Os Nanossatélites da Empresa Argentina "Satellogic" Forneceram Imagens-Chave de Instalações Nucleares no Irã
Prezados leitores e leitoras do BS!
Compartilho com vocês uma matéria bastante curiosa. Embora não seja recente — publicada em 23 de junho deste ano pelo portal Infobae.com —, ela chegou até nós apenas ontem (18/08), enviada por nosso amigo e colaborador argentino Martín Marteletti, a quem agradecemos desde já.
Segundo a reportagem, nanosatélites da empresa argentina Satellogic capturaram imagens de altíssima resolução das instalações nucleares no Irã, registrando movimentações e danos antes e depois dos bombardeios realizados pelos Estados Unidos em zonas estratégicas do território iraniano. As imagens fornecidas foram consideradas cruciais para a análise do cenário.
Enquanto isso, no Brasil, seguimos assistindo ao avanço das forças do atraso, que continuam disseminando falácias e narrativas enganosas para Sociedade Brasileira. Projetos são apresentados como grandes iniciativas de inovação, mas, na prática, servem apenas para maquiar a estagnação e impedir o verdadeiro progresso científico e tecnológico do país. Perdemos tempo precioso enquanto o mundo avança com desenvolvimentos concretos e transformadores.
Fonte: @Satellogic
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| As observações por imagens da Satellogic mostram o antes e o depois do ataque dos EUA à usina nuclear de Natanz. |
Os nanossatélites da empresa argentina Satellogic tornaram-se uma ferramenta fundamental para a obtenção de imagens de alta resolução da região onde estão localizadas várias instalações nucleares no Irã.
Desde sua base em Barcelona, o engenheiro argentino Gerardo Richarte, cofundador da Satellogic, concedeu uma entrevista à Radio Jai, na qual explicou como os satélites da sua empresa fornecem imagens cruciais para estratégias militares em cenários sensíveis como Irã e Ucrânia.
Fonte: cortesia da Radio Jai
Satélites argentinos da Satellogic fornecem imagens cruciais sobre o Irã. Entrevista da Radio Jai com o engenheiro Gerardo Richarte.
“Nós projetamos, fabricamos, lançamos e operamos satélites que tiram imagens da Terra”, explicou Richarte.
A Satellogic já lançou mais de 50 nanossatélites e mantém uma constelação ativa de cerca de 20 dispositivos em órbita baixa, entre 400 e 500 km de altitude. Esse sistema permite obter imagens de um mesmo ponto do planeta de três a quatro vezes por dia, o que facilita o monitoramento de mudanças sutis ou repentinas no terreno.
O Caso Fordow e o Monitoramento Sobre o Irã
Um dos exemplos recentes do uso estratégico dessas imagens foi a divulgação de uma sequência capturada pela Satellogic sobre os centros nucleares iranianos de Natanz e Fordow após o bombardeio dos Estados Unidos.
Fonte: Infobae
“O que publicamos (na rede social X) foi uma imagem do antes e do depois. Dá para ver claramente alguns buraquinhos... como se alguém tivesse remexido a terra com as mãos”, descreveu Richarte.
Segundo ele, essas marcas seriam compatíveis com pontos de impacto de mísseis lançados por bombardeiros.
Esse tipo de imagem permite detectar mudanças como movimentação de veículos, abertura de caminhos ou alterações na infraestrutura. “Dá para ver se há atividade, se tem um caminhão, se desapareceu, se uma estrada foi usada recentemente, se surgiu um novo caminho. Esse tipo de coisa dá pra ver”, afirmou.
Além disso, os satélites da empresa conseguem fazer pequenos vídeos durante o dia, que ajudam analistas a inferir movimentos logísticos.
Atualmente, a resolução das imagens gira em torno de 60 centímetros por pixel, o que é suficiente para detectar veículos, alterações estruturais ou presença humana. “Um carro aparece como dois ou três pixels”, exemplificou.
O diferencial da Satellogic está no desenvolvimento de nanossatélites leves e econômicos, sem abrir mão da qualidade. “Nosso objetivo sempre foi fazer satélites pequenos, de baixo custo, mas de excelente qualidade”, explicou Richarte. A estratégia de miniaturização permite reduzir o custo de lançamento — que é calculado pelo peso — e tornar o monitoramento espacial mais acessível para países sem grandes orçamentos aeroespaciais.
Fonte: Satellogic
A empresa, fundada há 15 anos, já começou a vender satélites completos e até fábricas “chave na mão” para nações que buscam desenvolver sua própria indústria satelital. “Temos países que compram nossos satélites. Começamos a vender satélites e fábricas de satélites para países que querem iniciar sua indústria espacial”, acrescentou.
Os Nanossatélites Como Ferramenta Tecnológica de Defesa
As imagens geradas pela Satellogic são adquiridas por diversos setores, que vão da agricultura à defesa. “Temos diferentes tipos de clientes civis, governos e também da área de defesa. Historicamente, defesa é o setor que mais investe em imagens de satélite”, reconheceu Richarte.
Além disso, seus serviços são utilizados em indústrias como petróleo e gás, seguros, resposta a emergências, detecção de inundações e até comunicação social. “Colaboramos com alguns clientes da imprensa, jornais e veículos que compram imagens nossas para reportagens”, apontou.
Em um caso chamativo, a empresa contribuiu com imagens que permitiram detectar um submarino oculto na Amazônia. “Do alto, é possível ver tudo. Encontraram um submarino que transportava drogas”, relatou.
Fonte: MAXAR TECHNOLOGIES/Distribuída via REUTERS
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| Uma vista de satélite mostra uma visão geral do complexo subterrâneo de Fordow, após os Estados Unidos atacarem a instalação nuclear subterrânea, perto de Qom, no Irã, em 22 de junho de 2025. |
Coordenação Orbital e Riscos no Espaço
Sobre o crescente tráfego de satélites, Richarte explicou que, embora não existam regulações rígidas, há uma coordenação ativa entre os operadores: “Nós recebemos muitos avisos quando um satélite está prestes a passar muito perto de outro. Calcula-se a probabilidade de colisão e, se for o caso, eles se movem: um para cima, outro para baixo”.
Uma das apostas futuras da Satellogic é o processamento de dados a bordo, por meio de algoritmos de inteligência artificial, com o objetivo de obter resultados mais rápidos. “Tanta informação só pode ser analisada com inteligência artificial, não com os olhos humanos. Estamos desenvolvendo algoritmos para processar as imagens diretamente no próprio satélite”, explicou. “Isso permite obter resultados mais rapidamente, e resultados muito melhores”.
Sobre as limitações para capturar imagens sem luz, Richarte apontou que existem tecnologias complementares: “Já existem satélites com radar que conseguem ver através das nuvens e durante a noite. Eles consomem muita energia e têm resolução menor, mas essa tecnologia existe”.
A Satellogic mantém seu foco em melhorar a frequência e a resolução das imagens ópticas diurnas. “Nosso objetivo sempre foi capturar uma imagem de todo o mundo, todos os dias. Para isso, estamos projetando satélites que captem mais imagens e lançando mais satélites”, afirmou.
Brazilian Space
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