Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) Finaliza Módulo Dianteiro do Veículo VS-50
Prezados amantes das atividades espaciais!
Houve um tempo — hoje cada vez mais distante — em que notícias como a publicada em 16/10 no portal da outrora gloriosa Força Aérea Brasileira (FAB) ou no atualmente sucateado Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE) ainda me despertavam algum entusiasmo.
No entanto, é preciso encarar a realidade: o VLM-1 (Veículo Lançador de Microssatélites - 1) é um projeto morto. Ainda que um dia venha a realizar um voo de qualificação, dificilmente passará disso. Trata-se de uma iniciativa baseada em um projeto antigo, tecnologicamente defasado e sem qualquer viabilidade comercial real, especialmente diante dos avanços globais na área aeroespacial. Basta lembrar o caso do Ariane 6 europeu, tornado obsoleto antes mesmo de seu primeiro lançamento — um indicativo claro da velocidade com que esse setor evolui.
A meu ver, a FAB perdeu o Bonde da História há muito tempo e o Brasil deveria encerrar de vez o Projeto VLM e concentrar seus esforços no único projeto com alguma chance concreta de sucesso no campo dos veículos lançadores orbitais: o MLBR. Paralelamente, a FAB deveria focar seus recursos no desenvolvimento do VS-50, um foguete de sondagem que, se transferido corretamente à indústria, poderia de fato se tornar uma ferramenta útil para o país.
Entretanto Infelizmente, o que se observa é uma resistência por parte dos "Cabeças de Ovo" desta instituição militar — em abrir mão de projetos ultrapassados. Pior ainda, existe um movimento interno para sabotar iniciativas que realmente poderiam levar o Brasil ao espaço de forma competitiva e autônoma. Mas enfim... Segue abaixo, na íntegra, a notícia em questão.
Instituto de Aeronáutica e Espaço Finaliza Módulo Dianteiro do Veículo VS-50
Conclusão da etapa é mais um marco importante na evolução do Projeto VLM-1
Fotos: AEL
O Instituto de Aeronáutica e Espaço (IAE), sediado em São José dos Campos (SP), subordinado ao Departamento de Ciência e Tecnologia (DCTA), finalizou em setembro, por meio da Divisão de Eletrônica (AEL), a preparação do Forward Module (FM), módulo dianteiro do Veículo VS-50, para ser enviado ao Centro Aeroespacial Alemão (DLR), ainda neste ano. No DLR, o módulo passará por etapas de integração e testes dos sistemas eletrônicos.
O Forward Module é composto por subsistemas desenvolvidos tanto pelo IAE quanto pelo DLR. Entre os subsistemas sob responsabilidade do IAE, destacam-se a estrutura do módulo, o Sistema de Separação do Primeiro Estágio, o Sistema de Ignição do Primeiro Estágio e o Sistema de Terminação de Voo (STV).
O IAE concluiu as atividades de preparação do módulo, com a finalização pela AEL, da fabricação e dos testes da parte eletrônica sob sua responsabilidade. Foram produzidas cablagens específicas para garantir a segurança elétrica do sistema de ignição do primeiro estágio, incluindo o módulo de Segurança da Linha de Fogo (MSLF), além das cablagens de controle dos Dispositivos Mecânicos de Segurança (DMS) de ignição e de terminação de voo.
Na Alemanha, após a integração dos sistemas eletrônicos do DLR, o FM será submetido a ensaios funcionais e de aceitação, seguidos pelos ensaios ambientais, realizados em conjunto com os demais módulos e subsistemas do VS-50. Concluída essa etapa, o módulo retornará ao Brasil para ser utilizado na Operação de Lançamento.
“A conclusão dessa etapa simboliza o esforço conjunto de diversas equipes do Instituto envolvidas desde as fases iniciais de levantamento de requisitos, com o DLR e a concepção do sistema, passando pelo design, fabricação e testes. Trata-se de mais um marco importante na evolução do Projeto VLM-1, que avança com a preparação do VS-50 para seu primeiro voo”, ressalta o Chefe da AEL, Major Engenheiro Rafael Fernando Heitkoetter.
VS-50 e VLM-1
O VS-50 é um veículo suborbital projetado para transportar cargas úteis de até 500 kg, possibilitando a realização de ensaios em microgravidade e experimentos hipersônicos. Ele está sendo desenvolvido no âmbito do projeto do VLM-1, utilizando como propulsores os motores S50 e S44 — além da maior parte dos sistemas que futuramente equiparão o VLM-1. Dessa forma, o VS-50 servirá como uma plataforma de ensaio para validar tecnologias e procedimentos antes da operação do veículo orbital.
Tanto o VS-50 quanto o VLM-1 fazem parte de um programa de acesso ao espaço desenvolvido em parceria entre Brasil e Alemanha. Essa cooperação foi formalizada em 2011, por meio de um protocolo de intenções assinado pelas agências espaciais dos dois países e pelo DCTA. Em 2014, o projeto avançou da fase de pesquisa para a de desenvolvimento, com a definição das responsabilidades de cada parceiro. Ao Brasil coube o desenvolvimento dos sistemas propulsivos S50 e S44, do sistema de navegação reserva, da infraestrutura de lançamento e segurança de voo, além da gestão da documentação técnica. Já ao DLR coube a responsabilidade pelo desenvolvimento e qualificação dos demais subsistemas dos veículos.
Brazilian Space
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Saudações Duda, Prof. Rui Botelho. Apesar de minha dificuldade em acreditar em cronogramas da FAB. Dificilmente algo levado a sério. Com toda aquela situação de falta de orçamento, cortes orçamentários. Essa notícia parece-me ser positiva. Primeiro: a transferência do projeto para a MacJee está sendo bem sucedido. Segundo: Se o projeto está em andamento de fato, saiu da mera especulação, a MacJee já deve ter capacidade de fazer o carregamento dos motores. Terceiro ponto: diante do cenário de incertezas geopolíticas o país precisa acelerar o projeto RATO. NÃO se faz faz mísseis hipersônicos sem motores-foguete. Espero não estar pensando em muita bobagem rsrs
ResponderExcluirOlá Paulo!
ExcluirAté onde sabemos o Projeto do S-50/VS-50/VLM-1 não foi transferido para a MAC JEE.. Não confunda o Projeto RATO com esse projeto. O Projeto acima em questão é fruto de uma parceria entre o IAE com o DLR alemão. Já o Projeto RATO é fruto de um edital da FINEP criado pela mesma para atender a necessidade do Instituto de Estudos Avançados (IEAv) de ter um foguete acelerador hipersônico para o voo do seu segundo experimento do Projeto do Veículo Hipersônico 14-X, entende? O que está acontecendo é que o IAE, que não tem nada haver com essa história, está tentando chantagear para colher algum fruto tecnológico do Projeto da MACJEE/IEAv que possa ser utilizado no projeto deles. Para tanto, estão pressionando para que a MACJEE adote entre outras coisas uma 'tubeira móvel' em troca de apoio logístico no carregamento, o que é um tremendo absurdo, já que para a função que ele foi projetado, (ou seja, um voo atmosférico) não há necessidade nenhuma de uma tubeira móvel. Realmente a MACJEE parece está desenvolvendo uma planta de propelente e carregamento, entretanto além, dessa planta demorar para ficar pronta, eles ainda dependerão da Usina Coronel Abner que pertence ao IAE, para o testar o motor-foguete em banco de provas, entende? Diante desta situação, talvez a MAC JEE/IEAv, para cumprir o contrato do Edital, terão que vender a alma ao bandido, infelizmente. Infelizmente.