Empresa dos EUA Revela Escudo Composto Para Proteger Satélites Contra Detritos Hipersônicos
Caros amantes das atividades espaciais!
No dia de ontem (27/10), o portal Interesting Engineering divulgou que uma empresa norte-americana apresentou um novo escudo composto desenvolvido para proteger satélites contra detritos hipersônicos, pois à medida que o número de lançamentos de satélites aumenta, novos compostos de proteção podem ajudar a salvaguardar a infraestrutura espacial do futuro.
Crédito: Armor-6/YT
De acordo com a nota do portal, com a quantidade de detritos orbitais em constante crescimento, uma fabricante norte-americana de materiais apresentou uma nova solução de blindagem que promete proteger satélites e astronautas contra impactos em hipervelocidade, ao mesmo tempo em que reduz o risco de gerar ainda mais detritos em órbita.
A Atomic-6, sediada em Marietta, Geórgia, lançou os azulejos Space Armor, painéis compostos projetados para suportar colisões com objetos de alta velocidade na órbita baixa da Terra (LEO).
Segundo a empresa, a tecnologia é mais leve, mais fina e mais eficaz do que os sistemas de blindagem tradicionais, além de permitir comunicações ininterruptas graças a materiais permeáveis a radiofrequência (RF).
A Crescente Ameaça dos Detritos Orbitais
O perigo do lixo espacial aumentou nos últimos anos, à medida que mais espaçonaves entram em órbita e satélites antigos se desintegram. Uma estimativa de 2024 do Instituto das Nações Unidas para Meio Ambiente e Segurança Humana sugere que mais de 130 milhões de fragmentos de detritos orbitam a Terra — pequenos demais para serem rastreados, mas grandes o suficiente para causar sérios danos.
Tanto os detritos quanto as espaçonaves em LEO podem viajar em velocidades hipersônicas, o que significa que até um fragmento do tamanho de uma lasca de tinta, ao atingir um satélite de frente, pode perfurar tanques de combustível, atravessar estruturas ou comprometer baterias e sistemas de suporte à vida.
Com projeções de mais de 100.000 novas espaçonaves sendo lançadas até 2030 — em comparação com cerca de 10.000 atualmente em órbita — as agências vêm desenvolvendo maneiras de limitar o crescimento de detritos, melhorar protocolos de desativação e reforçar recursos de proteção. Sistemas de blindagem capazes de evitar impactos catastróficos continuam sendo parte essencial dessa estratégia.
O Escudo Whipple, desenvolvido pela primeira vez na década de 1940 e usado nas espaçonaves Apollo, é hoje a solução de proteção mais comum. Ele consiste em múltiplas camadas de alumínio com espaços de ar ou espuma entre elas para dissipar a energia cinética.
Embora eficazes, os escudos Whipple são pesados, caros e tendem a fragmentar-se com o impacto, ironicamente adicionando mais detritos ao ambiente que deveriam proteger.
Além disso, sua estrutura metálica pode atuar como uma gaiola de Faraday, limitando a penetração de sinais de rádio.
Armadura de Polímero Projetada Para Minimizar Danos Secundários
De acordo com um comunicado de imprensa recente, a Atomic-6 afirma que os azulejos Space Armor resolvem muitos desses problemas. Os painéis são feitos de um compósito polimérico proprietário com uma proporção de fibra e resina não divulgada. Eles são autoadesivos e geralmente fabricados em blocos de 30 cm x 30 cm, com 2,5 cm (1 polegada) de espessura, embora tamanhos maiores, de até um metro, também sejam possíveis.
A empresa afirma que a blindagem pode suportar impactos acima de 7 km/s (4,34 milhas por segundo) — o equivalente a cerca de 16.000 milhas por hora (25.700 km/h) — produzindo mínimos detritos secundários.
A Atomic-6 desenvolveu duas versões: Um modelo mais leve, projetado para proteger contra detritos não rastreáveis de até 3 mm, cobrindo mais de 90% das ameaças de partículas em LEO; E uma versão mais robusta, capaz de resistir a impactos de objetos de até 12,5 mm, considerada adequada para proteger habitats espaciais tripulados.
Um dos maiores diferenciais de engenharia é a transparência a radiofrequência. Como o compósito não bloqueia sinais de RF, ele pode ser instalado diretamente sobre antenas e outros equipamentos críticos de comunicação. “Você não precisa mais sacrificar as comunicações para proteger sua espaçonave”, disse Trevor Smith, CEO da Atomic-6, no comunicado. “Esse pequeno bloco composto preserva funções críticas de missão, protegendo, assim, espaçonaves, estações espaciais e pessoas em órbita contra ameaças cada vez mais prevalentes — e invisíveis.”
Brazilian Space
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