[Artigo] A Falácia do Satélite 100% Brasileiro
Prezados amantes das atividade espaciais!
Pois então, compatriotas, trago para vocês um instigante artigo/opinião de autoria do Dr. Antônio Machado e Silva, Diretor e Consultor Sênior da AMS Kepler Engenharia, recentemente publicado em sua página no LinkedIn — uma leitura que realmente vale a pena conferir.
O texto aborda um tema de grande relevância e reflexão. Inclusive, ele será uma das pautas da nossa coluna "Espaço Semanal" desta noite (23/10). Fiquem atentos!
A FALÁCIA DO SATÉLITE 100% BRASILEIRO
Por: Dr. Antônio Machado e Silva
Diretor e Consultor Sênior da AMS Kepler Engenharia
Há anos ouço e leio, de diferentes pessoas físicas e jurídicas, públicas e privadas (mais destas últimas do que das primeiras) sobre o lançamento do 1º satélite 100% brasileiro.
Semana passada teve mais um lançamento.
Aliás, muitos já lançaram esse 'primeiro satélite'.
Não entendo esta panaceia em relação a um #satélite 100% brasileiro.
Primeiro, porque não acredito nisso. Segundo, e mais importante, não vejo a menor importância.
Nossa grande Embraer nunca fabricou, e nem pretende fabricar, um avião nem perto de ser 100% nacional.
E ela é, nada mais, nada menos, a 3ª maior empresa de aviação do mundo.
Por outro lado, não temos nenhuma empresa fabricante de satélites que seja relevante no cenário global e ficamos bradando sobre satélites 100% brasileiros.
Perseguir isso é contraproducente. Existem vários subsistemas, que podem ser comprados de países de diferentes eixos geopolíticos (o que é muito bom), e que, por vários motivos, inclusive escala de fabricação, não conseguiremos fabricar com custos competitivos. Outros não terão a qualidade dos importados.
Quando alguém fala em satélite 100% nacional, parou para pensar que o chip do computador de bordo não é brasileiro
Ou seja, mesmo quando o produto é 'brasileiro', ele não é 100% 'brasileiro'.
Mais importante que fabricar sensores de estrela e de #GPS (hoje são 'commodities' espaciais) é deter o conhecimento e a capacidade de desenvolver sistemas de controle de atitude e órbita (#AOCS) de excelência.
Antes de fabricar computadores de bordo (#OBC) de alto desempenho, com chip de #IA, temos que saber usá-los para diferentes aplicações, tornando os satélites mais eficientes.
Além disso, não vejo diferença entre comprar de uma subsidiária brasileira e importar diretamente de uma empresa não estabelecida no Brasil. Mas no primeiro caso, o produto é 'nacional' e no segundo, não.
Estamos muito atrasados no cenário global de #fabricaçãodesatélites.
Vamos focar em desenvolvermos produtos competitivos, de qualidade, para suprir nosso mercado e que possam atender parte do mercado internacional.
Se para melhorar precisarmos incluir componentes importados, não sejamos chauvinistas.
Atualmente, até a 'pátria de chuteiras', a seleção canarinho, não é mais 100% brasileira. Seria muito bom se, além do muito bem-vindo italiano Carlo Ancelotti, pudéssemos importar o espanhol Lamine Yamal.
Brazilian Space
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