Experimento Com Plantas da Rede Space Farming Brazil Que Foi ao Espaço em Abril deste Ano, Foi Apresentado no IAC em Sidney

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No dia 3 de outubro, o portal da Piada Espacial Brasileira (AEB) divulgou que o experimento com plantas desenvolvido pela Rede Space Farming Brazil — e lançado a bordo da Missão Suborbital New Shepard-31, da empresa estadunidense Blue Origin, em abril deste ano — foi apresentado durante o 76º Congresso Internacional de Astronáutica (IAC 2025), realizado em Sidney, na Austrália.
 
Comitiva brasileira com a engenheira aeroespacial e astronauta da Blue Origin, Aisha Bowe.

Durante a apresentação, os pesquisadores detalharam todas as etapas do experimento: desde o rigoroso preparo dos materiais para o voo, passando pelo transporte na cápsula suborbital, até as análises realizadas no pós-voo.
 
Conforme relatado pela nota do portal, nesta quarta-feira (1º), durante o IAC 2025, foi oficialmente apresentada a pesquisa com plantas de batata-doce e sementes de grão-de-bico da Embrapa, conduzida na missão suborbital a bordo do New Shepard-31.
 
Lançamento e retorno (pouso) da Missão Suborbital New Shepard-31 - 14/05/2025.
 
Intitulada “Experimentos com Batata-doce (Ipomoea batatas) e Grão-de-bico (Cicer arietinum) no voo suborbital NS-31”, a pesquisa marca uma colaboração inédita entre a engenheira aeroespacial e astronauta da Blue Origin, Aisha Bowe, cientistas do Brasil e dos Estados Unidos, a Embrapa e a própria AEB.
 
O experimento faz parte das iniciativas da Rede Space Farming Brazil e investiga como a microgravidade e a radiação espacial afetam culturas agrícolas essenciais para a sustentação da vida humana no espaço. A pesquisa se apoia em estudos anteriores da NASA com a planta modelo Arabidopsis thaliana, cujos dados genéticos foram arquivados no GeneLab da Agência, e que ajudaram a identificar genes conservados que respondem à microgravidade.
 
Para Rodrigo Leonardi, Diretor de Gestão de Portfólio da AEB, a missão demonstra o papel fundamental da colaboração entre nações e setores na era da exploração espacial. “A cooperação internacional é a espinha dorsal da exploração espacial. A parceria com instituições dos Estados Unidos e com o setor de voos espaciais comerciais permitiu que o Brasil contribuísse para uma ciência de alto impacto e relevância global”, afirmou.
 
O documento técnico apresentado no congresso descreve em detalhes o processo de preparo das amostras para o voo, realizado sob protocolos rigorosos para evitar qualquer tipo de contaminação ou perda. Além disso, foram descritas as metodologias que serão utilizadas nas análises pós-voo, com o objetivo de avaliar as respostas das plantas à microgravidade e à radiação espacial.
 
No caso da batata-doce, os pesquisadores investigam se seis genes relacionados à resposta ao estresse apresentam comportamentos semelhantes aos observados em outras espécies estudadas anteriormente. Esse tipo de análise ajuda a entender se culturas alimentares essenciais podem se adaptar às condições extremas do ambiente espacial.
 
Paralelamente, as sementes de grão-de-bico foram expostas à radiação espacial, cuja intensidade será medida por um dosímetro do Instituto de Estudos Avançados (IEAv), também embarcado na missão. As sementes serão analisadas quanto à exposição à radiação, taxas de germinação e estabilidade genética.
 
Da esquerda para a direta: Aisha Bowe, Rodrigo Leonardi e Jennifer Lopez.

A engenheira aeroespacial Aisha Bowe, astronauta da Blue Origin no voo NS-31, ressaltou o impacto da missão no avanço da pesquisa espacial colaborativa. “Esta missão mostra como astronautas comerciais podem trabalhar lado a lado com universidades, empresas e agências espaciais governamentais para alcançar descobertas inovadoras para o futuro da humanidade no espaço”, declarou.
 
Além dos avanços científicos, o projeto também proporcionou uma oportunidade valiosa para estudantes da Winston-Salem State University (WSSU), uma HBCU (Historically Black College and University). Enquanto a maioria dos estudantes aprende sobre biologia espacial apenas na teoria, esses alunos tiveram a chance única de participar de um experimento real lançado ao espaço.
 
“Este experimento proporcionou aos nossos estudantes uma experiência prática em biologia espacial de ponta, mostrando como o trabalho deles pode contribuir diretamente para o futuro da humanidade além da Terra”, afirmou o Dr. Rafael Loureiro, responsável pela montagem da carga útil e pela preparação e análise das amostras antes e depois do voo.
 
A missão foi viabilizada por uma ampla coalizão de parceiros dos setores industrial, acadêmico e governamental. A Agência Espacial Brasileira (AEB) e a Embrapa forneceram liderança científica e coordenação internacional; a empresa STEMBoard liderou a participação da astronauta e a logística da missão; a Winston-Salem State University coordenou as pesquisas estudantis e a análise das amostras; e a Odyssey Space ficou encarregada da integração do voo espacial, definição da estratégia experimental e desenvolvimento da carga útil.
 
Brazilian Space
 
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