Revista Sociedade Militar Publica Matéria Sobre o Projeto RATO/14-X Sem Apresentar Qualquer Novidade

Prezados amantes das atividade espaciais!
 
No dia 17 de outubro, o portal da Revista Sociedade Militar publicou uma matéria sobre o Projeto RATO/14-X, tema já amplamente debatido no BS (veja a matéria íntegra abaixo). Na prática, a reportagem não trouxe nenhuma novidade aos leitores do BS e, de forma bastante conveniente, deixou de mencionar a nefasta interferência do sucateado Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) neste projeto, conduzido pela MACJEE/CLC Consultoria para atender a uma demanda do Instituto de Estudos Avançados (IEAv): desenvolver um foguete acelerador hipersônico capaz de testar em voo atmosférico os experimentos do Projeto 14X — que, vale lembrar, nada tem a ver com o IAE.
 
Para contextualizar, a participação do IAE seria apenas logística — fornecer a Usina Coronel Abner para o carregamento e teste do motor, além de disponibilizar um centro de lançamento para o voo. No entanto, valendo-se de um forte lobby e do fato de que as empresas envolvidas não possuíam infraestrutura própria para testes e lançamentos, o IAE chantageou as empresas, condicionando esse apoio logístico à inclusão, no escopo do projeto, do desenvolvimento de uma Tubeira Móvel destinada ao foguete VS-50, projeto do próprio IAE em parceria com o DLR (Alemanha), que se arrasta há mais de uma década — e sem resultados concretos — devido à conhecida incompetência crônica desse instituto.
 
Importante destacar que o Projeto RATO, em sua proposta original submetida ao edital da FINEP, não previa o desenvolvimento de uma Tubeira Móvel, simplesmente porque não havia necessidade alguma desse dispositivo para os voos atmosféricos planejados no âmbito do Projeto 14X. Mas, como de costume, os “cabeças de ovo” do IAE conseguiram transformar mais uma boa iniciativa em um emaranhado de burocracia e retrocesso. Além de não entregarem nada, ainda atrapalham quem realmente tenta mudar o rumo das coisas.
 
Para os entusiastas das atividades espaciais, vale observar: essa situação só se concretizou porque as empresas envolvidas acabaram cedendo, aceitando uma condição absurda. Pessoalmente, jamais aceitaria algo semelhante — ainda que tivesse de desistir do projeto e devolver os recursos recebidos. Afinal, nem a MACJEE nem a CLC Consultoria dependem do Projeto RATO para sobreviver. Ambas são plenamente autossuficientes e possuem mercados sólidos, no Brasil e no exterior, sustentados por sua competência técnica já reconhecida internacionalmente.
 
Mas então Duda porquê cederam?
 
Boa pergunta. Talvez pela oportunidade de desenvolver tecnologias inéditas com recursos externos. Talvez por receio de represálias em futuros contratos com o governo. Talvez por patriotismo — ou por um pouco de tudo isso. Difícil saber.
 
Porém amantes do espaço ficam as perguntas:
 
Vale a pena vender a alma ao diabo?
 
Vale a pena abrir esse precedente? Afinal, onde passa um boi, passa uma boiada.
 
Fica a reflexão.
 
Força Aérea Brasileira Promete Revolucionar a Defesa Nacional: Projeto Audacioso Coloca o País na Elite da Tecnologia Hipersônica
 
Conheça o projeto de foguete hipersônico da FAB que pode atingir seis vezes a velocidade do som com tecnologia para colocar o Brasil entre as potências aeroespaciais do futuro
 
Credito: Portal da Revista Militar
Conheça o projeto de foguete hipersônico da FAB que pode atingir seis vezes a velocidade do som com tecnologia para colocar o Brasil entre as potências aeroespaciais do futuro.

O Brasil está acelerando forte na corrida tecnológica mundial com um foguete hipersônico que promete atingir até seis vezes a velocidade do som. Batizado de 14-X, o projeto é desenvolvido pela Força Aérea Brasileira (FAB) e marca um salto histórico rumo à autonomia científica e à defesa nacional. A iniciativa ganhou destaque na Revista Foguetes Brasileiros e vem chamando atenção por unir pesquisa, inovação e estratégia militar num só programa.
 
Com testes realizados no Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, o 14-X da FAB é um experimento e um símbolo do novo ciclo de neoindustrialização e da aposta brasileira em tecnologias críticas. O plano é ousado, colocar o país entre as potências dominantes na era hipersônica.
 
