Padrões Inesperados em Observações Astronômicas Históricas
Prezados amantes das atividade espaciais!
Essa notícia é especialmente voltada para os amantes das ciências espaciais que mantêm a mente aberta e livre de amarras — assim como eu. Afinal, como já foi dito certa vez: "A única coisa que sei é que nada sei."
Vocês se lembram daquela notícia intrigante: “Luzes no céu em uma foto astronômica de 1950 feita pelo Observatório de Palomar têm origem desconhecida. Seriam OVNIs?”, publicada no BS em maio de 2022? Pois bem, ontem a principal pesquisadora por trás desse estudo, a astrofísica sueca Beatriz Villarroel, do Instituto Nórdico de Física Teórica (Nordita), em Estocolmo, publicou uma nova nota sobre o caso em sua página oficial no X (antigo Twitter).
Coincidentemente (ou não), no mesmo dia (20 de outubro), o portal da Universidade de Estocolmo também divulgou uma nota bastante interessante sobre o assunto — e que definitivamente vale a leitura.
Padrões Inesperados em Observações Astronômicas Históricas
Pesquisadores do Nordita, da Universidade de Estocolmo, analisaram flashes de luz em placas astronômicas do início da década de 1950 e encontraram conexões estatísticas entre os momentos desses flashes, testes de armas nucleares e relatos de fenômenos anômalos não identificados (UAP). Os resultados são apresentados em dois estudos publicados nas revistas Scientific Reports e Publications of the Astronomical Society of the Pacific.
Pesquisadores do Nordita, da Universidade de Estocolmo, junto com colegas internacionais da Universidade Vanderbilt, publicaram dois novos estudos que mostram que observações astronômicas históricas contêm padrões inesperados. Os resultados baseiam-se em flashes de luz de curta duração capturados em placas fotográficas do início da década de 1950 dentro do projeto VASCO (Vanishing & Appearing Sources during a Century of Observations). O projeto analisa placas astronômicas digitalizadas para identificar fontes que piscam, desaparecem ou aparecem repentinamente – e, assim, compreender melhor tanto fenômenos naturais quanto inexplicados anteriormente.
“Hoje sabemos que flashes curtos de luz são frequentemente reflexos solares de objetos planos e altamente reflexivos em órbita ao redor da Terra, como satélites e detritos espaciais. Mas as placas fotográficas analisadas no VASCO foram tiradas antes de os humanos colocarem satélites no espaço”, explica Beatriz Villarroel, pesquisadora do Nordita na Universidade de Estocolmo.
O primeiro artigo, publicado na Scientific Reports (do grupo Nature), analisa mais de 106.000 flashes de luz, ou transientes, que se parecem com estrelas aparecendo e desaparecendo durante uma única exposição. O estudo mostra conexões estatísticas entre esses fenômenos, relatos de UAPs e testes atmosféricos de armas nucleares durante a década de 1950. Os flashes tinham 68% mais probabilidade de ocorrer no dia seguinte a um teste nuclear do que em dias sem testes. Além disso, o número de flashes aumentava em média 8,5% para cada relato de UAP. Quando esses relatos e testes nucleares coincidiam, os efeitos eram aditivos, com mais que o dobro de flashes de luz do que em dias sem testes nem relatos.
“A magnitude da associação entre esses flashes de luz e testes nucleares foi surpreendente, assim como o momento muito específico em que eles mais frequentemente ocorriam – ou seja, no dia seguinte a um teste. O que eles podem representar é uma questão muito fascinante que precisa de mais investigação”, afirma Stephen Bruehl, da Universidade Vanderbilt.
O segundo artigo, publicado na Publications of the Astronomical Society of the Pacific (PASP), busca especificamente por sinais de possíveis artefatos extraterrestres em órbita da Terra antes do lançamento do primeiro satélite humano em 1957. Os pesquisadores procuraram, entre outras coisas, casos em que múltiplos flashes de luz estavam alinhados ou dispostos em uma faixa estreita – algo que indica reflexos de objetos planos e reflexivos em movimento. Dois exemplos interessantes foram identificados, um deles ocorrido em 27 de julho de 1952, mesma noite dos notáveis avistamentos de UAP em Washington, D.C.
O mesmo artigo testa um método que a equipe de pesquisa publicou recentemente na revista Monthly Notices of the Royal Astronomical Society (MNRAS): comparar com que frequência os fenômenos ocorrem na sombra da Terra, onde reflexos solares não podem ocorrer. O novo artigo na PASP, que estuda novamente mais de 106.000 transientes vistos no céu estrelado do hemisfério norte, mostra um déficit claro de flashes de luz na sombra da Terra, com um terço a menos, sugerindo que pelo menos um terço dos fenômenos foi causado por reflexos solares de objetos altamente reflexivos em órbitas elevadas.
Durante muito tempo, pontos únicos de luz em placas astronômicas foram descartados como defeitos, mesmo quando pareciam estrelas reais. Os novos estudos mostram que alguns desses fenômenos são, na verdade, objetos reais e exibem padrões que não podem ser explicados por acaso ou por ruído de imagem.
“No meio do que antes era considerado ruído nas placas, parece haver uma população genuína de fenômenos que se correlacionam, entre outras coisas, com testes de armas nucleares ou relatos de UAP, e que estão ausentes na sombra da Terra. Você não obtém esse tipo de reflexo solar de objetos arredondados como asteroides ou grãos de poeira no espaço, que deixam rastros durante uma exposição de 50 minutos, mas sim de algo muito plano, muito reflexivo e que reflete a luz solar com um flash curto”, afirma Beatriz Villarroel.
Os pesquisadores sugerem que os resultados são inesperados e indicam que alguns dos pequenos pontos nas placas podem ser reflexos de objetos físicos em órbita elevada ao redor da Terra.
Estudo na Scientific Reports: https://www.nature.com/articles/s41598-025-21620-3
Estudo na Publications of the Astronomical Society of the Pacific: https://iopscience.iop.org/article/10.1088/1538-3873/ae0afe
Brazilian Space
Brazilian Space
Espaço que inspira, informação que conecta!
%20Beatriz%20Villarroel%20on%20X%20Wonderful%20news.%20%F0%9F%8C%9F%F0%9F%92%AB%E2%9C%A8%20Our%20two%20new%20VASCO%20papers%20are%20now%20peer-reviewed%20accepted%20and%20published%20%E2%80%94%20and%20they%20reveal%20some%20extraordinary%20things%20-%20We%20find%20statistica%5B...%5D.png)

Comentários
Postar um comentário