
|
4
|
0
|
30
|
1,1
|
5
|
TOTAL
|
533,5
|
49
|
123,4
|
68
|
435,5
|
51
|
(*) Soma das áreas de alerta de corte raso, degradação
florestal e falsos positivos.
Baseado em dados de satélites de resolução moderada (250
m) – Terra/MODIS, o DETER é uma ferramenta de suporte à fiscalização de
desmatamento e demais alterações na cobertura florestal ilegais,
prioritariamente orientado para as necessidades do Instituto Brasileiro do Meio
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). As imagens são analisadas
e em prazo de até cinco dias após a passagem do satélite mapas de Alertas de
alteração na cobertura florestal são enviados ao IBAMA. Os alertas podem se
referir indistintamente ao desmatamento propriamente dito, quando há a remoção
drástica da floresta por corte raso, e também a eventos de degradação
florestal, que podem ser exploração madeireira por corte seletivo, preparação
da área para o corte raso, localmente denominada brocagem, ou cicatrizes de
incêndio florestal.
Os resultados do DETER devem ser analisados em conjunto
com as informações sobre a cobertura de nuvens, que afeta a observação por
satélites. As áreas em rosa dos mapas a seguir correspondem aos locais que
estiveram encobertos no período. Nos mesmos mapas, os pontos amarelos mostram a
localização dos Alertas emitidos pelo DETER.
Mapa de alertas de fevereiro, mês em que a cobertura
de
nuvens impediu a observação de 49% da Amazônia.
|
Mapa de alertas de março, mês em que a cobertura
de
nuvens impediu a observação de 68% da Amazônia.
|
Mapa de alertas de abril, mês em que a cobertura
de nuvens
impediu a observação de 51% da Amazônia.
|
Em função da cobertura de nuvens variável de um mês para
outro e, também, da resolução dos satélites, o INPE não recomenda a comparação
entre dados de diferentes meses e anos obtidos pelo sistema DETER.
Estimativa de Corte Raso e Degradação Florestal
Uma validação dos dados do DETER é realizada regularmente
pelo INPE desde 2008 e, como resultado, obtém-se uma estimativa amostral da
proporção de áreas de corte raso, de degradação florestal e de falsos
positivos. A validação dos dados do DETER tem como objetivo caracterizar mensalmente
os Alertas de Alteração na Cobertura Florestal na Amazônia. Para a
qualificação, faz-se uso de imagens provenientes do satélite Landsat (ou
similar), adquiridas em período equivalente as imagens MODIS utilizadas pelo
DETER.
A tabela a seguir detalha as estimativas das áreas de
Corte raso, Degradação e Falsos positivos calculados a partir dos resultados da
validação do trimestre para toda Amazônia Legal.
Classe
|
Fevereiro (Km2)
|
Março (Km2)
|
Abril (Km2)
|
Total (Km2)
|
Corte Raso
|
221
|
84
|
313
|
618
|
Degradação
|
299
|
36
|
106
|
441
|
Falso positivo
|
13
|
3
|
17
|
33
|
Soma
|
533
|
123
|
436
|
1092
|
A fatoração da área de alerta em corte raso e em degradação florestal atende a
uma solicitação do IBAMA, ratificada por um Acordo de Cooperação Técnica (ACT)
firmado em novembro de 2014 entre as duas instituições. A fatoração poderá ser
aplicada toda vez que houver dados de satélites de alta resolução (20-30 m)
disponíveis no mês em questão e com baixa cobertura de nuvens em quantidade
suficiente para cobrir ao menos 30% dos eventos de alertas e 30% de sua área total.
Conforme o ACT firmado, a divulgação do DETER é referente
a um trimestre, realizada no fim do mês seguinte ao término do trimestre e,
além dos relatórios de dados (1) e de validação (2), o INPE divulga mapas da
distribuição espacial das ocorrências de alertas de cada mês deste trimestre
agregados em células de 50 km X 50km (3) e o mapa com os polígonos de alertas
do trimestre anterior (4). O INPE também fornece uma interface gráfica para a
visualização dos dados do DETER e outras informações pertinentes sobre as
alterações da cobertura florestal na Amazônia (5).
Sistema DETER
Realizado pela Coordenação de Observação da Terra (OBT)
do INPE, o DETER é um serviço de alerta de desmatamento e degradação florestal
na Amazônia Legal baseado em dados de satélite de alta frequência de revisita.
O DETER utiliza imagens do sensor MODIS do satélite
Terra, com resolução espacial de 250 metros, que possibilitam detectar
polígonos de desmatamento com área maior que 25 hectares. Nem todos os
desmatamentos são identificados devido à ocorrência de cobertura de nuvens.
Os alertas produzidos pelo DETER foram concebidos e são
produzidos para orientar a fiscalização do desmatamento ilegal na Amazônia. Os
mapas de alertas do DETER são enviados diariamente ao IBAMA com a localização
precisa de eventos de desmatamento e degradação florestal e um indicativo de
área que tem qualidade limitada pela resolução do satélite, que permite
representação acurada de área apenas para eventos de tamanho superior a 100 ha.
Por isso, o INPE não recomenda que os dados de área de
alertas do DETER sejam utilizados como indicativo do andamento da intensidade
de desmatamento. Para medir esta intensidade o INPE produz desde 1988 o mapa de
desmatamento feito com imagens de resolução de 20 a 30 m (Landsat, CCD/CBERS,
LISS3/ResourceSAT, DMC e SPOT). Deste mapa o INPE calcula a taxa de
desmatamento anual em km2 medida pelo PRODES.
A menor resolução dos sensores usados pelo DETER é
compensada pela capacidade de observação diária, que torna o sistema uma
ferramenta ideal para informar rapidamente aos órgãos de fiscalização sobre
novos desmatamentos.
Este sistema registra tanto áreas de corte raso, quando
os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa, quanto áreas com
evidência de degradação decorrente de extração de madeira, preparação para
desmatamento (brocagem) ou incêndios florestais, que podem ser parte do processo
de desmatamento na região.
A cada divulgação sobre o sistema de alerta DETER, o INPE
apresenta ainda um relatório de avaliação amostral dos dados. Os relatórios,
assim como demais dados relativos ao DETER, podem ser consultados em www.obt.inpe.br/deter.
Fonte: Site do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(INPE)
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