Amostras Lunares da Missão Chinesa Chang’e-6 Revelaram Novas Vias Para o Movimento de Materiais no Sistema Solar
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Credito: Space Daily
No dia 23 de outubro, o portal Space Daily noticiou que um novo estudo conduzido por pesquisadores do Instituto de Geoquímica de Guangzhou, da Academia Chinesa de Ciências, revelou — a partir da análise de amostras lunares coletadas pela Missão Chang’e-6 — novas possibilidades para o entendimento dos processos de movimentação de materiais dentro do nosso sistema solar.
Pois então, segundo a nota do portal, meteoritos são ferramentas fundamentais para investigar a formação e a evolução dos planetas, mas a maioria deles se perde devido a processos atmosféricos e geológicos na Terra. Condritos carbonáceos do tipo Ivuna (CI) são particularmente raros, representando menos de um por cento dos meteoritos encontrados em solo terrestre. A Lua, com sua atmosfera mínima e baixa atividade geológica, oferece um ambiente único para a preservação desses meteoritos.
Uma equipe de pesquisa liderada pelos professores XU Yigang e LIN Mang, do Instituto de Geoquímica de Guangzhou, da Academia Chinesa de Ciências, identificou sete fragmentos contendo olivina em duas gramas de regolito lunar trazidas pela missão Chang’e-6. As descobertas, publicadas em 20 de outubro na revista Proceedings of the National Academy of Sciences, confirmam que esses fragmentos são remanescências de condritos semelhantes aos CI, cristalizados rapidamente a partir de gotículas de material fundido formadas pelo impacto desses condritos sobre a superfície lunar. O trabalho introduz uma abordagem integrada para detectar materiais meteóricos em amostras extraterrestres.
Os corpos parentais dos condritos CI se formaram originalmente na região externa do sistema solar e migraram para o interior enquanto os planetas estavam sendo formados. Essa descoberta fornece evidências de que esses materiais chegaram ao sistema Terra–Lua. Avaliações estatísticas sugerem que a Lua contém uma proporção muito maior de condritos CI do que a registrada nos arquivos de meteoritos da Terra, indicando que sua contribuição tem sido significativamente subestimada.
Como os condritos CI contêm abundante água e matéria orgânica, o estudo também tem implicações importantes para a compreensão da origem da água lunar. Os pesquisadores propõem que a água com assinaturas positivas de δ¹⁸O e Δ¹⁷O anteriormente encontradas em amostras lunares provavelmente se originam de impactos de condritos CI.
Esses resultados redefinem nossa compreensão do movimento de materiais no sistema solar e abrem novos caminhos para o estudo dos recursos hídricos lunares e de sua origem.
Relatório de pesquisa: Impactor relics of CI-like chondrites in Chang'e-6 lunar samples
Brazilian Space
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