"110% Perfeita!": Starship atinge novo marco em seu 10º voo de teste
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A SpaceX alcançou nesta terça-feira (26) um dos mais importantes marcos no desenvolvimento do seu sistema de transporte espacial Starship/Super Heavy. No décimo voo de teste, realizado a partir da base de lançamentos da empresa em Boca Chica, no sul do Texas, o veículo conseguiu, pela primeira vez alcançar todos os objetivos da missão, colocando em órbita um lote de satélites simulados da constelação Starlink e validando parte do desempenho de seu escudo térmico durante a reentrada na atmosfera terrestre.
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| Nave Starship da SpaceX no Voo 10 pousa no Oceano Índico ao final de seu bem-sucedido voo de teste em 26 de agosto de 2025. (Crédito: SpaceX) |
Segundo o nosso parceiro Roberto Caiafa do canal Master Defesa (é canal novo, se inscrevam), a Starship 10 foi "110% Perfeita" (veja aqu).
O lançamento ocorreu por volta das 19h30 no horário local (20h30 em Brasília), quando o conjunto de 123 metros de altura deixou a plataforma impulsionado pelo colossal propulsor Super Heavy. Após cerca de três minutos de voo, o primeiro estágio cumpriu sua função e liberou a nave Starship a dezenas de quilômetros de altitude, iniciando assim sua jornada autônoma no espaço.
Assista a live do lançamento no canal do Homem do Espaço:
Cerca de meia hora depois de conseguir pousar controladamente o SuperHeavy no mar (em local pré-definido no Golfo do México), foi realizado o primeiro teste do sistema de liberação de carga, apelidado de “dispenser Pez” pela semelhança com os dispensadores de balas. O mecanismo ejetou oito satélites simulados da Starlink, em uma demonstração fundamental para o futuro comercial da SpaceX, que planeja utilizar a Starship como pilar de sua estratégia de lançamentos em massa para constelações orbitais.
O momento mais crítico veio aproximadamente uma hora após a decolagem, durante a reentrada supersônica sobre o Oceano Índico. Nesse trecho, os engenheiros puderam avaliar o desempenho de milhares de painéis hexagonais do novo escudo térmico.
A proteção contra o atrito atmosférico extremo é considerada por Elon Musk como o maior desafio de engenharia para transformar a Starship em um veículo totalmente reutilizável. Diferente das cápsulas convencionais, que demandam substituições a cada voo, a meta é desenvolver um revestimento que suporte múltiplas missões sem grandes reparos, reduzindo drasticamente os custos de operação.
| Decolagem da Nave Starship da SpaceX no Voo 10 em 26 de agosto de 2025. (Crédito: SpaceX) |
O voo se encerrou com uma descida controlada da nave até o Oceano Pacífico, próximo à costa oeste da Austrália. O pouso vertical, guiado pelos motores, terminou com a nave tombando e explodindo em uma grande bola de fogo – evento esperado, provocado pelo sistema de terminação de voo. Desse modo, considerando a sequência de falhas dos voos anteriores o balanço geral foi considerado extremamente positivo: a missão conseguiu avançar em pontos que, até então, haviam emperrado o programa após uma série de falhas precoces em testes anteriores.
O sucesso do teste é um sopro de esperança e uma recarga na confiança da SpaceX em seu modelo de desenvolvimento baseado em repetição e aprendizado com falhas, pois mais do que um triunfo tecnológico, o voo bem sucedido tem implicações diretas em projetos estratégicos. A NASA selecionou a Starship como veículo para levar astronautas ao solo lunar dentro do programa Artemis, enquanto Musk segue firme em sua visão de transformar a nave no principal instrumento para transportar cargas e, futuramente, humanos até Marte.
Do ponto de vista analítico, o décimo voo indica que a SpaceX começa a superar a fase de repetidas falhas e avança rumo a operações mais consistentes. Contudo, os desafios técnicos, sobretudo na criação de um escudo térmico verdadeiramente reutilizável e na confiabilidade das manobras de pouso, permanecem críticos.
Para a NASA, que está muito precionada pelo exíguo cronograma da Artemis - principalmente com os avanços significativos da China nessa nova "corrida para a Lua"-, cada passo bem-sucedido representa esperança de que o cronograma do Artemis não sofra novos atrasos. Já no setor comercial, a Starship se consolida como peça-chave da corrida espacial da própria SpaceX na busca por consolidar de modo sustetável a longo prazo a manutenção e operação da megaconstelação Starlink, além de criar uma pressão nos concorrentes na busca global por foguetes de alta capacidade de carga e baixo custo.
Brazilian Space

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