Um Foguete Com Nome de “Herança” e Tecnologia Nacional
 
A escolha do nome 14-X rende uma homenagem clara ao 14-Bis de Santos Dumont, mas, aqui, o salto é pesado. O 14-X faz parte do Programa de Propulsão Hipersônica, também conhecido pelo nome PropHiper, conduzido pelo Instituto de Estudos Avançados (IEAv) sob o guarda-chuva do DCTA da FAB.
 
A meta é clara: desenvolver tecnologia nacional de ponta em propulsão hipersônica, reduzindo nossa dependência externa e fortalecendo os elos entre ciência, indústria e defesa.
 
 
Quatro Etapas Para Testar o Conjunto de Sistemas Críticos
 
Para dar conta da complexidade, o 14-X foi dividido em quatro grandes missões:
 
* 14-XS: voo balístico de demonstração da combustão supersônica. (Voo já realizado durante a Operação Cruzeiro)
 
* 14-XSP: voo balístico com propulsão aspirada em velocidade hipersônica.
 
* 14-XW: demonstração de voo planado, sem propulsão, com sistemas de controle em condições hipersônicas.
 
* 14-XWP: voo autônomo com propulsão hipersônica aspirada ativa, com manobras e controle completo.
 
Cada fase testa um conjunto de sistemas críticos: dos componentes de combustão aos sistemas de guiamento, navegação e controle (GNC).
 
O Motor Scramjet: Íntimo da Velocidade
 
Diferentemente de um motor a jato convencional, o scramjet não usa peças móveis como turbinas ou compressores. O ar que entra é comprimido pela própria velocidade e geometria do veículo. A combustão ocorre em regime supersônico, daí o nome supersonic combustion ramjet, e exige velocidades já elevadas para funcionar.
 
Isso significa que o 14-X da FAB precisa de um impulso inicial, normalmente um foguete, para ativar o scramjet. Uma vez ligado, ele aproveita o oxigênio ambiente para queimar hidrogênio, eliminando a necessidade de levar oxidante.
 
Operação Cruzeiro: Teste Que Marcou a Força Aérea Brasileira
 
Em 14 de dezembro de 2021, a Força Aérea Brasileira realizou o primeiro voo-teste do motor scramjet na chamada Operação Cruzeiro. O disparo partiu do Centro de Lançamento de Alcântara (CLA), no Maranhão, usando um foguete VSB-30 como lançador.
 
Nesse teste, o 14-X foi levado até cerca de 30 km de altitude e acelerado até Mach 6, seis vezes a velocidade do som, ainda na atmosfera. Isso já classifica o sistema como hipersônico, pois supera o limite de Mach 5. O voo alcançou 160 km de apogeu suborbital e percorreu cerca de 200 km antes de cair no oceano.
 
Novos Times, Novo Vetor: o RATO-14X
 
Agora, o foco se expande: não basta o motor, é preciso um lançador. Surge o RATO-14X (Rocket Assisted Take-Off), um foguete de decolagem que impulsionará o 14-X até ~30 km, onde o scramjet assume o controle.
 
Esse lançador deve ter cerca de 14 metros e 15 toneladas, capaz de alcançar velocidades acima de Mach 8, chegando a Mach 10, segundo estimativas. A Mac Jee lidera o desenvolvimento em parceria com a FAB, o IEAv e a FINEP, com o primeiro voo de teste previsto para 2027.
 
Por Que Isso Importa Para a Defesa Nacional?
 
A tecnologia hipersônica é estratégica. Rússia e China já dominam o segmento, com mísseis que mudam de trajetória e desafiam sistemas antiaéreos.
 
O Brasil entra na corrida buscando autonomia tecnológica, priorizando o motor e o vetor de lançamento, sem foco imediato em armamento. Além disso, o 14-X pode revolucionar o acesso ao espaço, lançando satélites e viabilizando voos suborbitais com custo menor.
 
Desafios Gigantescos à Frente
 
Projetar e operar um scramjet é um desafio de engenharia. O veículo precisa resistir a temperaturas extremas e forças aerodinâmicas violentas.
 
O projeto recebeu da FINEP um investimento recorde de R$ 93 milhões, uma marca histórica para a área de defesa.
 
Mas os prazos são apertados: o foguete RATO-14X precisa voar até 2027, exigindo trabalho intenso de integração entre institutos e empresas.
 
Horizonte 2030: Visão Brasileira no Céu
 
Se tudo correr dentro do cronograma, o 14-X e o RATO-14X abrirão caminho para uma nova geração de veículos hipersônicos brasileiros, controláveis, manobráveis e com múltiplos usos, da defesa à exploração espacial.
 
A FAB e o DCTA seguem firmes, mirando 2030 como marco da consolidação do programa. O futuro da propulsão hipersônica no Brasil já está em movimento , e o 14-X é a chama que o impulsiona.
 
Brazilian Space
 
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