Espaçomodelismo em Crescimento no Brasil
Olá leitor!
Durante toda a semana passada abordei aqui no Blog
assuntos relacionados com as atividades de grupos e equipes brasileiras
amadoras e universitárias (e até de uma equipe universitária estrangeira) na
área de Espaçomodelismo, por acreditar que precisamos difundir para a nossa
Sociedade as atividades realizadas em nosso país nesta área por esses fantásticos
fogueteiros e futuros profissionais de diversos setores, todos imbuídos no
desenvolvimento de suas áreas de atuação, como a Mecânica, a Física, a Química,
a Elétrica, etc...
O Espaçomodelismo está presente no país desde meados dos
anos 60 do século passado, onde pioneiros como o Cap. Basílio Baranoff e o
Prof. José Felix Santana, envolvidos na época com as atividades do Programa
Espacial Brasileiro (PEB), visualizaram com propriedade a possibilidade do uso
do Espaçomodelismo como uma maneira de difundir e educar os nossos jovens, mas
por falta de uma legislação adequada para área e por desentendimentos (é o que
se fala nos bastidores), as diversas iniciativas que surgiram desde então não
se solidificaram e se perderam na história.
No final da segundo semestre de 2013, após ficar claro
que não iriam dar em nada as duas competições nas áreas de Foguetemodelismo e
Cansats, criadas no inicio daquele ano pela nossa AEB - Agência Espacial de
Brinquedo (vale lembrar que a AEB não deu qualquer satisfação a Sociedade e aos
que se mobilizaram para participar destas competições, simplesmente apagou de seu
site as páginas que tratavam das mesmas) o Prof. Carlos Henrique Marchi (UFPR),
um dos profissionais que foram convidados pela própria AEB para elaborar as
regras destas competições, chateado com a situação e a postura do órgão do conhecido
cabeça branca, após se reunir com seus alunos do Departamento de Mecânica da
UFPR, resolveram criar o Festival de Minifoguetes de Curitiba, festival este felizmente
já consolidado e que este ano realizou com sucesso a sua terceira edição.
Vale lembrar leitor que foi durante a realização desta terceira edição do Festival de Minifoguetes de Curitiba que, graças a iniciativa do Prof. Marchi, com o apoio dos fogueteiros presentes e de um intruso (eu), foi criada a Associação Brasileira de Minifoguetes (ABMF) ou BAR (Brazilian Association of Rocketry), associação esta que em breve estará coordenando as atividades de Espaçomodelismo de seus associados. (saiba mais aqui)
É verdade leitor que mesmo antes da criação do Festival
de Curitiba, o Espaçomodelismo no país já vinha se desenvolvendo dentro das
universidades de diversos estados brasileiros, principalmente no Estado de São
Paulo, com equipes no ITA, na UFABC, na EESC-USP, etc..., mas não há como negar
que o surgimento do Festival veio estimular a criação de novas equipes
universitárias em diversos estados da federação e isso se explica simplesmente
porque a existência do mesmo traz para esses jovens o ‘desafio’ que eles
necessitam para desenvolver suas atividades. A história da humanidade leitor está
cheia de exemplos como este, e aqueles que aceitaram esses desafios foram
aqueles que construíram a sociedade humana como a que conhecemos hoje.
Não precisamos de pessoas como o Sr. Braga Coelho, por
exemplo, essas passam pela história sem qualquer contribuição a sua espécie ou
a sua sociedade, precisamos sim de pessoas inovadoras, dinâmicas, visionárias e
comprometidas com o que fazem, pessoas como o Prof. Carlos Henrique Marchi,
Prof. Carlos Canalle, Prof. José Felix Santana, Cap. Basílio Baranoff e tantos
outros que através de suas ações contribuíram e contribuem efetivamente para o
desenvolvimento e educação de nosso povo e consequentemente da espécie humana.
Logo da Equipe. |
Mas voltando as equipes de Espaçomodelismo, trago agora
para você primeiramente a noticia de que, após se associar com a bem sucedida
equipe “ITA Rocket Design” do "ITA - Instituto Tecnológico de Aeronáutica" (já
anunciado no Blog anteriormente), e assim disputar em 2017 como uma única
equipe na "Competição Brasileira Universitária de Foguetes (COBRUF)", a equipe "TOPUS" da Escola de Engenharia da USP São Carlos (EESC-USP), anunciou a meta de
participar também em 2017 da 12ª edição do “Intercollegiate Rocket Engineering
Competition (IREC)”, evento este que é realizado anualmente nos EUA.
Banner do anuncio da participação da equipe no IREC 2017. |
Logo da equipe. |
Outra noticia interessante que trago para você leitor é
que a Escola de Engenharia da Universidade Presbiteriana Mackenzie (EE-UPM)
criou também (creio eu que em meados do segundo semestre do ano passado) uma
equipe de Espaçomodelismo denominada de “Mack One Rocket Design”, equipe esta
que já vem trabalhando num projeto de foguete chamado de “VSR Millenium”,
foguete este que, inclusive já teve um protótipo (creio que ainda uma espécie
de maquete) exibido durante a realização do “1ᵒ Mack Inova”, uma feira de ideias e inovações promovida pela UPM nos dias 23 e 24 de novembro do ano
passado.
O protótipo do foguete VSR Millenium sendo exibido durante o "1ᵒ Mack Inova" no ano passado. |
Vale citar leitor que esta equipe de Espaçomodelismo da UPM parecer ser (ate onde eu sei) a terceira equipe surgida
dentro de uma universidade privada no Brasil, já que a primeira foi a equipe "GREAVE" da Universidade Positivo (UP) de Curitiba-PR e a segunda a "MICROGUAPOS" na PUCRS de Porto Alegre. Tomara que não, ou caso sim, que outras
possam surgir através do país, não só nas universidades privadas e públicas, bem como
também nos chamados Institutos Federais. Não eram eles uma das bandeiras do ex-presidente
humorista, o Lula?
Recordo-me, por exemplo, que em 2009 uma equipe
coordenada pelo Prof. Cedric Salloto, do Instituto Federal Fluminense (IFF), do
campus de Campos dos Goytacazes-RJ, chegou a desenvolver um projeto de Foguete Experimental de Sondagem Atmosférica denominado de “AAT/IFFv1”, projeto este
que deu início naquele mesmo ano as atividades do hoje já consolidado “Centro de Referência em Sistemas Embarcados e Aeroespaciais (CRSEA)” do IFF, mas infelizmente
pelo que parece os projetos de foguetes não sofreram continuidade dentro deste
Centro do IFF. Cadê os IFs do Lula???? Vamos lá galera, o PEB também precisa de
técnicos nesta área.
Duda Falcão
Duda, parabéns pela postagem. Grato.
ResponderExcluirOlá Prof. Marchi!
ExcluirNão há o que agradecer professor, estamos aqui para dar a nossa colaboração na divulgação das atividades espaciais de nosso país, enquanto pessoas como o senhor é que fazem as coisas realmente acontecerem. Sucesso sempre.
Duda Falcão
(Blog Brazilian Space)